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24 de janeiro de 2011
OS DIAS DA SEMANA
Perde-se nos anos a origem da divisão do tempo em semanas. Com precisão, sabe-se que os povos antigos inspiraram-se na duração das fases lunares para demarcar o período semanal de sete dias (“septmana” – semana).
A origem do nome de cada dia da semana deve-se aos deuses ou aos astros das religiões precedentes ao cristianismo. Com exceção da língua portuguesa, que aboliu os nomes primitivos dos dias da semana, todos os outros países cristãos conservam a nomenclatura pagã, onde cada dia era dedicado a um astro ou a um deus da mitologia local de cada cultura.
Na língua portuguesa, os nomes dos dias da semana seguem a liturgia católica desde que Martinho de Braga tomou a iniciativa de abolir os nomes pagãos, no século VI, denominando-os na semana da Páscoa de dias santos, que não se deveria trabalhar, assim, durante àquela semana, acrescentar-se-ia a palavra "feriae", originando-se os nomes litúrgicos que se estenderiam não só na semana santa, mas durante todo o ano.
Mesmo diante da cristianização do ocidente, é pela nomenclatura pagã que cada dia da semana é chamado pela maioria dos povos, não importando a língua. Deuses ou astros, os dias, ainda hoje, representam o marco do tempo pelo homem, o seu encontro com um calendário imaginário que o situa na história, revelando-lhe as origens, as religiões primitivas diretamente ligadas ao céu dos astros.
Os Dias a Partir dos Astros
Demarcada pelas fases da Lua, a origem dos dias da semana estava diretamente ligada aos fenômenos astronômicos e climáticos, além dos conceitos religiosos de cada povo. Na concepção judaica, Deus criara todas as coisas em seis dias, no sétimo descansara, portanto o homem como imagem do criador, também deveria contar os dias em sete.
É na época da expansão do Império Romano que a definição dos dias da semana encontram-se com diversas culturas. Na antiguidade os planetas conhecidos, por ordem decrescente da distância da Terra eram: Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio, que formavam cinco esferas, acrescidas a elas vinham mais duas esferas: uma que continha o Sol e outra, a Lua. Tendo como referência os sete astros, iniciando a contagem pela Lua (sempre em ordem decrescente) e pondo o Sol ao centro do sistema, deparar-nos-emos com esta ordem astrológica: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua.
Além das sete esferas formadas pelos astros citados acima, havia uma oitava, a das estrelas. No centro dos sete astros e das estrelas encontrava-se a Terra, com os seus quatro elementos: terra, ar, água e fogo. Quatro são os ventos, quatro são as divisões da Terra, quatro são os elementos. Assim, o quadrado era o símbolo da perfeição, sendo sempre igual de qualquer lado que é visto. A partir da perfeição do quadrado simbólico, voltando à ordem astrológica descrita acima, conta-se até quatro, a partir de Saturno (incluindo-o na contagem), até chegar ao Sol e temos o primeiro dia (Sunday); a partir do Sol (incluindo-o), conta-se até quatro e chega-se à Lua (Monday, Lunes, Lundi, Lunedi); seguindo a contagem de quatro a partir da Lua, chega-se a Marte (Mardi, Martes, Martedi); conta-se quatro a partir de Marte e chega-se a Mercúrio (Miércoles, Mercoledi, Mercredi); a partir de Mercúrio conta-se quatro e chegamos a Júpiter (Jeudi, Jueves, Giovedi); conta-se quatro a partir de Júpiter e chega-se a Vênus (Vendredi, Viernes, Venerdi); e, finalmente, conta-se quatro a partir de Vênus e chegamos a Saturno (Saturday).
Uma vez feita a identificação, temos a origem dos nomes dos dias da semana, ou seja, Domingo é o dia do Sol, Segunda-Feira o da Lua, Terça-Feira o de Marte, Quarta-Feira o de Mercúrio, Quinta-Feira o de Júpiter, Sexta-Feira o de Vênus e, Sábado, o de Saturno.
Com a cristianização, como já foi dito, só Portugal aboliu à nomenclatura pagã. Apenas dois dias foram abolidos desta nomenclatura pelos outros países de origem de língua latina (Espanha, França e Itália), o Sábado e o Domingo. O Sábado, de Sabbatum, é um nome de origem do hebreu Shabbat, o dia sagrado para o povo judeu, considerado o dia em que Deus descansou da sua obra grandiosa. O dia de Saturno foi substituído pelo Shabbat hebreu (Sábado, Samedi e Sabato nos restantes países latinos). O Domingo, instituído pelo imperador Flavio Constantino após a sua conversão ao cristianismo, deixou de ser o dia do Sol em todas as línguas de origem latina, sendo denominado Dominica Dies, que evoluiu para Dominus Dei (Dia do Senhor), evoluindo para Domingo, Dimanche e Domenica.
A Concepção dos Dias a Partir do Concílio de Nicéia
Com a conversão de Constantino (280-337 d.C.) ao cristianismo, Roma passa a repudiar o paganismo milenar disseminado pelo seu império. Esta conversão aconteceu na época do Papa Silvestre I. É a partir daí que são organizados os registros de datas como chegaram aos dias atuais.
Em 325 d.C., Constantino convocou o Concílio de Nicéia, à revelia do Papa Silvestre I, que dele não participou. A partir de então foram definidas inclusive as datas do dia de Natal e da Páscoa, esta última deixando definitivamente de ser associada à data comemorativa dos judeus. Constantino mudou o nome litúrgico do antigo dia do Sol, agora Prima Feria, para Domenica Dies, que evoluiria para Dominus Dei, dando origem ao nome Domingo, em português. Desde então, o Domingo passou a ser o primeiro dia da semana do calendário cristão, tornando-se o dia de reunião de fé e de mercado, até então compartilhadas no sábado entre judeus e cristãos.
Era interesse tanto de Constantino, quanto de Silvestre I, que todos os povos abolissem a nomenclatura pagã relativa aos dias da semana. Na época a Páscoa era comemorada por toda a semana, dando origem a sete feriados consecutivos. Durante a Páscoa, os dias eram chamados de “feriae” no latim (traduzido para “feira” no português), a semana adotava a nomenclatura: Prima-Feira, Segunda-Feira, Terça-Feira, Quarta-Feira, Quinta-Feira, Sexta-Feira e Sábado.
Silvestre I tentou que esta nomenclatura fosse adotada para além da Páscoa. Mas ela logo foi esquecida e, à exceção do Sábado e do Domingo, os antigos nomes pagãos continuaram a fazer parte do cotidiano dos povos cristãos, jamais sendo abolidos, prevalecendo as tradições, não a nova fé que se assumia comum aos reinos europeus.
Origem da Nomenclatura dos Dias da Semana em Inglês
Os nomes dos dias da semana, tanto em inglês, como em alemão e outras línguas do norte da Europa, têm a sua origem na mitologia nórdica e na adoração dos seus deuses pagãos, marcados principalmente pela força e bravura guerreira.
Em inglês o dia de Saturno continuou a vigorar, Saturday, mesmo depois da cristianização, assim como o dia do Sol, Sunday, e o dia da Lua (moon), Monday, substituindo-se os outros dias pelo nome dos deuses nórdicos.
Marte, deus da guerra dos romanos, foi substituído pelo deus Tyw, divindade maneta, senhor da força e da guerra. A Terça-Feira foi consagrada a este deus, ficando denominada Tuesday.
Mercúrio, o astuto deus dos comerciantes e dos ladrões, mensageiro dos deuses, foi substituído por Odin ou Wedin, deus da mitologia escandinava, ou Wotan, o mais poderoso dos deuses entre os germanos, com equivalência ao Zeus grego. A Quarta-Feira ficou denominada Wednesday (do deus Wedin).
Se a Quinta-Feira era na mitologia romana, consagrada ao poderoso Júpiter, aqui ele é substituído pelo deus escandinavo Thor, também ele deus do trovão, sendo Thursday o “dia de Thor”. Na literatura germânica o deus do trovão é traduzido por Donner, daí a designação de Donnerstag para a Quinta-Feira.
Finalmente a Sexta-Feira, consagrada à deusa do amor e da beleza, Vênus, era destinada à deusa Freya, a bela esposa de Odin, deusa do amor, da juventude e da morte na mitologia nórdica, daí a designação de Friday em inglês, e, Freitag em alemão (tag em alemão significa dia).
Os Dias da Semana em Português
Como já foi dito, Portugal foi o único país do mundo que adotou os dias da semana com a nomenclatura surgida no Concílio de Nicéia, derivados do latim eclesiástico. Sendo o português a última das línguas romanas a se formar, isto ajudou a que a língua não adotasse a nomenclatura pagã de outros povos.
Em 563 Martinho de Dume (ou Martinho de Braga), reuniu o Concílio de Braga, em Braga (hoje cidade portuguesa). Considerando ser indigno dos bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos de deuses pagãos, decidiu que se usaria a terminologia eclesiástica para os designar. Assim ficaram registrados: Feria Secunda, Feria Tertia, Feria Quarta, Feria Quinta, Feria Sexta, Sabbatum, Dominica Dies; evoluindo para a nomenclatura atual: Segunda-Feira, Terça-Feira, Quarta-Feira, Quinta-Feira, Sexta-Feira, Sábado e Domingo, constituindo assim, caso único nas línguas novilatinas, que substituiu integralmente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
A “Feriae” (dia de descanso), termo latino, evoluiu para “feira”, vindo a ser usada a designação não só na semana da Páscoa, mas durante todos os dias do ano. Com exceção do Sábado, derivado do Shabbat hebreu, e do Domingo (então Prima Feria na semana da Páscoa), todos os outros dias em língua portuguesa vieram da derivação do latim eclesiástico.
Quanto ao dia considerado santo, ou tido como feriado, ele diverge entre as três principais religiões monoteístas do mundo contemporâneo, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. Se o conceito da criação divina do mundo não tem divergências entre as três, vários outros conceitos de fé fizeram com que os dias de reuniões de fé e de descanso fossem diferentes, sendo a Sexta-Feira (muçulmanos), o Sábado (judeus) e o Domingo (cristãos), os dias assinalados e consagrados pelos monoteístas.
A origem do nome de cada dia da semana deve-se aos deuses ou aos astros das religiões precedentes ao cristianismo. Com exceção da língua portuguesa, que aboliu os nomes primitivos dos dias da semana, todos os outros países cristãos conservam a nomenclatura pagã, onde cada dia era dedicado a um astro ou a um deus da mitologia local de cada cultura.
Na língua portuguesa, os nomes dos dias da semana seguem a liturgia católica desde que Martinho de Braga tomou a iniciativa de abolir os nomes pagãos, no século VI, denominando-os na semana da Páscoa de dias santos, que não se deveria trabalhar, assim, durante àquela semana, acrescentar-se-ia a palavra "feriae", originando-se os nomes litúrgicos que se estenderiam não só na semana santa, mas durante todo o ano.
Mesmo diante da cristianização do ocidente, é pela nomenclatura pagã que cada dia da semana é chamado pela maioria dos povos, não importando a língua. Deuses ou astros, os dias, ainda hoje, representam o marco do tempo pelo homem, o seu encontro com um calendário imaginário que o situa na história, revelando-lhe as origens, as religiões primitivas diretamente ligadas ao céu dos astros.
Os Dias a Partir dos Astros
Demarcada pelas fases da Lua, a origem dos dias da semana estava diretamente ligada aos fenômenos astronômicos e climáticos, além dos conceitos religiosos de cada povo. Na concepção judaica, Deus criara todas as coisas em seis dias, no sétimo descansara, portanto o homem como imagem do criador, também deveria contar os dias em sete.
É na época da expansão do Império Romano que a definição dos dias da semana encontram-se com diversas culturas. Na antiguidade os planetas conhecidos, por ordem decrescente da distância da Terra eram: Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio, que formavam cinco esferas, acrescidas a elas vinham mais duas esferas: uma que continha o Sol e outra, a Lua. Tendo como referência os sete astros, iniciando a contagem pela Lua (sempre em ordem decrescente) e pondo o Sol ao centro do sistema, deparar-nos-emos com esta ordem astrológica: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua.
Além das sete esferas formadas pelos astros citados acima, havia uma oitava, a das estrelas. No centro dos sete astros e das estrelas encontrava-se a Terra, com os seus quatro elementos: terra, ar, água e fogo. Quatro são os ventos, quatro são as divisões da Terra, quatro são os elementos. Assim, o quadrado era o símbolo da perfeição, sendo sempre igual de qualquer lado que é visto. A partir da perfeição do quadrado simbólico, voltando à ordem astrológica descrita acima, conta-se até quatro, a partir de Saturno (incluindo-o na contagem), até chegar ao Sol e temos o primeiro dia (Sunday); a partir do Sol (incluindo-o), conta-se até quatro e chega-se à Lua (Monday, Lunes, Lundi, Lunedi); seguindo a contagem de quatro a partir da Lua, chega-se a Marte (Mardi, Martes, Martedi); conta-se quatro a partir de Marte e chega-se a Mercúrio (Miércoles, Mercoledi, Mercredi); a partir de Mercúrio conta-se quatro e chegamos a Júpiter (Jeudi, Jueves, Giovedi); conta-se quatro a partir de Júpiter e chega-se a Vênus (Vendredi, Viernes, Venerdi); e, finalmente, conta-se quatro a partir de Vênus e chegamos a Saturno (Saturday).
Uma vez feita a identificação, temos a origem dos nomes dos dias da semana, ou seja, Domingo é o dia do Sol, Segunda-Feira o da Lua, Terça-Feira o de Marte, Quarta-Feira o de Mercúrio, Quinta-Feira o de Júpiter, Sexta-Feira o de Vênus e, Sábado, o de Saturno.
Com a cristianização, como já foi dito, só Portugal aboliu à nomenclatura pagã. Apenas dois dias foram abolidos desta nomenclatura pelos outros países de origem de língua latina (Espanha, França e Itália), o Sábado e o Domingo. O Sábado, de Sabbatum, é um nome de origem do hebreu Shabbat, o dia sagrado para o povo judeu, considerado o dia em que Deus descansou da sua obra grandiosa. O dia de Saturno foi substituído pelo Shabbat hebreu (Sábado, Samedi e Sabato nos restantes países latinos). O Domingo, instituído pelo imperador Flavio Constantino após a sua conversão ao cristianismo, deixou de ser o dia do Sol em todas as línguas de origem latina, sendo denominado Dominica Dies, que evoluiu para Dominus Dei (Dia do Senhor), evoluindo para Domingo, Dimanche e Domenica.
A Concepção dos Dias a Partir do Concílio de Nicéia
Com a conversão de Constantino (280-337 d.C.) ao cristianismo, Roma passa a repudiar o paganismo milenar disseminado pelo seu império. Esta conversão aconteceu na época do Papa Silvestre I. É a partir daí que são organizados os registros de datas como chegaram aos dias atuais.
Em 325 d.C., Constantino convocou o Concílio de Nicéia, à revelia do Papa Silvestre I, que dele não participou. A partir de então foram definidas inclusive as datas do dia de Natal e da Páscoa, esta última deixando definitivamente de ser associada à data comemorativa dos judeus. Constantino mudou o nome litúrgico do antigo dia do Sol, agora Prima Feria, para Domenica Dies, que evoluiria para Dominus Dei, dando origem ao nome Domingo, em português. Desde então, o Domingo passou a ser o primeiro dia da semana do calendário cristão, tornando-se o dia de reunião de fé e de mercado, até então compartilhadas no sábado entre judeus e cristãos.
Era interesse tanto de Constantino, quanto de Silvestre I, que todos os povos abolissem a nomenclatura pagã relativa aos dias da semana. Na época a Páscoa era comemorada por toda a semana, dando origem a sete feriados consecutivos. Durante a Páscoa, os dias eram chamados de “feriae” no latim (traduzido para “feira” no português), a semana adotava a nomenclatura: Prima-Feira, Segunda-Feira, Terça-Feira, Quarta-Feira, Quinta-Feira, Sexta-Feira e Sábado.
Silvestre I tentou que esta nomenclatura fosse adotada para além da Páscoa. Mas ela logo foi esquecida e, à exceção do Sábado e do Domingo, os antigos nomes pagãos continuaram a fazer parte do cotidiano dos povos cristãos, jamais sendo abolidos, prevalecendo as tradições, não a nova fé que se assumia comum aos reinos europeus.
Origem da Nomenclatura dos Dias da Semana em Inglês
Os nomes dos dias da semana, tanto em inglês, como em alemão e outras línguas do norte da Europa, têm a sua origem na mitologia nórdica e na adoração dos seus deuses pagãos, marcados principalmente pela força e bravura guerreira.
Em inglês o dia de Saturno continuou a vigorar, Saturday, mesmo depois da cristianização, assim como o dia do Sol, Sunday, e o dia da Lua (moon), Monday, substituindo-se os outros dias pelo nome dos deuses nórdicos.
Marte, deus da guerra dos romanos, foi substituído pelo deus Tyw, divindade maneta, senhor da força e da guerra. A Terça-Feira foi consagrada a este deus, ficando denominada Tuesday.
Mercúrio, o astuto deus dos comerciantes e dos ladrões, mensageiro dos deuses, foi substituído por Odin ou Wedin, deus da mitologia escandinava, ou Wotan, o mais poderoso dos deuses entre os germanos, com equivalência ao Zeus grego. A Quarta-Feira ficou denominada Wednesday (do deus Wedin).
Se a Quinta-Feira era na mitologia romana, consagrada ao poderoso Júpiter, aqui ele é substituído pelo deus escandinavo Thor, também ele deus do trovão, sendo Thursday o “dia de Thor”. Na literatura germânica o deus do trovão é traduzido por Donner, daí a designação de Donnerstag para a Quinta-Feira.
Finalmente a Sexta-Feira, consagrada à deusa do amor e da beleza, Vênus, era destinada à deusa Freya, a bela esposa de Odin, deusa do amor, da juventude e da morte na mitologia nórdica, daí a designação de Friday em inglês, e, Freitag em alemão (tag em alemão significa dia).
Os Dias da Semana em Português
Como já foi dito, Portugal foi o único país do mundo que adotou os dias da semana com a nomenclatura surgida no Concílio de Nicéia, derivados do latim eclesiástico. Sendo o português a última das línguas romanas a se formar, isto ajudou a que a língua não adotasse a nomenclatura pagã de outros povos.
Em 563 Martinho de Dume (ou Martinho de Braga), reuniu o Concílio de Braga, em Braga (hoje cidade portuguesa). Considerando ser indigno dos bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos de deuses pagãos, decidiu que se usaria a terminologia eclesiástica para os designar. Assim ficaram registrados: Feria Secunda, Feria Tertia, Feria Quarta, Feria Quinta, Feria Sexta, Sabbatum, Dominica Dies; evoluindo para a nomenclatura atual: Segunda-Feira, Terça-Feira, Quarta-Feira, Quinta-Feira, Sexta-Feira, Sábado e Domingo, constituindo assim, caso único nas línguas novilatinas, que substituiu integralmente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
A “Feriae” (dia de descanso), termo latino, evoluiu para “feira”, vindo a ser usada a designação não só na semana da Páscoa, mas durante todos os dias do ano. Com exceção do Sábado, derivado do Shabbat hebreu, e do Domingo (então Prima Feria na semana da Páscoa), todos os outros dias em língua portuguesa vieram da derivação do latim eclesiástico.
Quanto ao dia considerado santo, ou tido como feriado, ele diverge entre as três principais religiões monoteístas do mundo contemporâneo, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. Se o conceito da criação divina do mundo não tem divergências entre as três, vários outros conceitos de fé fizeram com que os dias de reuniões de fé e de descanso fossem diferentes, sendo a Sexta-Feira (muçulmanos), o Sábado (judeus) e o Domingo (cristãos), os dias assinalados e consagrados pelos monoteístas.
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