segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Diferença Entre Arrependimento e Remorso


"A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação e não produz remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte." (2 Co 7:10)

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus a Paz do Senhor!

Acompanhe comigo este surpreendente estudo bíblico sobre a diferença entre o verdadeiro arrependimento versus remorso. Vamos acompanhar.

• REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

No remorso ficamos tristes, abatidos, mas vamos repetir o mesmo erro. No arrependimento, mudamos de rumo, mudamos de atitude. No remorso vamos para a morte.

No arrependimento para a vida. Há uma grande diferença, amados, entre sentir remorso e se arrepender. No remorso vamos para Satanás, no arrependimento para Deus. No remorso para o pecado, no arrependimento para a santificação.

• REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

Pedro negou 3 vezes, arrependeu-se, vimos o que aconteceu, viveu. Judas uma vez, sentiu remorso, suicidou-se. No texto de Pedro podemos ver claramente o arrependimento de Pedro logo após ter negado a Jesus por 3 vezes , quando o galo cantou Pedro caiu em si, e viu a realidade de sua natureza humana e chorou muito em arrependimento. Logo após vemos Judas com tanto remorso que se suicidou.

Mt 26:69 a 75 - Pedro nega a Cristo 3 vezes e arrepende-se(Mt 27 3 - 5 - Judas após entregar a Cristo, sentiu remorso devolveu as moedas e suicidou-se. Vemos aqui dois exemplos um de vida outro de morte:

• 6. REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

O remorso traz uma tristeza tão profunda que toma conta da alma e leva a morte, a separação de Deus,ao suicídio. O Espírito Santo de Deus não age no remorso O arrependimento, é a decisão de não cair novamente, é chorar com sinceridade diante de Deus pedindo perdão , então o Espírito Santo atua em nós, nos fazendo enxergar o mal que causamos à Deus. 

É um sentimento que o Espírito Santo de Deus coloca em nós. E nos leva à vida, vida com Deus, é uma tristeza que é transformada em alegria pelo perdão de Deus. Há uma diferença muito grande entre remorso e arrependimento.

"Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que ansiedade para estarem isentos de culpa, que preocupação, que desejo de ver justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito." (2 Co 7:11).

No versículo que tomei como texto fala de duas classes de tristeza causada pelo pecado, uma obra arrependimento para salvação, a outra obra para morte. Paulo alude ao que se costuma chamar as duas classes de arrependimento. E este é o tema do que quero falar esta noite.

ARREPENDIMENTO VERDADEIRO E ARREPENDIMENTO FALSO


Sumário da matéria:

I. O que é o arrependimento verdadeiro.
II. Como se pode conhecer.
III. O que é arrependimento falso e espúrio.
IV. Como se pode conhecer.

Já é hora de que os que professam ser religiosos aprendam a discriminar muito mais do que fazem com respeito à natureza e ao caráter de vários aspectos da religião. Se fosse assim, a Igreja não estaria cheia de professos falsos e sem proveito. 

Ultimamente tenho me dedicado a examinar, uma e outra vez, a razão pela que há tanta religião espúria, e tenho procurado averiguar a causa deste problema. 

É notório que há multidões de pessoas que se consideram religiosas e que não são, a menos que a Bíblia seja falsa. Por que há tantos que se enganam? Por que têm a idéia de que tinham se arrependido quando todavia são pecadores impenitentes. A causa está, sem dúvida, na falta da instrução que lhe permitiria discriminar com respeito aos fundamentos da religião, e especialmente com respeito ao que é arrependimento verdadeiro e arrependimento falso.

I. Vou mostrar agora o que é verdadeiro arrependimento.

Implica uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado, e esta mudança de opinião vai seguida de uma mudança correspondente dos sentimentos com respeito ao pecado. O sentimento é o resultado do pensamento.

E quando esta mudança de opinião é tal que produz uma mudança correspondente de sentimento, se a opinião é reta e há o sentimento correspondente, isto é verdadeiro arrependimento.

Deve ter a opinião reta. A opinião adotada agora deve ser uma opinião semelhante a que Deus tem com respeito ao pecado. A tristeza segundo Deus, tal como Deus requer, deve proceder de um ponto de vista com respeito ao pecado como o que tem Deus.

Primeiro: Tem que haver uma mudança de opinião com respeito ao pecado.

1. Uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado.
Para o que se arrependeu verdadeiramente o pecado lhe parece algo muito diferente que a aquele que não se arrependeu. Em vez olhá-lo como uma coisa desejável ou fascinante, lhe parece algo aborrecível, detestável, e se assombra de que havia desejado algo assim.

Os pecadores impenitentes podem olhar o pecado e ver que está destruindo-os, porque Deus vai castigá-los por este pecado; mas, depois de tudo, parece tão desejável em si; o amam tanto, que não querem separar-se dele. Se o pecado pudesse terminar na felicidade, esta seria sua porção definitiva.

Mas, para o outro, o que se arrepende, é diferente; este olha sua própria conduta com algo aborrecível. Olha para trás e exclama: "Que detestável, que odioso, quão digno do inferno; e isto estava antes em mim!"

2. Uma mudança de opinião do caráter do pecado com respeito a sua relação com Deus. Os pecadores não vêem porque razão Deus ameaça o pecado com castigos tão terríveis. 

O amam tanto que não podem ver porque Deus tem que considerá-lo merecedor de um terrível castigo. Quando são convencidos do pecado o vêem baixo a mesma opinião que um cristão, e só desejam a mudança de sentimento correspondente para chegarem a ser cristãos. 

Muitos pecadores vêem sua relação com Deus como merecedora da morte eterna, mas seu coração não vai com sua opinião. Este é o caso dos demônios e dos espíritos maus no inferno. Note-se, no entanto: é necessária uma mudança de opinião para o verdadeiro arrependimento e sempre lhe precede. O coração nunca vai a Deus com um verdadeiro arrependimento a menos que haja uma mudança prévia de opinião sem arrependimento, mas não há arrependimento genuíno sem uma mudança de opinião.

3. Uma mudança de opinião com relação às tendências do pecado.
Antes o pecador pensa que é incrível que o pecado possa ser merecedor, por si só, de um castigo eterno. É possível que mude de ponto de vista quanto a esta opinião sem que se arrependa, mas é impossível que alguém se arrependa verdadeiramente sem uma mudança de opinião. O homem vê o pecado em sua tendência, como destruidor para ele, e para os demais, a alma e o corpo, para o tempo e a eternidade, e discrepando com tudo o que é bom e feliz no universo. 

Vê que o pecado é apropriado em suas tendências para causar dano a todos e a ele mesmo, e que não há remédio para ele mesmo exceto o abster-se de modo universal ao mesmo. O diabo o sabe também. E é possível que saibam alguns pecadores que se encontram agora nesta congregação.

4. Uma mudança de opinião com respeito ao merecimento do pecado.
A palavra traduzida com arrependimento implica tudo isto. O pecador descuidado carece quase de idéias retas, inclusive quanto ao que se refere a esta vida, com respeito ao merecimento do pecado. Ainda supondo que admite em teoria que o pecado merece a morte eterna, não o crê. Se cresse seria impossível seguir sendo um pecador descuidado.

Está enganado se supõe que ele, de modo sincero, aceita a opinião de que o pecado merece a ira de Deus para sempre. Mas o pecador que foi despertado e convencido já não tem dúvidas mais disto do que da existência de Deus. Vê claramente que o pecado merece o maior castigo da parte de Deus. Sabe que isto é um simples fato.

Segundo: No verdadeiro arrependimento tem que haver a mudança de sentimento correspondente.

A mudança de sentimento se refere ao pecado em todos estes pontos: sua natureza, suas relações, suas tendências e seu merecimento. O indivíduo que se arrepende verdadeiramente não só vê o pecado como detestável e ruim, merecedor de aborrecimento, senão que realmente o aborrece, o odeia em seu coração. Uma pessoa pode ver o pecado como prejudicial e abominável; contudo seu coração o ama, o deseja, se adere a ele. Mas quando se arrepende verdadeiramente o aborrece de todo seu coração e renuncia ao mesmo.

Em relação com Deus seu sentimento com respeito ao pecado é tal como este merece. E aqui há a fonte desta torrente de tristeza no qual os cristãos irrompem, quando contemplam o pecado. O cristão o vê quanto a sua natureza, e simplesmente, sente aborrecimento. Mas quando o vê em sua relação a Deus, então chora; as fontes de sua tristeza seguem manando, e quer livrar-se dele, prostrar-se e deixar correr uma torrente de lágrimas por seus pecados.

Logo, quanto às tendências do pecado, o indivíduo que se arrepende verdadeiramente o vê tal como é. Quando olha o pecado em suas tendências, se desperta nele um desejo veemente de pará-lo, de salvar as pessoas de seus pecados, de fazer voltar para trás o curso do avanço da morte.

Acende-se seu coração, se põe a orar, a trabalhar, a arrancar os pecadores do fogo com toda força, a salva-los das terríveis tendências do pecado. Quando o cristão põe sua mente nisto, vai mover-se para que os homens renunciem a seus pecados. É como se visse aos homens beber veneno, que sabe que os destruirá, e levanta a voz, adverte-os que VIGIEM.

Ele sente o correto, quanto ao merecimento do pecado. Ele não tem apenas uma convicção intelectual que o pecado merece uma punição perpétua, mas ele sente que isso é tão certo e tão racionável, e tão justo para Deus condená-lo para a morte eterna, que está longe de encontrar falha na sentença da lei que condena ele, ele acha a maravilha do céu, a maravilha das maravilhas, que Deus pôde perdoá-lo.

Em vez de pensar que é duro, ou severo, ou cruel da parte de Deus, que pecadores incorrigíveis vão para o inferno, ele contempla uma excessiva indignação que ele não se enviou para o inferno ele mesmo, e que toda essa culpa do mundo já não foi há muito tempo lançada no fogo sem fim. 

A última coisa do mundo que ele iria reclamar é que todos os pecadores não são salvos, mas Oh, é uma maravilha da misericórdia que todo o mundo não está condenado. E quando ele pensa que é um pecador salvo, ele sente uma gratidão que ele nunca conheceu semelhante até ele ser cristão.

II. Vou mostrar quais são os frutos ou efeitos do arrependimento genuíno.

Quero mostrar a vocês quais são as obras do verdadeiro arrependimento e deixar claro em vossa mente que podem saber de modo infalível se arrependeram ou não.

1. Se teu arrependimento é genuíno há em tua mente uma mudança consciente nos pontos de vista e nos sentimentos com respeito ao pecado.
Disto você será tão consciente como foi antes de uma mudança de vista e de sentimentos com respeito a qualquer outro tema na vida. Como se pode saber? Porque neste ponto houve uma mudança em você, as coisas velhas já foram abandonadas e tudo se fez novo.

2. Quando o arrependimento é genuíno, a disposição para voltar a pecar desaparece.

Se você se arrependeu de veras já não ama o pecado; não se abstém dele por medo, não o evita pelo castigo, senão que o odeia. O que você diz disso? Você tem a segurança que sua disposição de cometer o pecado desapareceu? Olhe os pecados que você costumava praticar quando era impenitente.

O que te parecem agora? Parecem-te agradáveis? Você gostaria de voltar a praticá-los se fosse desafiado? Se for assim, fica a você a disposição para pecar, e que só foi convencido do pecado. Tuas opiniões sobre o pecado podem ter mudado, mas se permanece o amor ao pecado, tenha a absoluta certeza de que é todavia um pecador impenitente.

3. O arrependimento genuíno obra uma reforma na conduta.
Entendo que esta idéia está principalmente indicada no texto onde diz: "A tristeza que é segundo Deus produz um arrependimento para salvação". O arrependimento segundo Deus produz uma reforma da conduta. De outro modo, é uma repetição da mesma idéia; ou seja, que o arrependimento produz arrependimento.

Por isso suponho que o apóstolo está falando de uma mudança na mente que produz uma mudança de conduta que termina na salvação. Permita-me agora perguntar se você está realmente reformado. Abandonou teus pecados? Ou está praticando eles ainda? Se for assim, ainda é um pecador. Não importa quanto haja mudado tua mente, se não trouxe uma mudança de conduta, tua reforma real não é arrependimento segundo Deus, ou seja, o que Deus aprova.

4. O arrependimento, quando é verdadeiro e genuíno, conduz a confissão e a restituição.
O ladrão não se arrependeu enquanto que guarda o dinheiro que roubou. Pode ter convicção de pecado, mas não arrependimento. Caso tenha se arrependido, devolve o dinheiro. Se você me defraudou e não me devolve o que me tirou injustamente, ou se injuriou ou prejudicou a alguém e não retificou o dano que causou pelo que te corresponde, não se arrependeu verdadeiramente.

5. O verdadeiro arrependimento é uma mudança permanente de caráter e de conduta.
O indivíduo que se arrependeu verdadeiramente, que mudou suas opiniões e seus sentimentos, já não mudará outra vez, não voltará a amar o pecado. Lembre isto bem, que o pecador penitente verdadeiro experimenta sentimentos dos que não voltará a arrepender-se. O texto diz que são "para salvação". Vai direto ao mesmo descanso do céu. A mesma razão pela que termina em salvação é que não volta a arrepender-se de havê-lo feito.

E aqui não posso por menos que fazer ressaltar que se vê porque a doutrina da Perseverança dos Santos é verdadeira, e o que significa. O verdadeiro arrependimento é uma mudança de sentimentos tão completo e o indivíduo que o experimenta chega a aborrecer de tal modo o pecado, que perseverará nele, e não voltará atrás de seu arrependimento para voltar ao pecado outra vez.

III. Vou falar agora do falso arrependimento.

O arrependimento falso ou espúrio nos é dito que é do mundo, a tristeza do mundo; isto é, a tristeza pelo pecado que procede de considerações e motivos mundanos, relacionados com a vida presente, ou no máximo, considera a "própria felicidade" num mundo futuro, sem olhos à verdadeira natureza do pecado.

1. Não se fundamenta numa mudança de opinião como o que se especificou que pertence ao verdadeiro arrependimento.
A mudança não é em pontos fundamentais. Uma pessoa pode ver as más conseqüências do pecado num ponto de vista mundano, e pode estar cheio de consternação. Pode ver a forma terrível em que afeta seu caráter, ou põe em perigo sua vida; que se algo de sua conduta escondida fosse descoberta, sofreria a vergonha e o opróbrio e isto lhe enche de temor e mal-estar. É muito comum que haja pessoas que tenham esta classe de tristeza do mundo, quando haja alguma consideração mundana no fundo de tudo.

2. O falso arrependimento está fundamentado no egoísmo.
Pode tratar-se de um forte sentimento de pena na mente do indivíduo, por haver feito o que fez, porque vê as más conseqüências que lhe vai produzir, porque lhe faz sentir desgraçado, ou lhe expõe a ira de Deus, ou prejudica sua família ou seus amigos, ou porque produz dano para ele, no tempo ou na eternidade. Tudo isto é puro egoísmo. Pode sentir remorso na consciência, um REMORSO que lhe rói e lhe consome, e não ser verdadeiro arrependimento. 

IV. Vou mostrar como se pode conhecer este arrependimento falso ou espúrio.

1. Deixa os sentimentos sem mudar.
Deixa no coração uma disposição para o pecado intacta e sem submeter. Os sentimentos em relação à natureza do pecado não mudaram, e o indivíduo ainda sente o desejo de pecar. Abstém-se de fazê-lo, não porque o aborrece, senão porque teme suas conseqüências.

2. Leva à morte.
Leva a uma dissimulação hipócrita. O indivíduo que passou por um verdadeiro arrependimento está disposto a que se saiba que se arrependeu que era um pecador. O que só tem um falso arrependimento dá toda classe de desculpas e mentiras para encobrir seus pecados e tem vergonha de seu arrependimento. Quando o chamamos para o banco dos penitentes cobre seus pecados com toda classe de desculpas, tratando de dissimulá-los, e de atenuar sua gravidade.

Caso fale-se de sua conduta passada sempre o faz em termos suaves e favoráveis. É visto nele uma constante disposição a encobrir seu pecado. Este arrependimento conduz à morte. O faz cometer um pecado atrás de outro. Em vez de uma sincera expressão sentida e franca, com o coração aberto, se vê um palavreado, um alisar e dissimular as coisas, atenuando-as de tal forma que a confissão se converte em não confessar nada.

O que você diz disso? Você se envergonha de que alguém te fale de seus pecados? Se for assim, tua tristeza é só tristeza do mundo, e obra para a morte. Quantas vezes se vêem pecadores que tratam de evitar a conversação sobre seus pecados e ao mesmo tempo se chamam buscadores ansiosos, e esperam fazerem-se cristãos desta maneira. 

Esta classe de tristeza também se encontra no inferno. Não há dúvida que os desgraçados habitantes do abismo desejam escapar da presença de Deus. Não é esta a tristeza que se encontra no céu pelo pecado. Esta tristeza é franca, simples, aberta e plena. 

Esta tristeza não está em desacordo com a verdadeira felicidade. Os santos transbordam felicidade, e contudo, sentem tristeza plena, franca, por seu pecado. Mas esta tristeza do mundo está envergonhada de si mesma, é pobre e mesquinha e leva a morte.

3. O falso arrependimento produz só uma reforma parcial da conduta.
A reforma que produz a tristeza do mundo se estende só às coisas das quais o indivíduo foi convencido com força. O coração não mudou. É visto que evita só aqueles pecados cardinais dos quais se tem mostrado a evidência nele.

4. Em geral, a reforma produzida por uma tristeza falsa é temporal inclusive naquelas coisas que foram reformadas.
O indivíduo está recaindo continuamente em seus antigos pecados. A razão é que a disposição a pecar não desapareceu, só está detida ou restringida pelo temor, e tão pronto como tem esperança e pertence à igreja, e está corroborando de modo que seus temores têm minguado, se lhe vê gradualmente recaindo em seus antigos pecados. 

Queria que entendessem este ponto bem. Aqui está o fundamento de todas essas adequações e iniciações em religião que se vêem com tanta freqüência. As pessoas se sentem despertados, convencidos, pouco a pouco se lhes entra a esperança e se estabelecem em uma falsa segurança, e logo se deslizam. 

Você pode ir por todos os estratos da sociedade e nos casos em que há conversações a fundo verá que os pecados em que mais cometiam antes da conversão se encontram muito remotos agora.

O convertido verdadeiro é o que com menos probabilidade vai cair neles de novo, porque os aborrece ao máximo. Mas o que vive enganado e orientado segundo o mundo, sempre tende a cair nos mesmos pecados.

A mulher que ama os vestidos volta a cair de novo com toda a sua glória, e fracassa como ela costumava fazer. A fonte do pecado não foi quebrada. Não purificou a iniqüidade de seu coração, senão que permaneceu neles em todo momento.

5. É uma reforma forçada.
A reforma produzida pelo falso arrependimento não é só uma reforma parcial e uma reforma temporal, é também uma reforma forçada e obrigada. A reforma do que se arrependeu de veras é de coração; já não tem disposição para o pecado. Nele se cumpre a promessa da Bíblia. 

“Encontra em realidade que: Os caminhos do sábio são prazerosos; todas suas sendas são paz.” Encontra que o jugo do Salvador é fácil e a carga é ligeira. Tem notado que os mandamentos de Deus não são gravosos, senão que enchem de gozo. Que são mais desejáveis que o ouro, sim, mais que o ouro refinado; mais doces que o mel e que a colméia.

Mas esta classe de arrependimento espúrio é muito diferente: é um arrependimento legal, o resultado do temor e não do amor; um arrependimento egoísta, longe da mudança de coração voluntário, livre, desde o pecado à obediência. Se há alguns indivíduos aqui que têm esta classe de arrependimento sabem bem que não se abstêm do pecado porque estão decididos a fazê-lo, porque o odeiam, senão que o fazem por outras considerações.

Trata-se de que a consciência interfere e o impede, ou é o temor de que possam perder sua alma, ou perder sua esperança, ou perder seu caráter mais bem que o aborrecer o pecado ou amar o dever.

7. Conduz a falsa segurança.
O indivíduo supõe que a tristeza do mundo que teve é o verdadeiro arrependimento, e confia nela. É um fato curioso que, enquanto que pude averiguar o estado mental desta classe de pessoas, parece que dão por definitivo que Cristo as salvará porque sentiram tristeza por seus pecados, ainda que não são conscientes de que tenham sentido que descansam em Cristo.

Eles têm sentido tristeza, e isto lhes tem dado alívio. Têm se sentido melhor e agora esperam ser salvos por Cristo, quando sua própria consciência lhes ensina que nunca tinham confiado de coração em Cristo.

8. Endurece o coração.
O indivíduo que tem esta classe de tristeza se torna mais duro em seu coração, em proporção ao número de vezes que exercitou esta tristeza. Se tem emoções fortes de convicção de pecado e seu coração não foi quebrantado e fluído ao exterior, as fontes do sentimento vão se secando, e seu coração é cada vez mais difícil de alcançar. 

Considere um cristão real, que se arrependeu de veras, e cada vez que se dá conta disto vai prostrando-se mais e mais diante de Deus, e se torna mais doce, mais emocionado, mais terno, e mais submisso à bendita Palavra de Deus, enquanto que vive, e por toda a eternidade. Seu coração entra no hábito de ir ao compasso das convicções de seu entendimento e se volta mais dócil e tratável, como um neném.

Aqui há a grande diferença. As igrejas ou os membros individuais, que tem só este arrependimento do mundo passam por um avivamento, se despertam e se embaraçam e logo se esfriam outra vez. O processo pode se repetir, e se encontrará que desta vez são mais e mais difíceis de despertar, até que finalmente se voltam tão duras como a pedra, e já não podem ser avivadas outra vez.

Em oposição a estas igrejas há as igrejas e os indivíduos que tem experimentado o verdadeiro arrependimento. Se estes passam por avivamentos sucessivos, se encontra que cada vez são mais ternos e maduros até que chega um momento em que quando ouvem o toque da trombeta do avivamento, já ficam elétricos e ardem, dispostos para o trabalho.

Esta distinção é tão evidente como a que há entre a luz e as trevas. Pode se observar entre as igrejas e entre os membros das igrejas. 

O princípio se vê ilustrado nos pecadores que, depois de haver passado por vários avivamentos acabam desviando-se da religião, e ainda que os céus enviem nuvens de misericórdia sobre suas cabeças, não fazem caso ou as rejeitam.

É o mesmo nas igrejas e nos membros; se eles não têm o verdadeiro arrependimento cada nova experiência endurece mais seu coração e faz mais difícil que sejam alcançados pela verdade.

9. Cauteriza a consciência.
É provável que estas pessoas ao princípio sintam inquietude quando a verdade ilumina sua mente. Pode que não tenham tanta convicção como um cristão real. Mas o cristão real está cheio de paz ao mesmo tempo que as lágrimas fluem de sua convicção de pecado. E cada nova convicção lhe faz mais cuidadoso, vigilante, tenro, até que sua consciência se torna como a menina dos olhos, tão sensíveis que a simples aparência de mal lhes ofende.

Mas a outra classe de tristeza, que não conduz a uma renuncia sincera do pecado, deixa o coração mais duro do que antes, e pouco a pouco cauteriza a consciência como faria um ferro incandescente. Esta tristeza produz morte.

10. Rejeita a Jesus Cristo como base de sua esperança.
O depender da reforma, ou da tristeza, ou do que seja, não conduz a confiar em Jesus Cristo, de tal modo que o amor de Cristo lhe constrange para trabalhar todos os dias de sua vida por Cristo.

11. É passageiro, temporal. Esta classe de arrependimento é aquele do que quem se arrepende. Pouco a pouco, se encontrará que estas pessoas acabam envergonhando-se dos sentimentos profundos que tinham tido. Não querem falar deles, e se o fazem é de modo leviano e frio.

Pareciam muito emocionados durante o avivamento, e mostravam atividade e interesse, como os demais, ou até mais, e é provável inclusive que fossem extremistas. Mas, uma vez o avivamento tenha terminado se oporão a tomar novas medidas, irão mudando e se envergonharão de sua diligência. Na realidade se arrependem de seu arrependimento.

3. Aqui podemos ver o que passa aos cristãos professos que crêem que é uma cruz o ser muito rigoroso na religião.
Estas pessoas estão pondo sempre desculpas por seus pecados e defendendo certas práticas que não estão de acordo com a religião estrita. Mostram que ainda amam ao pecado e seguirão nele enquanto e até onde se atrevem. Se fossem verdadeiros cristãos, o aborreceriam e considerariam que é uma cruz o serem arrastados a ele.

4. Aqui se vê a razão pela que alguns não sabem o que é gozar da religião.
Não estão contentes e alegres na religião. Estão apenados porque têm que separar-se de tantas coisas que amam, ou porque têm que renunciar a certa quantidade de dinheiro. Encontram-se como em brasas constantemente.

Em vez de regozijar-se em toda oportunidade de negar-se a si mesmo, e gozar-se na verdade, por mais crua que seja, é uma grande prova que lhes digam que façam seu dever, quando este interfere com suas inclinações e hábitos. A pura verdade lhes molesta. Por que? Porque seus corações não desfrutam fazendo seu dever. Se gostassem dariam graças por cada oportunidade de fazê-lo, e isto lhes fariam felizes.

Sempre que você vê essas pessoas, se eles se sentem exprimidos e angustiados porque a verdade pressiona eles, se seus corações não se renderam e na prosseguiram com a verdade, HIPÓCRITA é o nome de todos esses professos de religião.

Se você vê que eles estão angustiados como pecadores ansiosos, e que quanto mais você indica os pecados deles mais eles ficam angustiados, você pode ter certeza, que eles nunca se arrependeram realmente de seus pecados, nem se entregaram para Deus.

5. Vemos porque muitos convertidos professos, que ao tempo de sua conversão davam mostras de encontrarem-se afetados por ela de grande maneira, depois se tornam apóstatas.
Sentiam-se profundamente convencidos e molestados, e depois que encontraram alívio seu gozo foi grande e foram felizes durante um tempo. Mas, pouco a pouco, declinaram, e finalmente se apartaram. Na realidade, ainda que alguns chamem isto o cair da graça, a verdade é que se apartaram dentre nós porque não eram dos nossos. Nunca tinham se arrependido com o arrependimento que destrói a disposição para o pecado.

6. Por isso os que tornam atrás são tão desgraçados.
Talvez alguém infira que eu suponho que todos os verdadeiros cristãos são perfeitos no que digo sobre a disposição ao pecado, que é destruída e mudada. Não pode-se tirar esta inferência. Há uma diferença radical entre o cristão que volta atrás e o hipócrita que volta de sua profissão. O hipócrita ama o mundo e se goza regressando ao mesmo. Pode ter algo de temor e de remorso, e de apreensão sobre sua perda de caráter, mas depois de tudo ama o pecado. 

Não é este o caso do cristão que volta atrás. Este perde seu primeiro amor, logo cai numa tentação e entra em pecado. Mas não o ama; se sente amargurado por ele; infeliz e afastado do lar. Naqueles momentos não possui o Espírito de Deus, nem o amor de Deus em exercício que lhe impede cair em pecado, mas não ama o pecado; se sente desgraçado. É muito diferente do hipócrita.

Aquele, quando abandona o amor de Deus, pode ser entregue a Satanás durante um tempo, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo, mas não pode voltar a gozar do pecado como antes, nem deleitar-se como antes nos prazeres do mundo. Não pode submergir na iniqüidade. Enquanto continua vagueando, é um miserável. Se há um assim aqui esta noite, você sabe disso.

7. Compreende-se porque os pecadores convencidos temem prometer que vão a renunciar a seus pecados.
Dizem que não se atrevem a fazê-lo, porque têm medo de que não poderão cumprir a promessa. Esta é a razão: "Amam ao pecado". O alcoólico sabe que ele gosta de rum, e ainda que possa ver-se constrangido a cumprir sua promessa e abster-se do mesmo, contudo, seu apetite o deseja. E o mesmo ocorre com o pecador convencido. Sente que ama o pecado, que seu contato com o pecado não foi quebrado ainda, e não se atreve a dar sua promessa.

8. Por isso alguns que professam religião se opõem às promessas.
É pelo mesmo princípio. Amam tanto a seus pecados que sabem que seus corações procurarão encontrar satisfação e temem prometer renunciá-los.

É por isso que muitos que dizem ser cristãos recusam unir-se à igreja. A razão secreta é que sentem que seus corações ainda desejam o pecado, e não se atrevem a entrar sob as obrigações do pacto da igreja. Não querem estar submetidos à disciplina da igreja no caso que pequem. Este homem sabe que é um hipócrita.

9. Os pecadores que têm tristeza do mundo podem ver agora onde está a dificuldade, e qual é a razão pela que não se convertem.
Se você está disposto a renunciar a teus pecados, você pode mostrá-lo na forma que disse. Mas se ainda ama a teus pecados e quer retê-los, você pode seguir sentado em teu assento.

E agora: "Vamos dizer a Deus em oração que estes pecadores não estão dispostos a renunciar a seus pecados, e que ainda que estejam convencidos de estar no erro, amam seus ídolos e querem segui-los?" Que o Senhor tenha misericórdia deles, porque seu destino é terrível.

Meu amado irmão entenda que nem sempre a tristeza pelo pecada é um claro sinal de arrependimento. 

Necessário é que a tal pessoa além dessa tristeza sinta a presença e um conseqüente abandono do pecado, para que o Senhor através do seu Espírito Santo possa habitar em nossos corações, em nome de Jesus, amém! 
|  Autor: Jânio Santos de Oliveira  |  Divulgação: estudosgospel.com.br |
 

A Conquista de Jericó


"1 Ora, Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava. 2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos. 3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, contornando-a uma vez por dia; assim fareis por seis dias. 4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. 5 E será que, fazendo-se sonido prolongado da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o povo dará um grande brado; então o muro da cidade cairá rente com o chão, e o povo subirá, cada qual para o lugar que lhe ficar defronte: 6 Chamou, pois, Josué, filho de Num, aos sacerdotes, e disse-lhes: Levai a arca do pacto, e sete sacerdotes levem sete trombetas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor. 7 E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e marchem os homens armados adiante da arca do Senhor. 8 Assim, pois, se fez como Josué dissera ao povo: os sete sacerdotes, levando as sete trombetas adiante do Senhor, passaram, e tocaram-nas; e a arca do pacto do Senhor os seguia. 9 E os homens armados iam adiante dos sacerdotes que tocavam as trombetas, e a retaguarda seguia após a arca, os sacerdotes sempre tocando as trombetas. 10 Josué tinha dado ordem ao povo, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até o dia em que eu vos disser: gritai! Então gritareis. 11 Assim fizeram a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; então entraram no arraial, e ali passaram a noite. 12 Josué levantou-se de madrugada, e os sacerdotes tomaram a arca do Senhor. 13 Os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca da Senhor iam andando, tocando as trombetas; os homens armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor, os sacerdotes sempre tocando as trombetas. 14 E rodearam a cidade uma vez no segundo dia, e voltaram ao arraial. Assim fizeram por seis dias. 15 No sétimo dia levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam-na sete vezes. 16 E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade. 17 A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será anátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis. 19 Contudo, toda a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro do Senhor. 20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade: 21 E destruíram totalmente, ao fio da espada, tudo quanto havia na cidade, homem e mulher, menino e velho, bois, ovelhas e jumentos. 22 Então disse Josué aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrai na casa da prostituta, e tirai-a dali com tudo quanto tiver, como lhe prometestes com juramento. 23 Entraram, pois, os mancebos espias, e tiraram Raabe, seu pai, sua mãe, seus irmãos, e todos quantos lhe pertenciam; e, trazendo todos os seus parentes, os puseram fora do arraial de Israel. 24 A cidade, porém, e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, colocaram-nos no tesouro da casa do Senhor. 25 Assim Josué poupou a vida à prostituta Raabe, à família de seu pai, e a todos quantos lhe pertenciam; e ela ficou habitando no meio de Israel até o dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó".

Introdução:

1. O livro de Josué é a seqüência do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), ou seja a continuação da história do povo de Deus, a partir do final do livro de Deuteronômio. Com a morte de Moisés, o Grande Líder, Josué assume o comando.

2. A maior parte do livro descreve a conquista de Canaã, e a divisão das terras entre as tribos de Israel.

3. O testo em apreço descreve a conquista da primeira cidade, Jericó. Jericó era conhecida na Palavra de Deus, como a "Cidade das palmeiras" (Dt 34.3). Como cidade era uma terrível fortaleza; como local era um oásis. Foi em Jericó que Herodes, o grande, nos dias de Jesus construiu uma casa de veraneio. Cercada por grandes várzeas, a cidade tinha tudo para ser farta.

4. Porém, Jericó, precisava ser conquistada e destruída. Vamos ver como Deus organizou seu povo para a grande conquista. Para que a conquista pudesse alcançar sucesso, o povo de Deus deveria estar atento a alguns detalhes importantes:

I - A promessa de Deus VS. 1-2

"1 Ora, Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava. 2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, entrego na tua mão Jericó, o seu rei e os seus homens valorosos".

1. Deus estava prometendo a conquista total da cidade: Seu Rei, seus guerreiros, seu povo.

2. A principal lição aqui é que precisamos estar atentos às promessas de Deus. Há na Palavra de Deus muitos textos que nos falam destas promessas grandiosas de Deus ao povo de Israel e consequentemente a nós.

a) Dt 11.24-25, "24 Todo lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso; o vosso termo se estenderá do deserto ao Líbano, e do rio, o rio Eufrates, até o mar ocidental. 25 Ninguém vos poderá resistir; o Senhor vosso Deus porá o medo e o terror de vós sobre toda a terra que pisardes, assim como vos disse". Esta passagem de Deuteronômio, nos mostra como Deus já havia prometido a seu povo, não somente a conquista de Jericó, mas também a conquista e posse da grande área que compreendia desde o Eufrates até ao ocidental. Seus inimigos tremeriam diante deles, v. 1, "...ninguém saía nem entrava".

b) Há muitas promessas de Deus a seu povo em sua Palavra, sobre a conquista, e a derrota dos nossos inimigos. Nossos inimigos não são pessoas, mas entidades malignas. São demônios, que agem através das pessoas, Ef 6.12, "pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes". Satanás é o príncipe dos demônios, e é através deste exército organizado, que ele comanda toda a rebelião contra o povo escolhido de Deus. O texto de Efésios 2.2, nos mostra como o diabo tem sob suas mãos o controle do mundo: "...nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência". Porém, diante do Senhor, Satanás e todo o seu exército, é vencido.

b.1) No poder de Deus, pisaremos o "leão" e a "áspide", Sl 91.13, "Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente". - "leão" e "áspide", são animais ferozes e comuns do deserto que representam sérios perigos. Em Deuteronômio 8.15, há uma menção às serpentes abrasadoras, muito comuns no deserto: "...que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras e de escorpiões..." Certamente estes animais, no Salmo 91, são figuras de demônios que vêm para atingir os filhos de Deus.

b.2) No pode de Deus, nosso inimigos serão reduzidos a cinzas debaixo de nossos pés, Ml 4.2-3, "2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. 3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos".

3. Sobre nós está a ordem: "Eu entrego os teus inimigos nas tuas mãos".

II - Para que a promessa se concretize é preciso estar debaixo de obediência

1. Deus transmite instruções a serem colocadas em prática, vs. 3-5, "3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, contornando-a uma vez por dia; assim fareis por seis dias. 4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. 5 E será que, fazendo-se sonido prolongado da trombeta, e ouvindo vós tal sonido, todo o povo dará um grande brado; então o muro da cidade cairá rente com o chão, e o povo subirá, cada qual para o lugar que lhe ficar defronte". O êxito do plano não está em questioná-lo, mas obedecer as instruções de Deus.

2. O plano é colocado em prática, vs. 6-15. Temos aqui o exemplo de como obedecer sem questionar. Simplesmente colocaram em prática o plano proposto por Deus. Pode ser até mesmo, que este plano fosse um tanto absurdo, estranho, porém, era preciso obedecer! Temos neste trecho um exemplo de "marcha". Esta marcha, teria dois objetivos:

a) Amadurecer a fé do povo de Deus, Hb 11.30, "Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias".
b) Amedrontar os inimigos.

3. O êxito do plano vs. 16, 20-21, "16 E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade. 20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade: 21 E destruíram totalmente, ao fio da espada, tudo quanto havia na cidade, homem e mulher, menino e velho, bois, ovelhas e jumentos". Ao toque das trombetas e ao grito do povo de Deus, os muros altos e fortes vieram abaixo, possibilitando a grande conquista.

III - Aliadas à promessa da conquista, temos uma proibição e uma exigência divinas VS. 17-19

"16 E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade. 17 A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será danátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis. 19 Contudo, toda a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro do Senhor". 

1. Proibição, vs. 17-18, "17 A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será anátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis".

a) Normalmente, quando uma terra era conquistada sobrava o que era chamado de "despojo de guerra". Não sabemos por que razão, Deus proibiu o povo de tomar o despojo nesta conquista em particular, uma vez que em outras vezes isto era permitido. Um exemplo desta prática, temos em 2 Crônicas 20.25: "Quando Jeosafá e o seu povo vieram para saquear os seus despojos, acharam entre eles gado em grande número, objetos de valor e roupas, assim como jóias preciosas, e tomaram para si tanto que não podiam levar mais; por três dias saquearam o despojo, porque era muito". Talvez a maior razão da proibição, era em virtude das coisas consideradas condenadas, Dt 7.25-26, "25 As imagens esculpidas de seus deuses queimarás a fogo; não cobiçarás a prata nem o ouro que estão sobre elas, nem deles te apropriarás, para que não te enlaces neles; pois são abominação ao Senhor teu Deus. 26 Não meterás, pois, uma abominação em tua casa, para que não sejas anátema, semelhante a ela; de todo a detestarás, e de todo a abominarás, pois é anátema".

b) Porém, esta ordem não foi totalmente obedecida. Acã tomou dos despojos, atraindo maldição para si e para o povo de Deus, Js 7.

2. Exigência, v. 19, "Contudo, toda a prata, e o ouro, e os vasos de bronze e de ferro, são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro do Senhor". Deus havia transmitido a Josué a ordem para que eles pegassem dos tesouros inimigos para o tesouro divino, como coisas consagradas ao Senhor. Talvez aqui esteja a principal razão porque o povo não poderia tomar o despojo de guerra. Jericó era a primeira cidade conquistada e foi considerada primícias. As primícias são do Senhor. O principal erro de Acã, foi lançar mão do que era do Senhor, atraindo para si maldição.

IV - Um lampejo sobre a graça de Deus no velho testamento VS. 17

"A cidade, porém, com tudo quanto nela houver, será anátema ao Senhor; somente a prostituta Raabe viverá, ela e todos os que com ela estiverem em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos".

1. Raabe havia sido uma prostituta, que prestara um serviço a Deus, quando escondeu os espias, Js 2.1-6, " 1 De Sitim Josué, filho de Num, enviou secretamente dois homens como espias, dizendo-lhes: Ide reconhecer a terra, particularmente a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma prostituta, que se chamava Raabe, e pousaram ali. 2 Então deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel, para espiar a terra. 3 Pelo que o rei de Jericó mandou dizer a Raabe: Faze sair os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. 4 Mas aquela mulher, tomando os dois homens, os escondeu, e disse: é verdade que os homens vieram a mim, porém eu não sabia donde eram; 5 e aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram. Não sei para onde foram; ide após eles depressa, porque os alcançareis. 6 Ela, porém, os tinha feito subir ao eirado, e os tinha escondido entre as canas do linho que pusera em ordem sobre o eirado".

2. Por esta razão, ela foi poupada juntamente com toda a sua família, Js 6.23, "Entraram, pois, os mancebos espias, e tiraram Raabe, seu pai, sua mãe, seus irmãos, e todos quantos lhe pertenciam; e, trazendo todos os seus parentes, os puseram fora do arraial de Israel". Pela fé em Deus, ela alcançou sua graça, Hb 11.31, "Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os desobedientes, tendo acolhido em paz os espias".

3. A graça de Deus é ilimitada. Ele não faz acepção de pessoas.

Conclusão

1. Deus quer nos dar vitórias sobre o inimigo. Ele nos diz: "Entreguei na tua mão a Jericó". Jericó é símbolo de nosso problema, de nossa dificuldade, da maldição que o inimigo atirou sobre nós. Deus nos dá a vitória hoje.

2. Porém para que nossa vitória se concretize, precisamos obedecer as instruções da Palavra de Deus e a orientação que o Espírito Santo traz ao nosso coração. Obedeçamos e saiamos vitoriosos.

3. Salvação não é apenas para alguns. É para todos. Se Raabe, a prostituta, alcançou a graça de Deus, qualquer um também pode, Ef 2.8, "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus".
|  Autor: José Antônio Corrêa  |  Divulgação: estudosgospel.com.br |
 
A Fórmula Da Verdadeira Transformação
Tipo: Estudos bíblicos / Autor: Pr. Carlos Ribeiro



A Fórmula Da Verdadeira Transformação

Texto Básico: 2 Crônicas 33:1-20

"Tinha Manassés doze anos de idade, quando começou a reinar, e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, conforme às abominações dos gentios que o SENHOR lançara fora de diante dos filhos de Israel. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derrubado; e levantou altares aos Baalins, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exército dos céus, e o serviu. E edificou altares na casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha falado: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os átrios da casa do SENHOR. Fez ele também passar seus filhos pelo fogo no vale do filho de Hinom, e usou de adivinhações e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. Também pôs uma imagem de escultura do ídolo que tinha feito, na casa de Deus, da qual Deus tinha falado a Davi e a Salomão seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre. E nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei a vossos pais; contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, conforme a toda a lei, e estatutos, e juízos, dados pela mão de Moisés. E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. E falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não 
deram ouvidos. Assim o SENHOR trouxe sobre eles os capitães do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias, o levaram para babilônia. E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais; E fez-lhe oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o SENHOR era Deus. E depois disto edificou o muro de fora da cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da porta do peixe, e ao redor de Ofel, e o levantou muito alto; também pôs capitães de guerra em todas as cidades fortificadas de Judá. E tirou da casa do SENHOR os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da casa do SENHOR, e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. E reparou o altar do SENHOR e ofereceu sobre ele sacrifícios de ofertas pacíficas e de louvor; e ordenou a Judá que servisse ao SENHOR Deus de Israel. Contudo o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao SENHOR seu Deus. O restante dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe falaram no nome do SENHOR Deus de Israel, eis que estão nas crônicas dos reis de Israel. E a sua oração, e como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos, e pôs bosques e imagens de escultura, antes que se humilhasse, eis que estão escritos nos livros 
dos videntes. E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa. Amom, seu filho, reinou em seu lugar."

Introdução:

Todo mundo já experimentou uma hora em que deseja ardentemente ter sua vida transformada. Certamente eu também já passei por esses momentos. 

Isso acontece principalmente quando as coisas estão fugindo da direção que imaginamos: quando nossos planos começam a dar errado.

A grande verdade é que ninguém quer ouvir falar em transformação quando as coisas estão sindo de acordo com aquilo que lhes traz prazer ou algum outro tipo de vantagem.

Deve ser por isso que é tão difícil pregar o Evangelho em palácios e é tão fácil pregar em presídios, hospitais e outros locais de sofrimento.

O texto básico desta pregação mostra um homem que tinha tudo para dar certo, mas em vez de seguir o exemplo do pai Ezequias, optou pelo caminho da facilidade.

É assim com todo mundo: o caminho para o sucesso parece ser produzido por atitudes contrárias ao padrão de Deus: CORRUPÇÃO, IDOLATRIA, FEITIÇARIA, TRAPAÇAS, MENTIRAS, GOLPES, SEDUÇÃO, VIOLÊNCIA e outras.

O padrão de Deus parece sempre ser um caminho de dificuldade. 

A MAIORIA DAS PESSOAS QUE VAGUEIAM PELO MUNDO DA RIQUEZA E DA FAMA chegou até ali passando pelo caminho fácil.

Com Manassés foi assim: começou a reinar com 12 anos de idade e escolheu o aminho do paganismo. Quero acreditar que suas atitudes iniciais foram agradando o povo (o povo tem uma incrível tendência a se inclinar para as atitudes que desagradam a Deus).

1. QUEM ANDA FORA DA DIREÇÃO DE DEUS PREPARA ARMADILHA PARA SI MESMO.

A. No versículo 10 vemos que o Senhor, em sua santa fidelidade, ainda avisa antes que a consequência dos erros acumulados se manifeste. FELIZ É O HOMEM QUE OUVE A ADVERTÊNCIA DE DEUS. (ler Hebreus 3.15)

B. Mas Manassés não deu ouvidos (acontece com a maioria das pessoas). No versículo 11 vamos ver a consequência atingindo o povo.

2. DEUS SEMPRE DÁ CHANCE PARA O ARREPENDIMENTO.

A. No versículo 12 vemos o primeiro passo da TRANSFORMAÇÃO DE Manassés (agora podemos compreender porque um rei que começou de forma tão reprovável conseguiu se manter no poder durante 55 anos);

B. No versículo 13 vemos que a oração gera em Deus uma reação favorável, mas isso é apenas o começo. A grande diferença entre REMORSO e ARREPENDIMENTO é que o remorso termina em uma oração e o ARREPENDIMENTO prossegue através de atitudes reparadoras;

C. A TRANSFORMAÇÃO é fruto dessas atitudes. Nos versículos 14 a 16 vemos Manassés rompendo com as alianças impróprias e restabelecendo as alianças apropriadas conforme fazia seu pai Ezequias.

3. MUITOS DOS ERROS COMETIDOS NÃO PODEM SER CONSERTADOS.

A. O versículo 17 mostra que o povo ficou tão contaminado pela idolatria implantada por Manassés que não lhe foi possível extingui-la.

B. Pior que isso: Manassés havia sacrificado filhos aos demônios e isso ele jamais conseguiria consertar.

C. Nos versículos 21 e 22 vemos que seu filho Amom, mesmo tendo 22 anos, tinha sido terrivelmente influenciado pelos tempos de erro do pai. 

CONCLUSÃO:

Em Gálatas 6.7 está escrito: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará."

Aprendemos com Manassés que nossos erros do passado deixam marcas que teremos que suportar. Deus, por sua fidelidade, não pode nos poupar das consequências dos erros; MAS PODE AMENIZAR SEUS EFEITOS.

Deus vai nos ensinar a semear sementes boas para que em breve tempo possamos colher frutos bons.

Quem entrega a Deus os rumos de sua vida, recebe as orientações para saber lidar com as cargas. 

Enquanto caminharmos na direção agradável a Deus, ele nos dá a saída para cada momento de dificuldade.

Mas, ATENÇÃO: ACEITAR A JESUS É SOMENTE O PRIMEIRO PASSO PARA TER A VIDA TRANSFORMADA.

Não haverá transformação conduzida pela própria pessoa. 

A transformação conduzida por Deus nos leva a tomar atitudes compatíveis com a SUA VONTADE. 

É aí que a transformação vai produzir efeitos positivos em nossas vidas.



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Escrito por:
 Pr. Carlos Ribeiro (Maiores informações no final da página) 
 
O Poder Da Bênção Proferida
Tipo: Estudos bíblicos / Autor: Pr. Carlos Ribeiro



O Poder Da Bênção Proferida

Texto: Gênesis 27:4-39
"E faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; para que minha alma te abençoe, antes que morra. E Rebeca escutou quando Isaque falava ao seu filho Esaú. E foi Esaú ao campo para apanhar a caça que havia de trazer. Então falou Rebeca a Jacó seu filho, dizendo: Eis que tenho ouvido o teu pai que falava com Esaú teu irmão, dizendo: Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante da face do SENHOR, antes da minha morte. Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando: Vai agora ao rebanho, e traze-me de lá dois bons cabritos, e eu farei deles um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;
E levá-lo-ás a teu pai, para que o coma; para que te abençoe antes da sua morte. Então disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú meu irmão é homem cabeludo, e eu homem liso; Porventura me apalpará o meu pai, e serei aos seus olhos como enganador; assim trarei eu sobre mim maldição, e não bênção. E disse-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim seja a tua maldição; somente obedece à minha voz, e vai, traze-mos. E foi, e tomou-os, e trouxe-os a sua mãe; e sua mãe fez um guisado saboroso, como seu pai gostava. Depois tomou Rebeca os vestidos de gala de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho menor; E com as peles dos cabritos cobriu as suas mãos e a lisura do seu pescoço; E deu o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó seu filho. E foi ele a seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu, meu filho? E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe. Então disse Isaque a seu filho: Como é isto, que tão cedo a achaste, filho meu? E ele disse: Porque o SENHOR teu Deus a mandou ao meu encontro. E disse Isaque a Jacó: Chega-te agora, para que te apalpe, meu filho, se és meu filho Esaú mesmo, ou não. Então se chegou Jacó a Isaque seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú. E não o conheceu, porquanto as suas mãos estavam cabeludas, como as mãos de Esaú seu irmão; e abençoou-o. E disse: És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou. Então disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lhe, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu. E disse-lhe Isaque seu pai: Ora chega-te, e beija-me, filho meu. E chegou-se, e beijou-o; então sentindo o cheiro das suas vestes, abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que o SENHOR abençoou; Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem. E aconteceu que, acabando Isaque de abençoar a Jacó, apenas Jacó acabava de sair da presença de Isaque seu pai, veio Esaú, seu irmão, da sua caça; E fez também ele um guisado saboroso, e trouxe-o a seu pai; e disse a seu pai: Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoe a tua alma. E disse-lhe Isaque seu pai: Quem és tu? E ele disse: Eu sou teu filho, o teu primogênito Esaú. Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande, e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça, e ma trouxe? E comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. E ele disse: Veio teu irmão com sutileza, e tomou a tua bênção. Então disse ele: Não é o seu nome justamente Jacó, tanto que já duas vezes me enganou? A minha primogenitura me tomou, e eis que agora me tomou a minha bênção. E perguntou: Não reservaste, pois, para mim nenhuma bênção? Então respondeu Isaque a Esaú dizendo: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora, meu filho? E disse Esaú a seu pai: Tens uma só bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a sua voz, e chorou. Então respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será nas gorduras da terra e no orvalho dos altos céus."

INTRODUÇÃO:

Há alguns comportamentos adotados neste episódio que eu jamais vou conseguir entender. Por exemplo: 

A. A mulher mais nobre de toda a antropologia, que chega ao ponto de ser a referência da Igreja (a noiva eterna) faz uso sa mentira para conseguir seu objetivo;

B. O homem mais santo da história, a ponto de ser comparado a Jesus (o noivo eterno), ficou cego para distinguir a diferença entre um filho e outro.

Mas há aspectos que eu sempre entendi bem entendido e parece que o povo que me rodeia não entendeu (ou tem medo de assumir algumas verdades).

1. A BÊNÇÃO DO PAI JAMAIS PODERIA SER DESPREZADA.

A. Talvez a explicação lógica para todo tipo de artimanha aplicado por Jacó a fim de receber a bênção de Isaque é porque Jacó e sua mãe, os dois entendiam que a bênção do homem é fundamental para o sucesso de qualquer pessoa.

B. Esaú também sabia da importância da bênção, mas, num momento de fraqueza, achou que poderia trocá-la por um benefício mais imediato. Provavelmente ele achou que o acordo feito com o insignificante irmão seriam anulados a qualquer momento. 

C. Bênção de verdade tem que ser acompanhada de DOTES. Bênção não combina com mesquinharia (talvez isso explique por que as pessoas prefiram dizer DEUS TE ABENÇOE).


2. A BÊNÇÃO DE DEUS É UNIVERSAL E ABERTA, MAS A BÊNÇÃO DO HOMEM É ESPECÍFICA E ENDEREÇADA.

A. Em Ezequiel 33.13-21 ... ..."Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar a iniqüidade, não virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá.
Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça,
Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
De todos os seus pecados que cometeu não se terá memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá.
Todavia os filhos do teu povo dizem: Não é justo o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é justo.
Desviando-se o justo da sua justiça, e praticando iniqüidade, morrerá nela.
E, convertendo-se o ímpio da sua impiedade, e praticando juízo e justiça, ele viverá por eles.
Todavia, vós dizeis: Não é justo o caminho do Senhor; julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel.". 

No texto de Ezequiel podemos nos aproximar de entender como funciona a bênção de Deus para cada pessoa.

A bênção de Deus está mais vinculada ao ARREPENDIMENTO do que ao próprio bom comportamento e a maldição de Deus está muito mais ligada à PERSEVERANÇA do que ao bom comportamento.

B. Em Atos 10, vamos que Pedro por sua convicção humana não aprovava a ideia de abençoar a casa de Cornélio, mas no versículo 15 vemos Deus advertindo-o (Deus conhecia o coração de Cornélio); 

C. Bênção genérica só vale para quem pode bancar (só Deus tem poder para garantir a bênção). A bênção proferida por um homem só tem alcance até onde ele possa cobrir. 


3. UMA BÊNÇÃO PROFERIDA É INDISPENSÁVEL PARA O SUCESSO.

A. A bênção de Esaú parecia ser tão natural (por ele ser oficialmente o primogênito) que descuidou do direito de pedir ao seu superior espiritual que PROFERISSE. 

B. Bênção implícita realmente tem valor, mas quando ela é proferida, o valor se torna incomparável. Jacó não podia revogar. 

C. Quando um homem PROFERE a bênção sobre um "filho", o que ele está dizendo é que está disposto a liberar os recursos necessários para a missão a qual está abençoando. Confira em Neemias 2.2-9 e veja que o rei não apenas enviou como dotou Neemias de todos os recursos necessários. Em Atos 1.4,5, vemos que o rei também teve o cuidado de dotar seus ENVIADOS para que a bênção tivesse valor. 


CONCLUSÃO:

Eu percebo 3 possibilidades para explicar por que as autoridades espirituais que conheço teimem em dizer DEUS TE ABENÇOE ao invés de EU TE ABENÇOO.

A. Avareza - não querem assumir compromisso com os seus subordinados espirituais.

B. Ignorância - não sabiam até hoje da obrigação de abençoar.

C. Estupidez - é como se lá no fundo do coração quisessem na verdade AMALDIÇOAR, mas como não conseguem, transferem a responsabilidade para Deus.

Nas 3 possibilidades, esta pregação pode ajudar o segundo caso (da ignorância), mesmo assim o "pai" precisa reconhecer que errou por ignorância, confessar e se ARREPENDER.

Mas nos 3 casos a pregação pode mudar a história se os FILHOS aprenderem alguma coisa com Jacó.

D. Jacó lutou com todas as suas forças, mas não abriu mão de ouvir seu pai dizer EU TE ABENÇOO.

E. Jacó era tão bom nisso que, em outra ocasião, ele se atracou com o anjo e disse: NÃO TE DEIXO IR ENQUANTO NÃO ME ABENÇOARES. 



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Escrito por:
 Pr. Carlos Ribeiro (Maiores informações no final da página) 
 

Efésios 2.22 - Para Morada de Deus em Espírito - Exposição em Efésios - Sermão pregado dia 04.08.2013


Efésios 2.22 - Para Morada de Deus em Espírito
Exposição em Efésios -
Sermão pregado dia 04.08.2013

Veja a pregação em vídeo, realizada na Igreja Cristã Reformada de Blumenau.
Link: http://www.youtube.com/watch?v=tt2G-vivnxM

"No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Ef 2.22).

O majestoso e insondável Deus tem nos ensinado acerca de Suas ricas e maravilhosas bênçãos sob todo o Seu povo. Anteriormente, fomos instados a O louvar, porque à semelhança do santo templo do Antigo Testamento, agora, sob a dispensação da plenitude de Sua graça (Ef 1.10), a Igreja do Senhor cresce firmemente enraizada e calcada na "principal pedra da esquina" (Ef 1.20), que é o próprio Deus, na pessoa de Cristo Jesus. Esta Igreja santa e universal, tal qual o templo construído outrora por mãos humanas, é alvo da multiforme graça do Senhor, não mais sendo levantada com pedras naturais, e sim rochas melhores, porque "como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo" (1Pe 2.5).

Nosso texto de hoje é sublime e requer sensatez, a fim de não tratarmos com leviandade a Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, requer ousadia, para que entremos no santuário do Senhor, pelo sangue poderoso do Cordeiro (Hb 10.19), para que sejamos animados à prosseguir na carreira da fé.

Vemos que o apóstolo segue explicando aos gentios que eles eram participantes, pela graça do evangelho que os alcançara, no edifício e corpo de Cristo. Enquanto em momento pretérito ele escreva dizendo que "noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo" (Ef 2.2) e que devido a este fato eram "filhos da ira" (Ef 2.3), agora os insta para que compreendam ainda outra vez que foram transpostos da escuridão para à luz da aurora - ou como se lê com referência aos judeus, "O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou" (Mt 4.16). Os gentios na cidade de Éfeso agora recebiam, novamente, uma afirmação divina de que são, "juntamente", edificados para morada de Deus.

Tal fato é deveras importante para nossa compreensão e certamente trouxe grande júbilo sobre àquela igreja em Éfeso, pois não muito antes, o apóstolo comentara sobre a hostilidade natural que pairava entre eles e os judeus - "lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens" (Ef 2.11). Havia uma barreira não somente espiritual, devido à plenitude dos tempos ainda não ter raiado com a morte e ascensão de Cristo (e a grande comissão de Mateus 28), mas, sim, de ordem étnica (que anteriormente representava a divisão espiritual, ainda que muitos gentios se convertessem, como a cidade de Nínive, com a pregação de Jonas, por exemplo), trazendo grandes males e desavenças entre os povos, pois nada de supremo e maior os podia unir; não havia qualquer característica ou bem mais excelente que pudesse fazer com que as diferenças de culturas, línguas, ordem sociais e meios de vida fossem igualados. Todavia, Cristo é super abundantemente superior a todas estas coisas, a ponto do apóstolo afirmar: "Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto" (Ef 2.13).

Vamos considerar o que nosso texto deseja nos ensinar e admoestar.

1. Em Cristo não há judeu ou gentil - "No qual também vós juntamente sois edificados"

Algo que a Escritura ensina mui cristalinamente, é o fato de não haver mérito algum em se nascer em qualquer povo específico. É verdade que o apóstolo asseverou a graça do Senhor para com o povo judeu (Rm 1.16), entretanto, também deixou evidente que "pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8-9). Se não é por obras e a finalidade é para que nenhum homem creia ter algo inerente para que possa ser alvo da graça do Senhor, a salvação não pode ser condicionada à qualquer raça, como se intrinsecamente com ela fosse transmitida a salvação. Assim escreveu o apóstolo aos irmãos em Colosso: "Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos" (Cl 3.9-11).

Isto dever-nos-ia recordar da sumária importância de cada professo da fé cristã averiguar seu coração mediante o Espírito Santo e Sua Palavra. Se com o sangue de um povo não há transmissão da bênção (o que não significa que Deus abandonou o povo judeu - vide Rm 11.25), muito menos com o nascer em berço evangélico. Plenamente verdadeiro que pelo batismo infantil, os filhos são enxertados na comunidade do pacto (1Co 7.14 - clique aqui e aqui para ler um estudo sobre isso), mas tal aliança é a realidade da antiga sombra veterotestamentária, devendo ser confirmada pela fé e boas obras, de maneira que se isso não ocorrer, não pode haver salvação.

Porém, embora em Cristo não haja distinção entre judeus e gentios, a igreja primitiva vivia momentos nunca antes experimentados, porque até a vinda de Cristo, a igreja era judaizante e com o advento do Messias, surgira uma dúvida dupla: gentilizar os judeus ou judaizar os gentios? Em outras palavras, os judeus deveriam se despojar de suas tradições para seguir não mais a sombra, e sim a realidade ou os gentios é que deveriam se conformar aos preceitos judaicos? Tal discussão foi problemática aos apóstolos e demais presbíteros, tendo eles que se reunirem em concílio, para averiguar o que deveria ser feito (At 15).

Tal ponto nos ensina o que vimos anteriormente, a saber, que "todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor" (Ef 2.21). Judeus e gentios cresciam unidos e eram ensinados por aqueles que o Senhor colocou como guias de Seu povo: os presbíteros (Hb 13.17). Vemos, então, como os gentios receberam as palavras sobre o que deveriam se abster para andar em unidade: "E, quando a leram, alegraram-se pela exortação" (At 15.31). Por que se alegraram? Porque sabiam que também eram herdeiros da promessa, o que os levava a não buscar qualquer vantagem sobre outrem.

2. A Igreja do Senhor é Sua morada - "para morada de Deus"

Quando o Senhor se revelou a Moisés no deserto do Sinai, no monte Horebe (que é Sinai), nos diz a Escritura que "todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente" (Êx 19.18). A glória e poder do Senhor se manifestavam de uma maneira ímpar, sendo claramente visível aos homens e mulheres israelitas, quem sabe, também, por outros povos que pudessem avistar, ao longe, o santo monte. Mas toda esta demonstração deveria ser acompanhada de um santo temor e tremor: "E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai. E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte, certamente morrerá. Nenhuma mão tocará nele; porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá; soando a buzina longamente, então subirão ao monte" (Êx 19.11-13).

Enquanto o Senhor se revelava ao Seu servo, o povo deveria aguardar, cuidando para não tocar no monte, porque "todo aquele que tocar o monte, certamente morrerá". A santidade de Deus era vista, ouvida e sentida pelos sensores corporais que o Criador fizera ao ser humano. Os judeus podiam ver a fumaça, contemplar com certo horror o tremor do monte, todavia, nada podiam ver além disso, conforme nos é declarado: "Então o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma" (Dt 4.12). Embora não tivessem visto o Soberano (o que claramente nos ensina sobre a ilicitude de se representar a Deus em figuras humanas - clique aqui , aqui e aqui para ler mais), deveriam o temer por aquilo que Ele é e tinha por bem demonstrar.

Busquemos, segundo nossa limitação, imaginar a situação do povo diante daquele magnífico espetáculo divino. O alto monte fumegando "e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha". O "monte tremia grandemente" e o povo deveria aguardar a volta de Moisés com a Palavra do Senhor. Estavam temerosos e ansiosos para o que receberiam da parte de Deus. Tal ansiedade, porém, deveria ser controlada, pois não deveriam ousar tocar no monte, à semelhança de Uzá que à arca tocou e morreu (1Cr 13.9-10). A glória do Senhor cobria aquele lugar, mas mesmo assim o povo descreu no Senhor, murmurando a Arão, conforme lemos: "vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu" (Êx 32.1). Embora o povo soubesse que Deus havia os tirado do Egito, confiaram no homem Moisés, crendo que ele os havia tirado - quando isso fizeram, se decepcionaram.

Mas ainda devemos considerar a Moisés, o homem que estava envolto por toda esta glória e terror. Ainda que o Senhor falasse com Seu servo, como quem fala com seu amigo (Êx 33.11), certamente isto não retirava o santo tremor daquele homem. Sabendo que a qualquer momento podia, se fosse da vontade do Altíssimo, ser fulminado e ao pó voltar. Era cônscio de sua grandiosa responsabilidade em como que representar o povo ao Senhor, se elevando até Ele para receber os mandamentos e ordens sobre o povo.

Em resumo, a glória do Senhor era santa, séria e reverente. O profeta Isaías expressou esta seriedade no conviver com o Senhor: "No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono [...] Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Is 6.1, 5)

Sob o Novo Testamento, lemos: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez [...] E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1.1-3, 14). O santíssimo Senhor que fazia o monte fumegar, desceu à terra para habitar entre os homens. O excelso e inefável Soberano, teve por bem enviar Seu filho, para viver entre os homens, "a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8.29).

Agora notemos com quão grande seriedade deveríamos tratar a vida cristã e Sua Igreja. O mesmíssimo Senhor que estremecera o monte e realizara incontáveis maravilhas e proezas sob a égide do Antigo Testamento, agora afirma aos gentios que também com eles está. O Deus que criou os céus e a terra, habita no meio de Sua Igreja com não menos poder e força do que quando se revelou de modo mais notável aos homens. O Senhor que é "forte em poder" (Jó 9.4), está com Sua Igreja e com todos os Seus.

Ao refletirmos que "sois edificados para morada de Deus", aquela glória que enchia o santo templo do Senhor, deveria preencher nossos corações. Deveria nos encher de intrepidez, de modo que sirvamos "ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor" (Sl 2.11; Fp 2.12), sabendo, sempre, da graça do Senhor, sendo entendidos de "que Deus fala com o homem, e que este permanece vivo" (Dt 5.24).

Amados irmãos, isto é mais do que podemos conceber. Em pensarmos que a glória do Senhor repousa sobre Sua Igreja, é um bem inestimável que temos. Em crermos que o mesmo Senhor dos Exércitos cavalga à frente de Seus eleitos, extirpando todo o mal e fazendo que Sua Igreja seja triunfante e cresça para templo santo no Senhor, conforme já aprendemos, é algo divino.

Há que se lembrar, porém, de quantas são as vezes em que nos esquecemos desta verdade. A santidade do Senhor deveria nos atingir como um petardo vai de encontro às muralhas do inimigo, fazendo com que toda sorte de vãos pensamentos e meios humanos utilizados para agradar ao Senhor, sejam derribados e lançados ao longe. Incontáveis são os momentos em que os professos da fé cristã brincam com o Senhor, como se fosse homem passível de gracejos e vidas inconsequentes.

Assim como "a glória do Senhor enchera a casa do Senhor" (1Rs 8.11), isto é, Seu santo templo, igualmente hoje enche Sua Igreja - isto é tremendo e deveras significativo.

3. Uma Igreja em Espírito - "em Espírito"

A Igreja do Senhor, não obstante seja comparada ao templo do Antigo Testamento, é morada do Senhor "em Espírito". Paulo expressou este mesmo entendimento às igrejas na Galácia, quando disse: "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne" (Gl 5.16).

Como viver, então, em Espírito?

Em primeiro lugar, nos despojando das coisas para trás ficaram: "Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). Para que a Igreja ande em Espírito, ela precisa não ser mais escrava do pecado, pois para isso Cristo a comprou, afinal, "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24). Como cristãos, para andarmos segundo o beneplácito de Sua vontade mediante o Espírito Santo, precisamos abandonar, pela graça e misericórdia de Deus, as obras infrutíferas da carne - "E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as" (Ef 5.11).

Em segundo lugar, tendo a correta transformação da mente, "para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Notemos como o apóstolo evidencia o fato de que "pela renovação do vosso entendimento" é que se chega a experimentar a vontade de Deus. No entanto, há algo mais a ser feito e que, em verdade, é o estopim da transformação: "não sede conformados com este mundo". Mas como o homem pode ser inconformado com este mundo? Paulo já nos respondeu: "nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4-5). Porque todos os genuínos cristãos foram eleitos "antes da fundação do mundo", todos passaram a experimentar a "a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus", vivendo graciosamente não mais na carne, isto é, no pecado, e sim "em Espírito".

Em terceiro lugar, para vivermos em união com o Espírito Santo, precisamos ter a certeza de que todo "Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou" (1Jo 2.6). Mas este andar como Ele andou, conforme já vimos, é de acordo e por causa dos méritos de Cristo Jesus, o autor e consumador da herança! É porque Jesus, o sumo sacerdote, já venceu o pecado por todos os Seus filhos (Mt 4.1-11)!

Possa o Senhor, segundo Sua graça, nos conceder uma firme convicção de que somos parte de Sua Igreja. Uma forte impressão divina seja gravada sobre nossas vidas, para que entendamos que a Igreja do Senhor não será morada de Deus, mas, sim, que já é morada do Eterno. Apraze-se o Artífice, a nos levar a fixar esta bela e excelente bênção: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16 - grifo do autor).