quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Conquista de Calebe



6 Então os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, lhe disse: Tu sabes o que o SENHOR falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia por causa de mim e de ti.
7 Quarenta anos tinha eu, quando Moisés, servo do SENHOR, me enviou de Cades-Barnéia a espiar a terra; e eu lhe trouxe resposta, como sentia no meu coração;
8 Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém perseverei em seguir ao SENHOR meu Deus.
9 Então Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao SENHOR meu Deus.
10 E agora eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos;
11 E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar.
12 Agora, pois, dá-me este monte de que o SENHOR falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades. 
13 Porventura o SENHOR será comigo, para os expulsar, como o SENHOR disse.
14 E Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné, a Hebrom em herança. Portanto Hebrom ficou sendo herança de Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, até ao dia de hoje, porquanto perseverara em seguir ao SENHOR Deus de Israel.
15 E antes o nome de Hebrom era Quiriate-Arba, porque Arba foi o maior homem entre os anaquins. E a terra repousou da guerra. Js 14.6-15

         Há na Bíblia muito exemplos de homens que conquistaram em Deus grandes coisas. Um desses exemplos é o de Calebe que é um exemplo de Superação e Perseverança.
         Por que razão muitos sonham tanto e conquistam tão pouco? Por que muitos não vivem uma vida de triunfos?
         Calebe quando tinha 40 anos recebeu promessas que foram liberadas sobre ele. 

“ Porém o meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua descendência a possuirá em herança”.  Nm 14:24

         Essas promessas demoraram 45 anos para se cumprirem em sua vida.

Aprendendo a Conquistar Com Calebe

  • Calebe Sabia Que o Tempo Não Imprede o Cumprimento da Promessa


“Mas meus irmãos, que subiram comigo, fizeram derreter o coração do povo; eu porém perseverei em seguir ao SENHOR meu Deus”.  Js 14:8
        “Ele não permitiu que o tempo azedasse a sua esperança no cumprimento da promessa”  

1.1- O Tempo é Um Instrumento Que Deus Usa Para:

a) Nos aperfeiçoar
b) Nos preparar
c) Nos tratar

         Calebe sabia disso, que o tempo não iria impedir o cumprimento da Promessa.
         Ele sabia que não morreria antes de ver o cumprimento da promessa!
         “Passe o tempo que passar, no tempo certo a promessa vai se cumprir na sua vida”

  • Calebe Não Envelheceu Por Dentro


“ E agora eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos; 
E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar”  Js 14:10-11

         Quantas pessoas estão envelhecendo por dentro no espírito. Já não sentem o mesmo calor, a mesma vibração, o mesmo entusiasmo, a mesma coragem.
         Quem serve a Deus não envelhece por dentro!
         “Um homem não deixa de ser guerreiro quando envelhece, mas quando perde os seus sonhos e a sua visão”

  • Calebe Andava em Obediência

        Obedeceu mesmo quando muitos desobedeceram!

“ Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela”. Nm 13:30

        No meio da desobediência de muitos Calebe permaneceu obediente!

  • Calebe Possuía Fé e Visão


7 E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa.
8 Se o SENHOR se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel.
9 Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o SENHOR é conosco; não os temais.  Nm 14:7-9

  • Calebe Era Um Homem de Princípios


“Porém o meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua descendência a possuirá em herança”.  Nm 14:24

         Ele ouvia Moisés, obedecia e respeitava e da mesma agiu com Josué.
         “Princípios existem, para serem obedecidos e não questionados”
         “Os princípios são inegociáveis”

  • Calebe Sabia Que a Sua Força Estava em Deus e Não Nos Braços


“Agora, pois, dá-me este monte de que o SENHOR falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades. Porventura o SENHOR será comigo, para os expulsar, como o SENHOR disse”.  Js 14:12

  • Calebe Não Era Extraordinário

        Ele fez a diferença no meio de sua geração!

Conclusão

         Precisamos aprender com Calebe, tendo as mesmas atitudes que ele teve para que possamos conquistar da mesma forma que ele!

Ovelha Magra: Que lógica existe em Deus?

Ovelha Magra: Que lógica existe em Deus?: Nenhuma! Não existe qualquer lógica em um Deus que escolhe as coisas loucas deste mundo para ensinar e envergonhar as sábias! Quem te...

O LÍDER DECIDE E RESOLVE

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA
Subsídio para lição 09

Texto Básico: Neemias 4:14-16,20

“O nosso Deus pelejará por nós” (Ne 4:20).






INTRODUÇÃO

Nesta Aula aprenderemos sobre métodos de como solucionar problemas e tomar decisões. Para isso, teremos como modelo Neemias, um grande líder que confiava em Deus e aceitava a responsabilidade de solucionar problemas e tomar decisões.
Todos nós enfrentamos problemas, principalmente os que estão numa posição de liderança. O que faz a diferença não é somente o modo como enfrentamos os problemas, aos sermos colocados frente a frete com os mesmos para que possamos tomar decisões, mas, principalmente, o tipo de pessoas que nos tornamos após resolvê-los. Certamente, não devemos ser afoitos e passar a tomar decisões precipitadas. O líder inspirador, usando de estratégias corretas e sábias, vence os problemas e aprende a se tornar melhor. No entanto, muitas vezes, o melhor mesmo é se antecipar aos problemas através do planejamento. A forma como o líder se posiciona diante dos problemas e as decisões que toma para solucioná-los é que faz a diferença.

I. SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

A seguir, indicamos alguns passos necessários para solucionar problemas.
1.Identificação (Ne 2:11-13).Antes de tomar qualquer decisão, deve-se identificar o problema, analisando e descrevendo a situação ou condição geral. Depois, expor o problema em termos específicos e claros, e só então, decidir qual ação será necessária”.
Este foi o caso de Neemias. Antes que o processo de construção pudesse começar, ele usou certo tempo para preparar a si mesmo e ao povo. Quando ele chegou a Jerusalém, inspecionou pessoalmente os desafios que o aguardavam. Ele fez isso em silêncio, durante a noite, vendo com seus próprios olhos os estragos e fazendo seus planos, sem interferências de terceiros ou de conselhos inoportunos. Quatro eram os problemas mais gritantes que estavam afligindo a cidade de Jerusalém (Ne 2:13,17):
Primeiro, a pobreza e a humilhação. Jerusalém estava assolada e debaixo de opróbrio. Cento e vinte anos haviam se passado desde que foram levados para a Babilônia, mas a pobreza ainda assolava o povo. Viviam no meio de escombros. Eles perderam o ânimo para lutar. Viviam oprimidos pelos seus inimigos. Cada um corria atrás da sua própria sobrevivência e, assim, o povo perdeu a noção de cidadania. Não é o que vemos hoje em muitos países, inclusive no nosso?
Segundo, a injustiça social. As portas estavam queimadas. Os juízes julgavam as cidades em suas portas. Portas queimadas denunciavam um poder judiciário falido e apontavam para uma cidade onde não havia quem julgasse segundo a lei. A justiça estava ausente, pois o poder judiciário estava sem ação.
Terceiro, a insegurança pública. Os muros estavam quebrados. A cidade estava fragilizada e vulnerável ao ataque dos inimigos.
Quarto, Jerusalém estava enfrentando grande desprezo. "... e desprezo" (Ne 1:3). Além de viverem numa cidade sem segurança e sem justiça; além de estarem golpeados pela pobreza, eram também ultrajados pelo desprezo. Era um povo esquecido, abandonado à sua sorte. Maior do que a dor da pobreza, é a dor do abandono. O povo estava desassistido e ainda encurralado pelos inimigos. Muitos vivem assim ainda hoje. O desprezo não dói apenas no bolso e no estômago, mas, sobretudo, na alma. Ele atinge o âmago, o íntimo. Ele tenta destruir o homem de dentro para fora.
2. Implementação (Ne 2:17,18).No inicio, deve-se considerar soluções alternativas (com as vantagens e desvantagens de cada uma delas). Traçar um curso de ação e esboçar procedimentos objetivos. Delegar as responsabilidades e agir. Cada procedimento deve ser cuidadosamente monitorado”.
Depois de identificar os problemas, Neemias faz menção de seus planos, e ousa implementar uma solução radical, sabendo ele que Deus estava nesse negócio (2:18). Neemias mexe com o brio do povo. Ele move o povo ao sentimento do patriotismo. Ele abre seus olhos para a realidade em que viviam. Neemias mostra que não podemos nos conformar com o caos, com a crise, com o opróbrio. Mas Neemias também chama o povo para trabalhar. Jamais a reforma teria sido feita se o povo não se envolvesse. Cada um precisa fazer sua parte. Não adianta culpar os outros e apenas ver o que eles precisam fazer. John Maxwell diz que os líderes não apenas sabem aonde estão indo; eles também levam pessoas com eles
Neemias mostrou o exemplo pessoal. Ele não disse “vá e construa”, mas “vinde e construamos” (Ne 2:17). O líder precisa estar na frente. Neemias não tinha interesses pessoais. Ele deixou seu posto, sacrificou-se. Só gente abnegada pode liderar um povo a se levantar e agir. De igual modo, Neemias também mostrou a força da unidade. A união nos protege contra o desencorajamento. A união nos ajuda a enfrentar uma oposição hostil e combinada.
“...Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne 2:18). A resposta do povo foi pronta, prática e unânime. John Maxwell destaca sete princípios usados por Neemias para lidar com o povo: simplificação, participação, delegação, motivação, preparação, cooperação e comemoração. E acrescenta: "Nenhuma grande tarefa é realizada sem que haja pessoas para concretizá-la e um líder para conduzi-la".
3. Avaliação (Ne 3:2-15; 4:14).Se o resultado for satisfatório, o problema pode estar resolvido. Se não estiver claro do êxito, então deve-se questionar se o problema foi identificado, ou se a ação escolhida foi adequada para a situação. Por fim, convém verificar se o responsável pela ação era a pessoa certa para a referida atividade. Nessa avaliação, o líder deve ponderar igualmente sobre duas coisas: o que ele fez com os problemas e o que os problemas fizeram com ele e com o seu grupo”.
O que se pode avaliar do trabalho implementado por Neemias: foi um sucesso. O segredo do sucesso:
a) Ele colocou as pessoas certas no lugar certo. Esse princípio é percebido pelas expressões "junto a ele" e "ao seu lado". O líder tem a visão do farol alto. Ele vê sobre os ombros dos gigantes. Ele tem uma visão global e compreende como ajudar os outros a encontrar sua utilidade nesse contexto. O segredo do sucesso é nomear as pessoas certas para os lugares certos. Neemias sabia onde cada pessoa devia estar, onde devia trabalhar e o que devia fazer. Ele designou os homens de Tecoa, Gibeom, Jericó e Mispa para as partes do muro em que não havia residentes por perto. Alguns tinham a responsabilidade de reconstruir os muros desde o alicerce, enquanto outros tiveram apenas de fazer reparos. Cada um sabia o que se esperava de sua tarefa. Em todo trabalho, houve coordenação. O trabalho em equipe é um dos segredos do sucesso.
b) Ele trabalhou em harmonia com os demais. As expressões "junto a ele", "ao seu lado", "junto dele", "depois dele" mostram que todos trabalhavam em harmonia. Não havia disputas, ciúmes, brigas ou melindres. Cada um deve estar contente com a sua tarefa. Todos devem trabalhar para o mesmo propósito: a reconstrução da cidade. Não existe ninguém buscando glória pessoal. Os membros da equipe completam-se uns aos outros - jamais competem uns com os outros. Tudo na vida gira em torno de relacionamentos. Alguém disse que a chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos.
c) Ele trabalhou em equipe. O segredo do sucesso na obra é o trabalho em equipe. Se o todo prospera, também o individual prospera. Sem trabalho coordenado, reina o caos. Esse princípio de trabalho em equipe funciona na indústria, nas igrejas, nos hospitais, no lar, na escola ou em qualquer outro lugar. John Maxwell diz que não há limites para o sucesso quando não limitamos as pessoas.

II. TOMAR DECISÕES

A tomada de decisão é definida como ato de decidir diante de um problema seja ele proveniente de fatores externos (exemplo: inimigos opositores da obra de Deus – Ne 2:19) ou fatores internos (muros caídos, portas queimadas, opróbrio... – Ne 2:13). Disse Neemias: “O Deus dos Céus é que nos fará prosperar(2:20). Isso é tomar uma decisão firme e resoluta.
1. Passos (Ne 4:4-23). Mostrar-se confiante no Senhor Deus é o ponto de partida para se tomar uma decisão. Neemias enfrentou as táticas mais usuais de seus opositores: a ridicularização (Ne 4:1-3); a resistência (Ne 4:7-8) e os boatos (Ne 4:11-12). No entanto, ele conseguiu dar as contrapartidas corretas para cada uma delas. Ele...
< !--[if !supportLists]-->a) <!--[endif]-->Confiou em Deus (Ne 4:4,5);
< !--[if !supportLists]-->b) <!--[endif]-->Respeitou a oposição (Ne 4:9);
< !--[if !supportLists]-->c) <!--[endif]-->Reforçou os pontos fracos (Ne 4:13);
< !--[if !supportLists]-->d) <!--[endif]-->Tranquilizou o povo (Ne 4:14);
< !--[if !supportLists]-->e) <!--[endif]-->Recusou-se a parar (Ne 4:15);
< !--[if !supportLists]-->f) <!--[endif]-->Renovou continuamente o ânimo do povo (Ne 4:16-23).
Reconstruir era o grande desafio de Neemias. Apesar dos que se opunham, nada impediu o avanço e conclusão da obra de Deus. O capítulo 6 de Neemias diz que os inimigos conspiraram e intimidaram o povo de Deus e usaram até de suborno para atemorizar Neemias(Ne 6:13). Mas ele era um líder determinado, persistente e estava convicto de sua missão. A persistência é a ultima qualidade a ser medida em nossa liderança, e o segredo está em conseguir sobreviver ao ataque daqueles que nos criticam. Neemias ensinou-nos essa lição ao permanecer fiel ao compromisso de sua missão. É assim que precisamos ser, pois estamos fazendo uma grande obra e não podemos parar ou recuar.
2. Obstáculos (Ne 6:15,16). O líder é cônscio de que para realizar a Obra de Deus não basta sinceridade, desejo e entusiasmo. Haverá obstáculos no caminho que precisam ser superados. Mas o líder que confia em Deus e sabe para onde está indo pode enfrentar os obstáculos de frente e obter pleno êxito.
Neemias enfrentou obstáculos externos e internos. Quanto ao obstáculo externo, Neemias identificou o maior que se colocou diante dele para realizar a Obra de Deus: Sambalate (governador de Samaria), Tobias (da nobreza dos amonitas) e Gesém (o árabe). Estes inimigos do povo de Deus, tentaram de todas as maneiras tirar Neemias do projeto que estava comprometido. Todos estavam engajados na oposição à obra de Deus. Também, os arábios (sul), os amonitas e os asdoditas (4:7) se uniram a estes para se oporem ao povo de Deus. Houve uma orquestração maligna contra o povo de Deus - "...iraram-se sobremodo..."(4:7); "...coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali"(4:8).
Como Neemias enfrentou a pressão e o ataque dos inimigos? Com armas. A primeira arma que Neemias usou foi a oração (Ne 4:9). Neemias sabia que o sucesso da obra de Deus depende também e sobretudo de oração. Não podemos enfrentar os inimigos sem o socorro de Deus, sem a ajuda do céu. A segunda arma que Neemias usou contra os inimigos foi a vigilância constante (Ne 4:9). Não basta orar, é preciso vigiar. Precisamos manter os olhos abertos. E preciso existir estreita conexão entre o céu e a terra, confiança e boa organização, fé e obras.
Todavia, o maior obstáculo que surgiu no caminho de Neemias foi o desânimo do povo (ler Ne 4:10). Os problemas internos são mais perigosos do que os problemas externos. Os carregadores estavam sem forças, os escombros eram muitos e a conclusão óbvia foi: "Não podemos edificar o muro". Eles sentiram que não tinham capacidade para concluir a obra. Muitas vezes, o nosso maior problema somos nós mesmos. O maior obstáculo da obra são os obreiros, dizia Dwight Moody. Um povo desanimado sempre olha para as circunstâncias em vez de olhar para o Senhor; escuta mais a voz do inimigo do que a voz de Deus.
Satanás não dá trégua! Durante toda a Obra de Deus ele vai fazer oposição; destruir faz parte da essência do seu caráter(ler João 10:10). Isto nos remete à realidade de que a vida cristã é uma guerra contínua; é uma batalha sem trégua. É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição.
A despeito dos obstáculos a obra de Deus avançou e foi concluída (Ne 6:15). O muro foi construído com a participação efetiva de todos - grandes e pequenos, homens e mulheres, ricos e pobres. Quando o povo de Deus se dispõe a trabalhar, o impossível de Deus acontece. A conclusão da obra trouxe alegria para o povo de Deus e abatimento para o inimigo (Ne 6:16).
O líder inspirador que ama a Deus e comprometido com os seus propósitos sabe que todas as coisas cooperam para o seu bem. Portanto, começa e termina bem (Rm 8:28).

III. NEEMIAS, O EXEMPLO

O nome Neemias significa "aquele que consola". Neemias era um consolador, um homem de coração aberto e sensível aos problemas dos outros. Ele era um servo de Deus, servindo ao rei da Pérsia e disposto também a servir o seu desprezado povo. Possivelmente, Neemias tenha nascido no cativeiro e tenha crescido num ambiente cercado por influências pagãs. No entanto, mesmo cercado por ambiente hostil, cresceu como um homem comprometido com Deus.
Era um líder que orava e agia, que falava e fazia, que planejava e motivava, que confrontava e consolava, que buscava a glória de Deus e o bem do povo e não sua própria promoção. Sua vida é um exemplo, sua liderança é um estandarte, seu trabalho é um monumento. A poeira do tempo não pode apagar seus feitos. Sua abnegação e coragem são tônicos que ainda fortalecem os braços de muitos líderes.
Zorobabel havia guiado o povo pra reconstruir o templo. Esdras liderou o restabelecimento do culto e dos cerimoniais. Agora, havia a necessidade de um líder que conduzisse o povo na restauração dos muros de Jerusalém.
Contemporâneo de Esdras, Neemias tinha sua ocupação como copeiro do rei Artaxerxes. Ele aprendeu por si próprio a lei da empatia, a lei da oportunidade, a lei do comprometimento, a lei das prioridades, a lei da prontidão e a lei da vitória.
Neemias ouviu dizer que os muros de Jerusalém estavam em ruínas, uma desgraça para os judeus. As nações vizinhas os ridicularizavam. Essas notícias horríveis incomodaram muito a Neemias, e ele percebeu que algo deveria ser feito. Definitivamente, ele decidiu tomar conta de um projeto de reconstrução das muralhas de Jerusalém, que, por anos, ficaram deitadas ao chão. Neemias posicionou operários em locais estratégicos, e todos trabalharam com sucesso até que concluíssem sua tarefa. Posto em prática o seu projeto, aquelas muralhas estariam novamente reerguidas em 52 dias. Os judeus viram nas muralhas reerguidas um símbolo de que Deus não os havia abandonado e de que estava pronto para restaurar também a vida deles. Neemias é o tipo de líder que decide e resolve.
1. Renúncia (Ne 1:2,5). Neemias provavelmente não conhecia Jerusalém. Ele cresceu num contexto de politeísmo. Contudo, por causa de sua integridade, capacidade e lealdade, ocupou um cargo de grande confiança no reinado de Artaxerxes, em Susã, principal palácio e residência de inverno do monarca. O seu cargo era de copeiro do rei. Pelo grande temor que os reis tinham de ser envenenados, o copeiro era um homem de grande confiança. Ele provava o vinho do rei e cuidava dos seus aposentos. Ele supervisionava toda a alimentação do palácio e, antes de o rei ingerir qualquer bebida, devia tomar o copo, ingerindo-a ele mesmo. Isso tinha por fim demonstrar que nenhuma traição ocorrera e que, portanto, não havia perigo de envenenamento. O copeiro tinha acesso constante à presença do rei e, por isso, tornava-se uma pessoa de grande influência. O rei da Pérsia colocava a vida em suas mãos. Além de copeiro, ele era uma espécie de primeiro-ministro, o braço direito do rei Artaxerxes. Contudo, Neemias abriu mão de tudo para cumprir os propósitos de Deus.
Realizar os sonhos de Deus é mais importante do que viver encastelado no nosso próprio conforto. Por isso, Neemias deixou sua zona de conforto, o palácio de Artaxerxes, e foi reconstruir os muros caídos de Jerusalém.
Qual é o propósito de Deus para sua vida? Melhor do que realizar os seus próprios sonhos, é cumprir o soberano projeto de Deus. Moisés, Ester, Neemias e Paulo aprenderam o que é viver para realizar os propósitos do coração de Deus.
2. Visão (Ne 2:5-9). Quando se trata de visão, Neemias é um dos melhores exemplos de liderança da História. Ele foi um líder sintonizado com o céu e com a terra. Ele olhava a vida da perspectiva do tempo e da eternidade. Ele foi um empreendedor guiado pelo desejo de fazer o extraordinário. Foi um líder capaz de entender a situação geral e a necessidade de agir. Todavia, buscou a direção de Deus antes de agir (Ne 1:11; 2.4).
Visão é uma imagem clara do que se pretende alcançar. Mas não basta ter uma visão. Precisa haver dedicação no sentido de agir em função dela. A história de Neemias revela que ele tinha a visão de reconstruir as muralhas de Jerusalém. Sua missão era levar essa visão à realidade. Ele apresentou um plano de reconstrução dos muros da cidade santa ao Rei Artaxerxes e trabalhou até ver o muro reerguido e sua visão concluída.
Ele orou por quatro meses. No dia em que foi falar com o rei, intensificou sua oração (Ne 1:11). Na hora que foi responder ao rei, tornou a orar (Ne 2:4). Neemias endereçou ao céu uma oração telegrama, breve, silente, eficaz. Orar é pedir que Deus faça aquilo que não podemos fazer. Precisamos nos preparar em oração antes de começarmos os nossos projetos. Precisamos nos quebrantar mais diante de Deus, antes de sermos usados por Deus.
Neemias sabia que a melhor maneira de influenciar os poderosos da terra era ter a ajuda do Deus todo-poderoso. Ele foi ao rei confiando no Rei dos reis. Ele conjugou oração e ação. Pela oração e ação de Neemias um obstáculo aparentemente intransponível foi reduzido a proporções domináveis. O coração do rei se abriu e os propósitos de Neemias foram contemplados.
Revestidos de coragem e fé, firmemente, pediu a autorização do rei e o apoio material para a reconstrução de Jerusalém. Ele esperou um dia de festa, em que a rainha estava presente (2:6)- é preciso ter sabedoria para saber a hora certa de agir - é preciso agir no tempo de Deus.
Veja a seguir, resumidamente, os pedidos que Neemias fez ao rei. Só um líder audaz, diligente e visionário fará isso.
< !--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ele pediu ao rei para mudar sua decisão política acerca de Jerusalém (Ne 2:5) – o rei tinha dado uma ordem para paralisar a obra de reedificação da cidade - Neemias pediu algo que alteraria um decreto do rei.
< !--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ele pediu ao rei para ser enviado com a missão de reconstruir Jerusalém (2:5) - Neemias recebeu seu chamado de Deus, mas precisa ser enviado pelo rei.
< !--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ele pediu cartas de recomendação (2:7) - antecipou soluções – foi prudente - demonstrou uma visão prospectiva e proativa.
< !--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ele pediu provisão para a viagem (2:8) - Não se faz a obra de Deus sem recursos - Neemias pede a quem pode atender – é necessário coragem para isso.
< !--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Ele pediu proteção para a viagem (2:9) - Neemias não dispensou os oficiais do exército nem os cavaleiros - a proteção divina não anula a prudência humana. Precisamos confiar em Deus e manter a prudência e a cautela.
3. Informação (Ne 2:12-15). Antes de divulgar o seu plano para reconstrução da cidade, aos judeus, aos oficiais, aos sacerdotes e aos nobres, Neemias precisava de informações concretas das dimensões das cidade e de suas ruínas. Por isso, chegando a Jerusalém e permanecendo na cidade por três dias (Ne 2:11), Neemias percebe, depois de andar pelas ruas de Jerusalém, à noite (Ne 2:12), que tudo que tinha ouvido falar era verdade: a cidade estava destruída. Os escombros fechavam os caminhos. Além disso, havia insegurança pública, injustiça social, pobreza e extrema miséria(Ne 2:17). Parecia ser uma causa perdida. As coisas pareciam imutáveis. Mexer em algo tão sedimentado dava medo. Alguns pensavam: “É melhor deixar as coisas como estão. É melhor não revirar essas pedras. Vai levantar muita poeira. Vai trazer muita coisa à memória. Nós não vamos dar conta. Nossos inimigos vão escarnecer de nós!”.
A restauração de Jerusalém não interessa a todas as pessoas. Há quem lucra com os escombros. Durante os 120 anos que se seguiram depois dos muros terem sido derrubados pelos caldeus(2Cr 36:19), dezenas de milhares de habitantes de Jerusalém literalmente viram aquilo e não fizeram nada. O que o povo precisava era de um líder que os motivasse à luta, que traçasse um plano de ação e os conduzisse por todo o processo de reconstrução. Deus chamou Neemias para realizar essa grande obra - “... o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém”(Ne 2:12). Muitos viram a desolação da cidade, alguns choraram sobre ela, mas somente Neemias a reconstruiu. Não basta apenas lamentar o caos em que se encontra a sociedade. É preciso conceber sua restauração como alvo supremo da nossa vida. [1]
Uma grande obra pode começar quando um homem se levanta e se coloca nas mãos de Deus. O sonho humanamente impossível torna-se realidade quando você ora e age no tempo oportuno de Deus, com discernimento e sabedoria, com objetivos claros diante de Deus e dos homens. Quais são os sonhos que lhe parecem impossíveis? Quer começar a orar, a chorar e jejuar por eles?
4. Motivação (Ne 2:17,18; 3:1-16)). O verdadeiro líder é aquele que motiva as pessoas a abraçar o seu projeto. Como um exímio administrador, Neemias conhecia bem a arte de motivar e mobilizar as pessoas. Ele move o povo ao sentimento do patriotismo. Ele abre seus olhos para a realidade em que viviam. Neemias mostra que não podemos nos conformar com o caos, com a crise, com o opróbrio. Ele chama o povo para trabalhar; jamais a reforma teria sido feita se o povo não se envolvesse. Cada um precisa fazer sua parte. Não adianta culpar os outros e apenas ver o que eles precisam fazer.
Foi convocada uma assembleia dos lideres dos judeus e o assunto lhes foi exposto claramente - “Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas tem sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio”(2:17). Então ele lhes contou como Deus o tinha convocado para realizar essa missão, e como o Senhor tinha agido sobre o rei para que o ajudasse, não apenas ao dar-lhe a autoridade como governador (5:14), mas também ao tornar disponíveis a ele os materiais necessários para realizar o trabalho. Este fervoroso apelo recebeu resposta rápida. Impressionados com o zelo de Neemias, os líderes judeus responderam imediatamente: “Levantemo-nos e edifiquemos”(Ne 2:18).
- O sumo sacerdote foi o primeiro da lista a abraçar a obra (Ne 3:1). Sua posição de liderança não o isentou do trabalho, mas o fez exemplo para os demais. O líder precisa estar na frente. Ele não pode querer que os outros abracem a obra se ele não está na frente. Privilégio e responsabilidade andam juntos. O líder é aquele que se identifica com o povo, é exemplo para o povo e trabalha com o povo.
- Os sacerdotes, de igual forma, lançaram mão à obra (3:22,28). Eles não apenas trabalharam na obra, mas fizeram mais do que se esperava deles.
- Os ourives também se envolveram com a obra (3:8,31). Eles também poderiam ter se desculpado, dizendo: "Nós temos as mãos finas, só trabalhamos com coisas delicadas". Mas eles pegaram em pedra bruta e assentaram tijolos.
- Os regentes de dois distritos, semelhantemente, se dispuseram a trabalhar (3:9,12,14,15,16). Eles deixaram seus aposentos de conforto para trabalhar ombro a ombro com as classes operárias. Trabalharam sem rivalidades ou ressentimentos.
A motivação de Neemias contaminou todas as pessoas, ninguém ficou de fora. Homens de lugares diferentes e de diferentes ocupações trabalharam juntos no muro. Além dos que foram citados acima, também participaram da obra: os levitas, chefes e pessoas comuns, porteiros e guardas, fazendeiros, farmacêuticos, mercadores, empregados do templo e mulheres. O líder é aquele que vê o potencial de cada pessoa e a motiva a acreditar em si mesma. Só gente abnegada como Neemias pode liderar um povo a se levantar e agir.
Mas alguém pode perguntar: ninguém se recusou a participar? Claro que sim. Na obra de Deus, o líder não deve esperar por unanimidade. A elite de Tecoa,a cidade natal do profeta Amós, não quis sustentar o trabalho em Jerusalém e recusou-se a participar da reconstrução do muro(Ne 3:5). Todavia, Neemias não permitiu que a rejeição dessas pessoas tirasse seu entusiasmo e otimismo. Ele trabalhou com quem estava disposto a trabalhar. Bem disse o rev. Hernandes Dias Lopes: não podemos permitir que a omissão ou a ausência de alguns nos tirem a alegria da presença de outros, nem podemos permitir que o desestímulo de alguns desvie os nossos olhos do alvo que é a reconstrução da cidade. Devemos nos alegrar mais com aqueles que estão conosco do que nos entristecermos com aqueles que estão de braços cruzados. [1]
5. Neemias participou ativamente dos trabalhos(Ne 4:17,23). Ele mobiliza o povo para o trabalho e torna-se o pai do chamado mutirão. Neemias participou ativamente dos trabalhos. Ele não disse "vá e construa”, mas "vinde e construamos!" (2:17); não só liderava, também fazia parte da equipe. Ele era um grande e admirável exemplo para o seu povo. Jamais deixou de labutar junto ao povo - “E nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes; cada um ia com suas armas à água”(Ne 4:23).
Disse o pr. Elinaldo Renovato: “líder não é o que manda, mas o que comanda; líder não é o que ordena: ‘façam’, mas o que motiva: ‘façamos’. O pseudolíder esbraveja: ‘Aqui, quem manda sou eu!’. Quem assim age, jamais será um líder, mas um capataz”.

CONCLUSÃO

“O líder inspirador bem sucedido não tarda em agir diante das dificuldades, pois sabe que todo problema representa perigos e oportunidades. Sabe também que todos são circunstanciais e permitidos pelo Senhor, a fim de que posas aprender a tomar decisões, enquanto cresce e obtém a vitória plena”.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal, CPAD.
Princípios para uma boa liderança - Pr. Cleverson de Abreu Faria.
MAXWELL, John C. Maxwell. 21 Minutos de poder na vida de um líder.

[1] Hernandes Dias Lopes – Neemias - o líder que restaurou uma nação.

A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE



A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE

TEXTO ÁUREO = E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou(Gn 1.27).

VERDADE PRÁTICA = Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de sexualidade plena e diferenciada, macho e fêmea, segundo seus propósitos. Essa sexualidade era normal no princípio.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Gênesis 1.27; 2.24; 1 Coríntios 7.2,3,5; Provérbios 5.18;

Eclesiastes 9.9.

introdução

Quando Deus formou o primeiro casal, dotou-o de estrutura físico-emocional e instinto sexual que o capacitam para a reprodução e preservação da espécie humana. O propósito de Deus é que os filhos procedam do casamento e não de outra maneira. A quebra dessa lei resulta em frutos amargos para a família. Deus assim dotou o homem para propósitos específicos, puros e elevados. Portanto, a sexualidade é parte natural e integrante do ser humano. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental e indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges e, como já foi dito, para a perpetuação do gênero humano, circunscrita ao plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco nesta lição sobre esse importante assunto.

VISÃO BÍBLICA DO SEXO

1. O sexo foi feito por Deus. Deus fez o homem, incluindo o sexo e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente, criou também o instinto sexual. No princípio, ao ser criado, o sexo era puro e sem pecado. Mas, com a transgressão de Adão no Éden, todas as faculdades do homem foram afetadas pelo pecado, inclusive o sexo.

2. O homem participando da criação. Deus quis em sua soberania que o homem desse continuidade à espécie, macho e fêmea, indicando a clara e inequívoca diferenciação entre os sexos (ver Gn 1.27).

3. A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados (Gn 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma esposa, já formada, preparada para a união conjugal. O ensino bíblico é que o homem deve desfrutar o sexo com a esposa de modo normal, racional, sadio e amoroso não com a namorada ou noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal. Este, não ocorre entre solteiros (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Pesquisas indicam que 50% dos jovens evangélicos já praticaram sexo antes do casamento. Isso é pecado grave contra o próprio corpo, contra o Criador, contra a Palavra de Deus, contra o próximo, contra a Igreja e contra a família.

O SEXO E A VIVÊNCIA CRISTÃ

1. Sua natureza.Quando terminou de criar todas as coisas (incluindo o homem), “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom e foi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gn 1.31). O sexo, como já afirmamos, fez e faz parte da constituição físico-emocional do ser humano, desde a criação. Logo, não é correto concebê-lo como algo imoral, feio, vulgar e pecaminoso. Deus não faria nada ruim. Ele planejou e formou o homem, a “coroa da criação”, numa totalidade, incluindo o sexo. O que tem arruinado o sexo e o tornado repulsivo por muitos é o seu uso ilícito, antibíblico, antinatural, anticristão, antissocial e sub-humano. Demônios podem atuar no ser humano na área do sexo (Os 4.12; 5.4).

2. Suas finalidades. A união conjugal pautada nas Sagradas Escrituras propicia:

a) A procriação (Gn 1.27,28; Sl 139.13-16). A procriação é o ato criador do Eterno através do homem.
Ele dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação desse maravilhoso e sublime processo que a mente dos mortais jamais poderá explicar.“Frutificai e multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gn 1.27,28).

b) O ajustamento do casal. Em 1 Coríntios 7.1-7, vemos uma orientação bíblica muito importante do apóstolo Paulo no que diz respeito à intimidade conjugal. O apóstolo, nesta passagem, considera os seguintes princípios:

Prevenção (v.2): “mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher e cada uma tenha o seu próprio marido”. Com isso, evita-se o adultério e a prostituição.

Mútuo dever (v.3): “O marido pague à mulher a devida benevolência e, da mesma sorte, a mulher ao marido”. É o dever do amor conjugal, no que tange ao atendimento das necessidades sexuais, a que tem direito cada cônjuge.

Autoridade mútua (v.4): “A mulher não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no a mulher”. Não se trata aqui, da autoridade por imposição, pela força, mas sim pelo amor conjugal. Diga-se também que o marido não pode abusar da esposa, praticando atos ilícitos, carnais, abusivos e sub-humanos, ou vice-versa.

Abstinência consentida (v.5): Isto é importante no relacionamento do casal. Os cônjuges podem abster-se, por algum tempo, da prática sexual, mediante o consentimento mútuo. Não pode haver imposição de um sobre o outro. Caso decidam separar-se no leito conjugal, devem fazê-lo sob as seguintes condições: que haja concordância entre ambos, e que haja sabedoria quanto ao tempo determinado para dedicarem-se à oração e à disciplina da vontade (de ambos).

c) A satisfação amorosa do casal. Existem seitas ou religiões e, até evangélicos, que proíbem o prazer do sexo alegando que a finalidade deste é somente a procriação. Isso não tem base na Bíblia. Vários textos nos mostram que Deus reconhece o direito de o casal usufruir desse prazer. Em Provérbios 5.18-23, o sábio recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato procriativo. Nesta passagem, porém, o homem é advertido quanto à “mulher estranha”, a adúltera; e é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade (ver Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). No Antigo Testamento, a “lua de mel” durava um ano! (Dt 24.5).

3. Ante a lei divina. A vida sexual do casal, na ótica bíblica:

a) Deve ser exclusiva ou monogâmica. Deus condena de forma veemente a poligamia (Gn 2.24; Pv 5.17).

b) Deve ser alegre. O casal tem direito de usufruir do contentamento propiciado pela intimidade matrimonial (Pv 5.18).

c) Deve ser santa (1 Pe 1.15 e 1 Ts 4.4-8). A santidade se aplica também ao nosso corpo, uma vez que o Espírito Santo habita em nós (1 Co 6.19,20), razão pela qual toda e qualquer prática sexual ilícita (aberrações, bestialidade etc.) não devem ser permitidas; além de pecaminosas, não contribuem para o ajustamento espiritual do casal.

d) Deve ser natural (Ct 2.6; 8.3). As relações sexuais anal e oral são antinaturais e sub-humanas, portanto, reprováveis. Os pecados do sexo são responsáveis por muitas doenças, inclusive as denominadas “sexualmente transmissíveis (DST) que vêm ceifando milhões de vidas no mundo inteiro, principalmente a AIDS”. Essas práticas sexuais reprováveis estão sujeitas a juízo (Hb 13.4).

III. O SEXO QUE A BIBLIA CONDENA

1. Fornicação. Prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro. O fornicário não entra no céu (Ap 21.8; Gl 5.19 e 1 Co 6.18).

2. Adultério. Relação sexual de casados com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e Rm 13.9). É grave e desastroso pecado (Pv 5.1-5).

3. Prostituição. Em sentido geral, envolve todas as práticas sexuais pecaminosas. Em sentido estrito, é a intimidade sexual com prostitutas e a infidelidade conjugal. Deus a proíbe com veemência (Dt 23.17); é grave pecado (1 Co 6.16); é insanidade, loucura, estupidez e torpeza (Pv 7.4-10; 1 Co 6.15-18).

4. Homossexualismo. É a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo. Contrariando a opinião de muitos, a Bíblia condena, pois é abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18), perversão sexual de Sodoma — sodomia (Gn 19.5). Deus destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos (1 Co 6.9,10).

5. A masturbação. Há ensinadores que não a consideram pecado de forma alguma. Outros, dizem que é totalmente errado. Outros, ainda, dizem que, se não for por vício, mas por necessidade, torna-se moralmente justificável. De qualquer forma, é pecado, por contrariar o plano de Deus, pois o sexo não deve ser egoísta, mas partilhado com outra pessoa, no âmbito do casamento. A masturbação está sempre associada a fantasias sexuais.

PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL

Hb 13.4 = “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2 Co 11.2; Tt 2.5; 1 Pe 3.2). A palavra “puro” (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de Deus.

Isso abrange o controle do corpo “em santificação e honra” (1 Ts 4.4) e não em“concupiscência” (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual, vejamos o seguinte:

( I ) A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus (ver Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12).Mediante o casamento, marido e mulher tomam-se uma só carne, segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados.

(2) O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor (Ex 20.14 ) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados nas Escrituras(ver Pv 5.3 ) e colocam o culpado fora do reino de Deus = (Rm 1.24-32; = 1 Co 6.9,10; = Gl 5.19-21).

(3) A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza. Deus proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; ver 18.6 ).

(4) O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade premarital em nome de Cristo, simplesmente com base num“compromisso” real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus. E igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge.

A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: “temperança” (Gl 5.22-24).

(5) Termos bíblicos descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal.

(a) Fornicação (gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3).

(b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa (ver 1 Tm 2.9, sobre a modéstia).
Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se participe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19: Ef 4.19: 1 Pe 2.2.18).

(c) Enganar. i.e.. aproveitar-se de uma pessoa. ou explorá-la (gr. pleonekteo, e.g., 1 Ts 4.6), significa privá-la da pureza moral que Deus pretendeu para essa pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1 Ts 4.6; Ef 4.19).

(d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumía) é um desejo carnal imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef 4.22; = 1 Pe 4.3; = 2 Pe 2.18; ver Mt 5.28).

CONCLUSÃO

Os preceitos bíblicos que dão conta da sexualidade se identificam com o que Jesus chamou de “caminho estreito”, o qual poucos se dispõem a palmilhar. No mundo hodierno, onde os meios de comunicação em massa aprovam, promovem, incentivam e exaltam o erotismo, sensualidade, a prostituição e o sexo fora do casamento, de modo irresponsável e pecaminoso é necessário que o cristão tome posição firme e consciente. Ele deve orientar-se pelos princípios morais e éticos, para a sexualidade, à luz da Palavra de Deus.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

LIÇÕES BIBLICAS CPAD2002 Bíblia de Estudo Pentecostal A Juventude Cristã e o Sexo. Elienai Cabral, CPAD.
E Agora, Como Viveremos? Colson & Pearcey, CPAD.
Ética: As Decisões Morais à Luz da Bíblia. Arthur F. Holmes, CPAD.
Pureza Sexual: Como Vencer Sua Guerra Interior. Robert Daniels, CPAD.
Responda-me, Por Favor!: Sexo & Namoro. Marta D. de Andrade e Claudionor C. de Andrade, CPAD.