Sou eu. Não sou eu.
Há alguns anos, uma revista me pediu para escrever um artigo. Ele deveria responder a uma questão simples: Qual o maior obstáculo para o Evangelho hoje? Eu tropecei nesse artigo hoje e pensei que deveria dividir com vocês.
Você conhece a história contada repetidamente, tenho certeza. G.K. Chesterton, junto com outros autores proeminentes de seu tempo, foram convidados pelo The Times para responder à essa questão: “O que há de errado com o Mundo?”. Sua resposta foi bela em sua simplicidade e brilhante em sua profundidade.
"Caros senhores,
Sou eu.
Sinceramente,
G.K. Chesterton"
Enquanto pondero sobre os grandes obstáculos para o Evangelho, não posso deixar de sentir que as palavras de Chesterton são aplicáveis a essa questão também. Ao mesmo tempo, sinto como se elas estivessem erradas, muito erradas.
Sou eu
Eu, como cristão, sou um obstáculo para o avanço do Evangelho e para seu poder no mundo.
Eu sou um obstáculo ao Evangelho quando perco a confiança no Evangelho – na poderosa simplicidade das boas novas de que Jesus Cristo morreu para salvar pecadores. Nossa era tem visto mais inovações no Evangelho que qualquer outra. Temos um acesso sem precedentes a programas, técnicas e tecnologias que afirmam ser capazes de melhorar o avanço do Evangelho. Porém, como é fácil perceber que minha confiança está nos programas ou nos instrutores ou nas tecnologias, ao invés de estar na mensagem do Evangelho. Quão rápido sou em preferir mais minha própria mensagem e meus próprios métodos àqueles que Deus me deu.
Eu sou um obstáculo ao Evangelho quando falho em fazer aquilo que confesso. Quando afirmo seguir a Cristo, mas permito que minhas ações traiam minhas palavras, um mundo espectador zomba do Evangelho, e o faz justificadamente. Quando afirmo que fui transformado pela graça de Deus, mas vivo como se Deus não tivesse realizado qualquer mudança, faço outros desprezarem o Evangelho. Robert Robinson disse isso eloquentemente em seu grande hino “Come, Thou Fount of Every Blessing” [Fonte és Tu de Toda Bênção]: “Inclinado a desgarrar-me, Senhor, inclinado a deixar o Deus que amo”. Vivendo em constante tensão de ser santo e pecador, sou inclinado a desgarrar-me de Quem eu amo; inclinado a viver como se Ele nada fosse para mim. E nisto, sou um obstáculo ao Evangelho.
Não sou eu.
Da minha perspectiva humana, sou o maior obstáculo ao Evangelho. Mas a Bíblia me diz para olhar mais alto. Ela me diz com clareza gloriosa que nada, ninguém, é capaz de obstruir o Evangelho. Ela me ensina a pôr minha confiança no Deus cujos planos não podem ser frustrados. Minha falta de confiança no Evangelho, minha indiferença a isso e minha infidelidade em anunciá-lo não podem verdadeiramente ser obstáculos para a obra de Deus. Deus reina supremo sobre tudo.
"Seu domínio é sempiterno, e seu reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra;
não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Daniel 4.34b-35).
Nenhuma pessoa que verdadeiramente busca a Deus será impedida de abraçar a Cristo como Senhor e Salvador. Cristo, o Bom Pastor, enviou Seu Espírito para reunir um povo para si. Cristo conhece suas ovelhas e suas ovelhas o conhecem. Ele as atrairá para si e nenhuma será perdida; nenhuma pode ser perdida. Longe de mim pensar que posso ficar no caminho de Deus, o Criador e Sustentador de tudo o que era, o que é e o que há de ser.
Qual é o maior obstáculo para o Evangelho hoje? Eu sou, mas nada é. Deus reina supremo.
- por Tim Challies
Fonte: iPródigo
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