Texto Básico: Ap
20:7-15
“Mas, quanto aos
tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores,
e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no
lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte“(Ap 21:8).
INTRODUÇÃO
Após o Reino de Cristo na
Terra por mil anos, e com Satanás fora do cenário, ocorrerá o “Juízo Final”,
que diante do Trono Branco representa o poder ilimitado de Deus e a perfeição
da execução dos Seus atos de justiça. O que está assentado sobre o Trono é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ninguém, exceto a Igreja e os integrantes
da Primeira Ressurreição, escapará do julgamento final. Lá estarão senhores e
servos, sábios e indoutos, ricos e plebeus. Lá a justiça divina será aplicada a
todos. Será o momento em que serão julgados todos os ímpios que se rebelaram
contra Deus, em todos as eras, bem como aqueles que não aceitaram o sacrifício
de Jesus Cristo em prol da Salvação da humanidade.
I. O QUE É O JUIZO
FINAL
Na Bíblia inteira, Deus é
visto como Justo Juiz. Ele pronunciou juízos, nos tempos antigos, contra
Israel, e também contra as nações. No fim dos tempos não vai ser diferente.
Todo ser humano devia se preocupar com esse momento, pois fora da Salvação em
Cristo, indubitavelmente, enfrentará esse momento que, infelizmente, nele só
haverá um veredicto: a condenação eterna (Ap 20:15).
1. O Juízo final. O “Juízo Final” será o julgamento a que serão
submetidos os incrédulos de todas as eras, que foram ressuscitados, na
consumação de todas as coisas(Ap 20:5). É chamado também de “Juízo do Trono
Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um “Grande Trono
Branco”. Ocorrerá depois do término do reino milenial de Cristo, depois da
condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, este julgamento é
explicitamente mencionado, pela primeira vez, por Daniel (Dn 7:9,10). Era algo
de pleno conhecimento dos judeus, como mostra Marta, irmã de Lázaro, ao se
dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia quatro dias após a morte de seu
amigo(João 11:24). Terá como objetivo retribuir a cada um segundo as suas
obras(Ap 20:11-15). A Igreja - a Universal Assembleia dos Santos (Hb 12:23) -
não será submetida ao Juízo Final, por haver crida na eficácia da morte e da
ressurreição do Filho de Deus.
O Novo Testamento
menciona cinco categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da
Igreja (2Co 5:10). O julgamento
da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o
arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais.
Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por
meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Este julgamento não envolve
salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados estarão
salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas, do
“galardão”. Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o
coração do homem (1Sm 16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito
em Sua obra, não atentando para a aparência. Diante disto, muitos que,
aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto
suas obras serão consideradas como palha, como madeira, sem condição de
resistir ao crivo divino; e outros, que, aparentemente, nada teriam feito pelo
Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com
dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são
descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de
Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo
julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande
Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao
término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente
será salvo. Aqui, de imediato, vemos uma diferença entre quem fez parte do
arrebatamento e quem não fez. Enquanto que o julgamento da Igreja não envolve
salvação ou condenação eternas, os demais julgamentos têm em vista o destino
eterno dos indivíduos. Na Igreja vitoriosa e glorificada, os crentes não correm
risco de perder a vida eterna, conquistada pela fé em Cristo Jesus, mas, tanto
em Israel quanto entre os gentios incrédulos, o julgamento divino envolve a
possibilidade concreta e bem provável de se viver eternamente sem Deus e sem
salvação. É o remanescente que será salvo (Rm 9:27), porque se arrependerão de
seus pecados e aclamarão a Jesus como o Messias (Zc 12:10).
c) Julgamento das
Nações (Mt 25:31-46). Esse
julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom.
Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do reino, aos seus
mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Este julgamento terá
como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará
com Cristo o reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o
julgamento final e definitivo. Neste julgamento, serão ressuscitados apenas
aqueles que desfrutarão o milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam
o número daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais
indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso Profeta, que já terão sido
lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela
oportunidade(Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente ao término
do Milênio.
d) Julgamento dos
anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o
fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o
seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e
em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e
condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes
do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
e) Julgamento do
Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o
chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono
Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo
após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos
que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O
tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos
que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo
ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo
dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros
homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da
história.
2. Não confundir o
Julgamento das Nações (Mt 25:31-46) com o do “Grande Trono Branco”(Ap 20:11-15). Há quem considere e ensine que a passagem bíblica
de Mt 25:31-46(Julgamento das Nações) e a de Ap 20:15(Julgamento
Final ou do Trono Branco) se referem a um só acontecimento, ou seja, para
estes ensinadores, haverá um único julgamento, que eles denominam de Juízo
Universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma análise, mesmo
superficial, da Palavra de Deus. Entretanto, seja como for, para o crente salvo
não haverá julgamento para condenação, pois conforme afirmou o
Senhor Jesus em João 5:24: “… quem ouve a minha Palavra e crê
naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou
da morte para a vida“. Também Paulo afirmou: “Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…” (Ro 8:1).
Nossos pecados já foram julgados na Cruz do Calvário, na Pessoa de Jesus Cristo
- Ler Is 53:5. Veja a seguir as diferenças entre esses dois julgamentos, que
impossibilitam torná-los um só acontecimento: Em Mateus não há
nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos
(Mt 24:31). Enquanto em Apocalipse há uma ressurreição de todos os
incrédulos. Em Mateus o julgamento é de nações viventes. Em
Apocalipse é dos mortos. Em Mateus as nações são julgadas. Em
Apocalipse não trata de entidades nacionais, pois o céu e a terra fugiram e, já
que as nações estão confinadas à Terra, o mesmo acontecimento não poderia ser
descrito.Em Mateus o julgamento é na Terra. Em Apocalipse o céu e a
Terra fugiram. Em Mateus não há livros a ser consultados.
Enquanto em Apocalipse os livros são abertos, o livro da vida é trazido, e os
que não se encontram nele são lançados no lago de fogo.Em Mateus o
julgamento ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse ocorre após o fim
dos mil anos da presença de Cristo na Terra. Em Mateus aparecem
duas classes de pessoas, os justos e os incrédulos. Em Apocalipse apenas os
incrédulos aparecem. Em Mateus alguns foram para o reino e
outros para o castigo. Em Apocalipse nenhum dos que são julgados vai para a
bênção, mas todos vão para o castigo eterno. Em Mateus o juiz
está sentado no “trono da sua glória” (Mt 25:31). Em Apocalipse Ele está
sentado no “Grande Trono Branco”. Em Mateus a base do
julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse o julgamento se
baseia nas suas obras. Em Mateus a vinda de Cristo precede o
julgamento. Em Apocalipse nenhuma vinda é mencionada. Em Mateus a
sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do
julgamento. Em Apocalipse não há nenhum julgamento até que ocorra cuidadoso
exame dos livros. Em Mateus não há um milênio precedente, pois
há o registro dos que passaram fome, sede, nudez, doença, aprisionamento e
foram estrangeiros. Em Apocalipse uma era milenar precede o acontecimento (Ap
20:5). Essas considerações parecem suficientes para apoiar a afirmação de que
não se trata de um único e mesmo julgamento, mas de duas partes separadas do
plano de julgamento de Deus.
II. O JULGAMENTO
DA BESTA (ANTICRISTO), DO FALSO PROFETA (SEGUNDA BESTA) E DO DRAGÃO (SATANÁS)
1. O Juízo sobre o
Anticristo e o Falso profeta. Assim
está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: “E a besta foi
presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os
sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua
imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de
fogo e enxofre” (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na
Batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo
(isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de
fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas
“bestas”. Amém!
2. O Juízo sobre o
Dragão (Ap 20:9). Quando se
completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as
nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e
Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos
textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um
território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de
Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o
contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é pós-milenar. Depois de recrutar um
exército de rebeldes ímpios, o Diabo marchará contra Jerusalém, a cidade do
Grande Rei, “a cidade amada”. Mas fogo descerá do céu vindo de Deus e consumirá
as forças hostis (cf Ap 20:9). Pode parecer surpreendente que Satanás
conseguirá reunir um exército de incrédulos no final do milênio. É importante
lembrar, porém, que todas as crianças geradas durante o reinado de Cristo
nascerão com a natureza gentílica, pecadora, e precisarão ser salvas. Nem todos
aceitarão a Cristo como Rei legítimo. Os rebeldes se dispersarão por toda a
Terra, procurando afastar-se o máximo possível de Jerusalém, a capital do
Governo de Cristo. Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo,
Satanás será, para sempre, destruído, esmagado - “E o diabo, que os
enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap
20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno
(o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e
noite, eternamente.
III. A INSTALAÇÃO
DO TRONO BRANCO
Lançado o diabo no lago de
fogo e de enxofre, cessará o tempo histórico e será instalado o Grande
Tribunal, também conhecido como o Grande Trono Branco, a ser presidido por
nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o que estava assentado
sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para
eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e
abriram-se os livros”(Ap 20:11,12).
1. O Grande Trono
Branco. O Grande Trono
Branco simboliza o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução de
seus atos de justiça. É Grande por causa das questões envolvidas, e é
Branco devido a perfeição e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os
ímpios, os incrédulos, aqueles que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os
grandes e os pequenos, estarão postos em pé diante do Juiz para serem julgados.
a) O Juiz que irá
presidir este Julgamento. O Senhor Jesus
Cristo, o Justo Juiz, conduzirá esse último Julgamento. Ele foi designado pelo
Pai para essa missão. Assim diz o texto Sagrado: “Mas Deus […] tem
determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão
que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At
17:31). Ele mesmo expressou: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu
ao Filho todo o juízo” (João 5:22). Portanto, no Juízo Final, todos estarão
em pé ante o trono (Ap 20:12, ARA), mas haverão de se prostrar diante do Justo
Juiz para receber a sentença (João 5:22,23). Todos aqueles que não quiseram se
prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a Grande
Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno cumprimento o
que diz Filipenses 2:10,11: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho
dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai“.
b) O Local e o
tempo do Julgamento Final. Pela Bíblia
sabemos o local e o tempo dos outros Julgamentos. Sabemos que o Julgamento dos
nossos pecados foi realizado na Cruz do Calvário, no ano 29 d.C. O
Julgamento de nossas obras será realizado no Céu, diante do Tribunal
de Cristo, após o Arrebatamento da Igreja. O Julgamento da Nação de
Israel será realizado na Terra, durante a Grande Tribulação. O
Julgamento das Nações - Mateus 25:31-46 - será
realizado na Terra, no término da Grande Tribulação e antes do Milênio.
Todavia, ninguém pode determinar o local em que será realizado o Julgamento
Final. Não será no Céu e não será na Terra, pois, estes fugiram da presença
daquele que estava assentado sobre o Trono Branco - “… e não se
achou lugar para eles“(Ap 20:11). Sabe-se, somente, que será depois do
Milênio.
c) Os réus do
Julgamento. Fica
evidente pelo texto de Apocalipse 20:11-15 que esse é um julgamento dos chamados
“os mortos”(Ap 20:12,13) - “E vi os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é
o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos
livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte
e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo
as suas obras“. Não há nenhuma referencia aos vivos.
Assim, podemos afirmar que, no Julgamento Final, diante do Trono Branco,
estarão todos os mortos ímpios de todos os tempos, não importa quando, onde ou
como tenham morrido. Ninguém será esquecido na terra, no mar, no inferno
(hades), em lugar nenhum - “Mas os outros mortos não reviveram, até que
os mil anos se acabaram…” (Ap 20:5). Estes, ao ressuscitarem, receberão
um corpo dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que
receberam os salvos. Será um corpo sem glória “… para vergonha e desprezo
eterno” (Dn 12:2). Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o
bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a
ressurreição da condenação” (João 5:29).
d) A base do
Julgamento. Esse Julgamento,
ao contrário de uma concepção popular errada, não tem por finalidade apurar se
aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser salvos já
foram salvos e entraram no seu estado eterno. Os que serão abençoados
eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um julgamento das más obras
dos incrédulos - “[…] E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras”(Ap 20:12).
e) O resultado do
Julgamento. Nesse último
grande Juízo não serão proferidas duas sentenças, como ocorreu no Julgamento
das Nações (Mt 25:46). Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20:15).
Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que
Jesus afirmou, em João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em
juízo, mas passou da morte para a vida” (ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem
a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado (cf. Rm 8:1,33,34),
a menos que se desvie do caminho da justiça (2Pe 2:20-22; Mt 24:13; Ap 3:5). O
resultado desse julgamento fica bem claro em Apocalipse 20:15: “E aquele que
não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. A eterna
separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera
de segunda morte (Ap 20:14).
2. Os livros do
juízo final - “E vi os
mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os
livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida…”(Ap 20:12). Naquela
ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado no coração dos seres
humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Deus, por meio de
Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um (Rm 2:16). Os mortos serão
julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas
obras (Ap 20:12). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que
fazemos (Sl 139:16; Ml 3:16; Sl 56:8; Mc 4:22). E aquele cujo nome não constar
do Livro da Vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20:15). Conforme ensina o pr.
Ciro Sanches Zibordi, o Livro da Vida é o
registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12:1; Ap 13:8; 21:27),
“desde a fundação do mundo” (Ap 17:8). Os outros livros contêm um registro
detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento do
Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida. De acordo com a
Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem
até ao fim, terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3:5).
Em Êxodo 32:32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora,
pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens
escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este
riscarei eu do meu livro”. Alguns, ainda, afirmam que “Deus relacionou
toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe a Cristo como
Salvador”. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do
livro da vida” (Ap 3:5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores
que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao
receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24:13). Em Filipenses
4:3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no Livro da
Vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor, amados” (Fp
4:1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do
Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3). A manutenção no nome de alguém no
Livro da Vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3:5). Somos filhos
de Deus hoje (João 1:11,12), mas devemos atentar para o que diz Apocalipse
21:7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu
filho” (ZIBORDI, Ciro Sanches - Teologia Sistemática Pentecostal -
CPAD).
IV. O JULGAMENTO
DOS MORTOS
Diante do Trono Branco estarão
todos os mortos que não fazem parte da Primeira Ressurreição. Em Apocalipse
20:13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou
que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz”
(João 5:28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para
comparecer diante do Trono Branco. O Senhor Jesus falou sobre Duas
Ressurreições: uma ele chamou de Ressurreição da Vida, e a outra de
Ressurreição da Condenação - “Não vos maravilheis disso, porque vem a
hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que
fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram mal, para a
ressurreição da condenação“(João 5:28,29). Nesta passagem bíblica fica
claro que uma é aRessurreição dos Justos e a outra é a Ressurreição
dos Ímpios. Os justos ressuscitarão primeiro, por isto chamamos a
ressurreição dos justos de Primeira Ressurreição. Os ímpios somente ressuscitarão
depois do Milênio, diante do Trono Branco, e para o Julgamento Final, por isto
chamamos a ressurreição dos ímpios de Segunda Ressurreição (ler Ap 20:5). Na
Primeira Ressurreição, os salvos ressuscitarão num corpo glorificado, conforme
o corpo de Cristo(Fp 3:21). Na Segunda Ressurreição, os ímpios ressuscitarão
num corpo imortal, porém, sem nenhuma glória, sem qualquer beleza, “para
vergonha e desprezo eterno”(Dn 12:2). Esta Segunda Ressurreição acontecerá numa
única etapa. Todos os ímpios, de todos os tempos, ressuscitarão e comparecerão
diante do Trono Branco, para o Julgamento Final. Instalado o
Tribunal, ante o Grande Trono Branco, onde estará assentado Jesus Cristo - não
como Salvador, mas como Juiz -, serão chamados os réus, que são todos os homens
e mulheres que ainda não tiverem sido julgados até então. Nesse momento da
chamada dos acusados, haverá a ressurreição geral dos mortos, ou seja, a
chamada “ressurreição do último dia”, mencionada por Marta quando abordada por
Jesus no dia da ressurreição de Lázaro em Betânia. Essa ressurreição será uma
ressurreição em carne, ou seja, Deus promoverá a reunião da matéria e
restabelecerá os corpos daqueles que, durante toda a história da humanidade,
viveram sobre a face da Terra e desprezaram deliberadamente e conscientemente a
oferta de Deus para trazer o ser humano ao estado original da criação, ou seja,
à comunhão eterna com o seu Criador. Esta é uma das provas bíblicas de que
ressurreição não se confunde com reencarnação, pois se Deus irá retomar toda a
matéria de que foi criado o ser humano que viveu durante toda a história da
humanidade dos locais em que eles morreram (Ap 20:13), isto é uma demonstração
de que se morre apenas uma vez sobre a face da Terra(cf Hb 9:27), ao contrário
do que afirmam os reencarnacionistas. Ainda mais, não há notícia de que venha a
ser ressuscitado qualquer corpo que venha de outro planeta, a comprovar,
também, que a teoria reencarnacionista, que sustenta a vida em outros planetas
para justificar o crescimento populacional, não tem qualquer fundamento
bíblico. A Sentença - ou o Resultado deste Julgamento: “… E aquele que
não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap
20:14-15). São com estas palavras, e com esta afirmação, que será encerrada a
Ata do Julgamento Final. Assim, os ímpios, os réus do Julgamento dos Mortos,
estarão no “lago de fogo” enquanto viverem, e, viverão eternamente - “… de dia
e de noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap 20:10). Chamamos isso
de a “segunda morte“, que significa a separação eterna de Deus. “O
sinistro fato do castigo eterno para os ímpios é a maior razão para levar o
Evangelho a todo o mundo, e fazer o máximo possível para persuadir as pessoas a
arrependerem-se e a aceitarem a Cristo antes que seja tarde demais” (Nota
da Bíblia de Estudo Pentecostal). V. O JULGAMENTO DA MORTE E DO
INFERNO
O pastor Ciro Sanches Zibordi
explica com muita substância este assunto. Diz ele: Segundo a Palavra de Deus,
a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão
os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo
(Ap 20.13,14). O vocábulo “morte”, na passagem em análise, tem sentido
figurado; trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego
da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa alusão a todos os
corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a
condição deles. Há pessoas cujos corpos são cremados; outras morrem em
decorrência de grandes explosões, etc. Todas terão os seus corpos reconstituídos
para que, em seu estado tríplice (cf. I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz. No
entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno -
espírito, alma e corpo -, estes elementos terão de ser reunidos. Daí a ênfase
de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos. O termo “inferno”
aqui é hades, também empregado de forma metonímica. Em outras
palavras, assim como a “morte” dará o corpo, o Hades dará a parte que não está
neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma+espírito). Todos os
sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados
(cf. João 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os
injustos aguardam a sentença definitiva (cf. Lc 16.23). Nenhuma alma salva em
Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse
caso, os mortos salvos durante o Milênio ressuscitarão antes do Juízo Final,
mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (cf. João 5.22-29).
Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o
inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e
as almas dos perdidos - que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na
“segunda ressurreição”, a da condenação (João 5.29b) -, depois de ouvirem a
sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de
Fogo. A frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14)
tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer
perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (ARA). Ou seja, as almas (”o
Hades”) e os corpos (”a morte”) serão lançados no Geena. Depois disso, nunca
mais haverá morte, o último inimigo a ser vencido (I Co 15.26) (ZIBORDI,
Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD). CONCLUSÃO
À luz da Palavra de Deus, o
Senhor anuncia a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam, pois
tem determinado um Dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do
Senhor Jesus Cristo (At 17:31). Como vimos nesta aula, o resultado desse
julgamento é a separação eterna de Deus. É descrito por João: “E aquele que não
foi escrito no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo”. Esta advertência não
pode passar despercebida. É clarividente que o visto de entrada para o Céu é:
ter o nosso nome escrito no Livro da Vida. Isso significa aceitar a Jesus como
Salvador e Senhor. Portanto, viver de forma que agrademos a Deus é, sem dúvida
alguma, uma motivação para que não sejamos partícipes do Juízo Final, pois nele
não serão julgados aqueles que receberam a Salvação em Cristo Jesus e foram
fiéis até o fim. —-
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