A interpretação da Profecia de Zacarias 14
Por José Ildo Swartele de MelloÁrdua tarefa interpretar corretamente as profecias bíblicas. Há muita controvérsia a respeito. Alguns princípios simples de hermenêutica são simplesmente indispensáveis. 1. reconhecer o contexto em que as profecias foram proferidas, 2. Permitir que a Bíblia interprete a própria Bíblia, levando seriamente em consideração as intepretações que Cristo e seus Apóstolos deram as profecias do Antigo Testamento, e 3. Levar em consideração as características peculiares da linguagem profética.
Então, vamos lá!
Contexto
Zacarias é contemporâneo do profeta Ageu, profetizou entre 520 e 518 a.C., época da reconstrução do templo, que havia sido destruído em 586 a.C. pelo exército de Nabucodonosor. Tal destruição se deu por conta do juízo de Deus contra a infidelidade do povo Judeu à Aliança.O profeta Daniel, décadas antes, estava com seu povo no exílio babilônico. Ele estava estudando as profecias de Jeremias que previam que o exílio duraria 70 anos (Dn 9.2). Visto que o prazo dos 70 anos de exílio estava se cumprindo, Daniel, consciente de que o exílio havia sido uma punição de Deus por causa dos pecados de Israel, começa a interceder pedindo perdão a Deus em nome do seu povo, na esperança de que o castigo de Israel estivesse para acabar com o final dos 70 anos de cativeiro. A oração de Daniel é ouvida (Dn 9.20-23). Mas, para sua surpresa, ele recebe uma visão de que 70 Semanas estavam determinadas para a realização de seis benefícios favoráveis a Israel que se realizariam na pessoa do tão esperado Ungido ou Messias.
Em Daniel 9.24, temos os seis propósitos da visão das 70 Semanas: 1. Para fazer cessar a transgressão; 2. Para dar fim aos pecados; 3. Para expiar a iniquidade; 4. Para trazer a justiça eterna; 5. Para selar a visão e a profecia; e 6. Para ungir o Santo dos Santos.
Todas as correntes teológicas concordam que 70 semanas equivalem a 490 anos, entendendo que cada dia da semana correspondem a um ano (Gn 29:27; Lv 25:8; Nm 14:34; Ez 4:4-6). As 70 Semanas estão dividas em três períodos (v.25): 1. Sete Semanas (7x7=49 anos) de reedificação; Seguidas por: 2. Sessenta e duas semanas (62x7=434 anos); seguida do terceiro e último período: 3. Uma semana (1x7=7 anos) - O v. 26 diz que “após” as sessenta e duas semanas, ou seja, já dentro da última semana, será assassinado o ungido. E, em decorrência da morte do ungido, ocorreria a destruição de Jerusalém e do templo por um povo de um príncipe que haveria de vir (Dn 9.26); período em que surge o assolador (v.27); Por fim, a visão de Daniel termina com o assolador recebendo o merecido juízo de Deus.
457 A.C. foi o ano em que o rei Artaxerxes decretou que os judeus podiam retornar a Jerusalém para reconstruir a cidade e o Templo (Ed 7:12-26). Se contarmos 483 anos a partir dessa data, chegaremos ao ano 26 d.C. Sabemos que Jesus nasceu no ano 4 a.C., então, ele tinha 30 anos em 26 D.C., ocasião em que foi batizado e iniciou seu ministério terreno. Três anos e meio depois, Jesus foi crucificado. Em termos proféticos, tamanha precisão, embora não necessária, é realmente impressionante! É também dito que o Messias “fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício” (Dn 9.26–27). Ao fim desses três anos e meio, Jesus deu a Sua vida em uma Cruz. Sabemos que Jesus estabeleceu a Nova Aliança por meio do seu sangue derramado na cruz. Ele disse: “Este é o cálice da nova aliança no Meu sangue” (1Co 11:24-25). Com sua morte, Jesus tornou-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pondo assim fim ao sacrifício e as ofertas de manjares, que eram sombras da realidade que nele encontram plena realização (Hb 8 e 9).
Três anos e meio após a morte de Cristo, tivemos a morte do primeiro mártir cristão, Estevão (At 7:59-60). Lucas fez questão de registrar que o próprio sumo sacerdote estave presente, liderando o grupo de religiosos judeus que rejeitou o Evangelho de Cristo pregado por Estevão e o condenou a morte (At 7:1). A morte de Estevão é um verdadeiro marco, pois, a partir daí, temos a conversão de Saulo que será levantado como Apóstolo aos Gentios (At 9:1-6; 26:15-18). Na sequência, Deus desperta Pedro para a evangelização dos gentios! (At 10). As setenta semanas de favor de Deus para com Israel encerraram-se aí. “Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. 47 Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra. (At 13.46–47). Jesus afirmou que após a Destruição de Jerusalém, a cidade seria pisada pelos gentios até que o tempo deles se completasse (Lc 21.24). Tempo da missão da Igreja que é a de fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20).
Repare que a profecia de Zacarias também fala do Messias que entraria em Jerusalém, seria ferido e abandonado, mostrando, na sequencia, um novo juízo de Deus contra a cidade de Jerusalém. Portanto, ambos descrevem o mesmo cenário futuro. Um texto lança luz sobre o outro texto. E mais luz ainda teremos ao examinarmos como Jesus e seus Apóstolos interpretaram tais profecias.
O Novo Testamento interpretando as profecias de Zacarias
Importante notar como as profecias de Zacarias são interpretadas no Novo Testamento. Sua profecia aborda temas importantes como a vinda do Messias (Zc 9.9 cp. Jo 12.15), o sangue da Aliança (Zc 9.11 cp. Mt 26.27 e 1Co 11.25), que o Messias seria vendido por 30 moedas de prata (Zc 11.12-13 cp. Mt 27.9-10), que seria ferido e abandonado (Zc 13.7; cp. Mc 14.27), o que desencadearia novo terrível juízo sobre o povo judeu e a cidade de Jerusalém que seria novamente destruída (Zc 14.1–2; cp. Lucas 21.20–24 e Mc 13.14-20), descreve o livramento dado aos fiéis do seu povo (Zc 14.5; cp Lc 21.20.24), revela o juízo final contra as nações impenitentes que se levantam contra o povo de Deus (Zc 14.12; cp. Ap 19:15-18), e fala também da restauração de Jerusalém e da plenitude de vida, paz e segurança do Reino de Deus (Zc 14.8 cp. Jo 7.38 e Ap 22.1; Zc 14.9 cp. Ap 11.15; Zc 14.10 cp. Ap 21.1-3; Zc 14.11 cp. Ap 21.10-11 e 22.3; Zc 14.12; Zc 14.16 cp Ap 21.24-26).Segue tabela que descreve como o Novo Testamento interpretou as profecias de Zacarias com a esperança de que isto lhe a ajude a interpretar adequadamente tais profecias, em especial, o último capítulo do livro.
Profecias de Zacarias interpretadas no Novo Testamento
Zacarias 8.23
Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco. RA
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1Coríntios 14.25
tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. RA
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Zacarias 9.9
Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. RA
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João 12.15
Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta. RA
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Zacarias 9.11
Quanto a ti, Sião, por causa do sangue da tua aliança, tirei os teus cativos da cova em que não havia água. RA
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1Coríntios 11.25
Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. RA
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Zacarias 11.12–13
Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata. 13 Então, o Senhor me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor. RA
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Mateus 27.9–10
Então, se cumpriu o que foi dito por intermédio do profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel avaliaram; 10 e as deram pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.
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Zacarias 12.3
Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra. RA
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Apocalipse 11.2
mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa. RA
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Zacarias 12.10
E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. RA
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João 19.37
E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram. RA
Lucas 23:27
Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais o pranteavam e lamentavam.
Apocalipse 1.7
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! RA
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Zacarias 13.7
Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos. RA
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Marcos 14.27
Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas. RA
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Zacarias 14.1–2
Eis que vem o Dia do SENHOR, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti. 2 Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres, forçadas; metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade.
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Lucas 21.20–24
20 Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. 21 Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. 22 Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. 23 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. 24 Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.
Mc 13.14–20
Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; 15 quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa; 16 e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. 17 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 18 Orai para que isso não suceda no inverno. 19 Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. 20 Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
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Zacarias 14.5
Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele. RA
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Lucas 21.20–24
20 Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. 21 Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. 22 Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. 23 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. 24 Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.
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Zacarias 14.7
Mas será um dia singular conhecido do Senhor; não será nem dia nem noite, mas haverá luz à tarde. RA
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Apocalipse 21.25
As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. RA
Apocalipse 22.5
Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. RA
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Zacarias 14.8
Naquele dia, também sucederá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e a outra metade, até ao mar ocidental; no verão e no inverno, sucederá isto. RA
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João 7.38
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. RA
Apocalipse 22.1
Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. RA
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Zacarias 14.9
O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome. RA
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Apocalipse 11.15
O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. RA
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Zacarias 14.11
Habitarão nela, e já não haverá maldição, e Jerusalém habitará segura. RA
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Apocalipse 22.3
Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, RA
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Zacarias 14.10
Toda a terra se tornará como a planície de Geba a Rimom, ao sul de Jerusalém; esta será exaltada e habitada no seu lugar, desde a Porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à Porta da Esquina e desde a Torre de Hananel até aos lagares do rei. 11 Habitarão nela, e já não haverá maldição, e Jerusalém habitará segura.
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Ap 21.1–3
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
Ap 21.10–11
“... e me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
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Zacarias 14.12
Esta será a praga com que o SENHOR ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém:
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Apocalipse 19:15-18
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES. Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.
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Zacarias 14.16
Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos.
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Apocalipse 21.24–26
As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória. 25 As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. 26 E lhe trarão a glória e a honra das nações.
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O PERIGO DO LITERALISMO
É preciso reconhecer que a linguagem profética está repleta de figuras de linguagem, pois Deus falou aos profetas através de sonhos, visões, palavras obscuras e enigmáticas (Nm 12.6-8 e Os 12.10). Jesus profetizou a destruição do templo de Jerusalém, mas jamais profetizou sua restauração em termos literais. Não existe também nenhum texto no Novo Testamento que fale da reconstrução do templo destruído em 70 d.C.Boa parte das profecias do Antigo Testamento que dizem respeito a restauração de Israel se cumpriram com o retorno do cativeiro babilônico que possibilitou a reconstrução da cidade, seus muros e do templo. Outras se cumpriram no remanescente fiel de Israel que é a Igreja como podemos observar em Atos 15.14-18, quando Tiago afirmou que a profecia de Amós 9.11-12 cumpriu-se em Cristo que restaurou o Tabernáculo caído de Davi para que todos, não apenas judeus, mas também os gentios de todos os povos, pudessem buscar ao Senhor, tornando-se também parte do povo de Deus que é a Igreja. Portanto, tal profecia não se cumpriu literalmente, pois o reino não foi literalmente restaurado como nos dias de Davi, mas, sim, espiritualmente, em Cristo. Veja a interpretação de Tiago: “... expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome. 15 Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.” (At 15.14-18).
Uma interpretação literal de Zacarias 14 tem levado muitos ao absurdo de concluírem que, em um reino milenar, o sacerdócio levítico será restaurado e retornaremos a prática de sacrifícios de animais no templo que precisará ser mais uma vez reconstruído em Jerusalém, e que os povos virão anualmente a Jerusalém para a celebração da festa judaica dos Tabernáculos nos moldes do Antigo Testamento.
Os dispensacionalistas fazem questão de ignorar o fato de que o Templo se revestiu de um novo significado no Novo Testamento, tornando-se um tipo de Cristo e de sua Igreja, encontrando aí seu último e definitivo significado e cumprimento (Ef 2:19-22; 1Co 3.16). O termo templo aparece 12 vezes no livro de Apocalipse e, em cada uma das ocorrências, está se referindo ao templo celestial ou ao Senhor Deus mesmo. “Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21:22). Deus não habita em templos construídos por mãos humanas (At 7.48; 17.24). O tabernáculo ou o templo do Antigo Testamento eram sombra da realidade que se manifestou em Cristo e na sua Igreja (Hb 9.9-10.14). Com a chegada do verdadeiro templo, não há lugar mais para templos construídos por mãos humanas.
Assim como a glória do Senhor encheu o tabernáculo e o templo no Antigo Testamento (Ex 40:34; 1Rs 8.10), a partir de Pentecoste, a Igreja, o Corpo de Cristo, foi cheia do Espírito Santo de Deus! “Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (2Co 6.16).
Jesus fez um sacrifício eficaz, pleno, uma vez por todas, não havendo, portanto, mais lugar para os cerimoniais e sacrifícios judaicos que haviam sido instituídos como sombras da realidade que se cumpriu em Cristo (Hb 9:9, 23, 24; 10:1-3, 11). Portanto, não há mais cabimento para o retorno a práticas dos sacrifícios do templo.
Em João 4.21–23, falando à mulher samaritana, Jesus anunciou a chegada do tempo em que a verdadeira adoração não estaria mais confinada ao templo de Jerusalém, mas que se tornaria descentralizada e universal, realizada em espírito e em verdade.
Os dispensacionalistas em sua insistência em enxergar dois povos de Deus, Israel e Igreja, e com sua crença na existência de dois propósitos e planos distintos para cada um destes povos, acabam promovendo a revitalização no seio evangélico das sombras do Antigo Testamento que já foram plenamente superadas pela substância no Novo Testamento. Entretanto, Deus não tem dois povos, mas somente um. O Novo Testamento vê as profecias do Antigo Testamento encontrando seu cumprimento em Cristo e em sua Igreja. A Igreja Cristã foi edificada sobre o fundamento dos profetas e dos apóstolos judeus (Ef 2.14-16). Ela não constitui um segundo povo de Deus. Deus tem apenas um povo (Jo 10.16; Ef 2.14-16). Os gentios crentes foram enxertados na mesma “oliveira”, tomando parte na mesma raiz e tronco do hebreu Abraão (Rm 11.16-18). Não existe um plano de salvação distinto para Israel. Pois Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11). A esperança futura para Israel é aceitar o Cristo, sendo novamente reconduzido a mesma e única Árvore, a oliveira, o Corpo de Cristo, que é a Igreja, da qual fazem parte judeus e gentios crentes, não havendo mais lugar para distinções e divisões, pois, em Cristo foi derrubada a parede de separação que existia entre judeus e gentios.
Portanto, os cristãos que defendem a necessidade da reconstrução do templo estão regredindo ao sistema sacrificial do período pré-cristão. Sistema este que foi anulado, tornando-se obsoleto, por ter sido substituído e superado pelo sacrifício definitivo de Cristo na Cruz. Pois, o sacrifício do verdadeiro Cordeiro de Deus não permite mais lugar para outros sacrifícios. O retorno à prática destes sacrifícios em um templo construído por mãos humanas, ainda que em caráter de celebração simbólica, é algo descabido que revela um descaso para com o sacrifício supremo realizado por Cristo na cruz.
O CARÁTER CONDICIONAL DE MUITAS PROFECIAS
Além disto, muitas profecias foram dadas em caráter condicional: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). “Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes.” (Is 30.15). Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” (Mt 23.37–38). Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1.11–12). “Assim como também diz em Oseias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo. Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve; como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.” (Rm 9.25–29). “E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente. (Rm 10.20–21).“Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão, porque Abraão é pai de todos nós, como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí. (Rm 4.13–17).
Zacarias 14 e a Queda de Jerusalém
O exército do Império Romano, que englobava inúmeras nações, cercaram e, por fim, destruíram a cidade de Jerusalém e profanaram e destruíram o templo em 67-70 d.C. conforme profetizou Zacarias 14.1-2. A angústia e desolação de Jerusalém foi a maior de toda a sua história. Sua destruição foi tal que os soldados puderam tranquilamente dividir os despojos no meio da cidade. Os judeus que não foram mortos, acabaram sendo levados cativos. Jerusalém passou a ser pisada pelos gentios que repartiram os despojos no meio da cidade destruída. Veja como Jesus interpretou Zacarias 14 e as Setenta Semanas de Daniel e como tudo isto se cumpriu naquela mesma geração (70 d.C.) conforme ele mesmo profetizou: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." (Lc 21.20–24). Impressionante!Algumas observações importantes nesta fala de Jesus que também está registrada em Mateus 24 e Marcos 13:
1. A frase “para se cumprir tudo o que está escrito” indica que não foram poucas as profecias a respeito de uma nova destruição de Jerusalém além daquela ocorrida em 586 a.C. A quais profecias Jesus está se referindo? Não estariam entre elas Zacarias 14 e Daniel 9? Obviamente que sim, pois tratam daquele que viria a ser o Dia do Senhor contra Israel que rejeitou o Messias, o maior Juízo de Deus contra a cidade de Jerusalém em toda a sua história (Dn 9.26; Mt 22.1-10; 24:3,21-35; Zc 14.1-2; Mc 13.19; Lc 19:11-27,41-44; 21.22-24), Jerusalém sofreria tamanho castigo por conta de terem rejeitado e assassinado do Ungido (Dn 9.26; Zc 13.7-9; Mt 22.6-7; 23.34-39; 24.1-2). Jesus é o melhor intérprete da profecia de Zacarias, Daniel e de todos os demais profetas do Antigo Testamento!2. Jesus deixou claro que a destruição do templo e da cidade de Jerusalém ocorreria naquela mesma geração: “todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração “(Mt 23.36; cf. Mt 24.34; Mc 13.30; Lc 21.32). O que acabou realmente acontecendo no ano 70 d.C. Confirmando que o evento decorrente da Morte do Ungido é a destruição de Jerusalém, tudo acontecendo naquela mesma geração! Como você acha que os discípulos de Jesus interpretaram estas suas palavras quando viram os exércitos romanos se aproximando da cidade? Certamente que os cristãos que temem o Senhor, deram ouvidos as suas advertências e fugiram da cidade para escapar daquela grande tribulação. E como foi que eles interpretaram Zacarias 14, Daniel 9, Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 quando receberam a notícia de tudo o que se passou Jerusalém? Os moradores de Jerusalém sofreram as maiores barbaridades, durante os anos de cerco, a fome foi tanta que chegaram ao ponto de sacrificarem infantes para canibalismo, “ai das grávidas e das que amamentam”. Quando o exército romano invadiu a cidade, a carnificina foi tremenda. O General Tito profanou o templo antes de destruí-lo totalmente, não deixando pedra sobre pedra. A cidade foi queimada e os sobreviventes levados cativos. A página mais triste de toda a história de Jerusalém conforme profetizou o Senhor Jesus Cristo e também profetizaram os profetas do Antigo Testamento.
3. O discurso de Jesus em Lucas revela com maior clareza que, depois de destruída, os judeus seriam levados cativos para todas as nações e a cidade de Jerusalém seria pisada pelos gentios até que a plenitude de salvação dos gentios se completasse (Lc 21.24). Então, esta grande tribulação e devastação de Jerusalém não termina com a Segunda Vinda de Cristo e o milênio, pois Jesus disse que os judeus seriam levados cativos e que Jerusalém seria pisada pelos gentios até a plenitude deles fosse alcançada, o que sugere um longo período posterior antes do fim. Interessante observar que Jerusalém foi realmente dominada por gentios até recentemente. Muito embora seja sendo ainda sendo motivo de muita disputa, em 1948, Israel foi reconhecida como nação. Sinal dos tempos!
Deus promete livramento para o seu povo
Neste juízo contra Jerusalém, Deus lutou por seu verdadeiro povo, promovendo escape para o remanescente fiel de Israel que recebeu a Jesus como Messias (Zc 14.3-4). O Senhor peleja por seu verdadeiro Israel (Js 10.14). Numa linguagem figurada, “o Senhor está para sair do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra. E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num abismo”. (Mq 1:3-4). “Descias, e os montes tremiam à tua presença”. (Is 64-3). "Os montes te veem e se contorcem” (Hc 3.10). Com a fenda do Monte das Oliveiras criou-se um vale que serviu de escape para aqueles que realmente pertencem a Deus: "Fugireis pelo vale dos meus montes" (Zc 14.5). Jesus advertiu seus discípulos: "os que estiverem na Judeia fujam para os montes” (Mt 24.16). Eles realmente puderam escapar quando viram os exércitos romanos se aproximando de Jerusalém!As montanhas ao redor de Jerusalém e os seus muros representavam separação entre judeus e gentios. O Monte partido e a queda do muro, representam também a queda do muro de separação entre judeus e gentios (Ef 2). Ao fugirem de Jerusalém, os judeus cristãos vão a outras partes do mundo espalhando as Boas Novas do Evangelho como parte do Rio de Deus que sai do Verdadeiro Templo que é o nosso Senhor Jesus Cristo, como águas vivas correndo de Jerusalém para irrigar o mundo inteiro (Ez 47; Jo 7.38). Como disse Zacarias: ““correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e a outra metade, até ao mar ocidental; no verão e no inverno, sucederá isto. O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o SENHOR, e um só será o seu nome.” (Zc 14.8–9). A destruição do templo acabou contribuindo também para caracterizar a chegada do novo tempo em que a adoração Deus passa a ser descentralizada, acontecendo onde quer que dois ou mais estejam reunidos em nome de Jesus para adorar a Deus em espírito e em verdade.
Interpretar Zacarias 14.4-5 como uma referencia a Segunda Vinda de Cristo é complicado porque não faria sentido que os que são de Deus tenham que fugir exatamente quando Cristo vem para salvá-los. Além do mais, sabemos que a Segunda Vinda de Cristo marcará o fim de qualquer espécie de conflito e temor para o seu povo. Com o sopro de sua boca, Jesus destruirá o iníquo.
“Toda a terra se tornará como a planície de Geba a Rimom” (Zc 14.10).
Tais transformações topográficas apontam para reformas morais que vão se ampliando a medida que o Evangelho do Reino se expande pelo mundo, difundindo seus valores. Linguagem semelhante a que vemos em Isaías 40.3-4: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados.” Sabemos que esta profecia se cumpriu de modo figurado no ministério de João Batista. Portanto, profecias assim não requerem um cumprimento literal, pois usam figuras de linguagem, algo muito típico da literatura profética e também da apocalíptica.Juízo contra as nações
Roma, como a Assíria, serviu como a "vara da ira de Deus” (Is 10:5). Como aconteceu no tempo oportuno tanto com a Assíria quanto com a Babilônia, o juízo de Deus virá também contra o Império Romano. Interessante notar que neste período da destruição de Jerusalém, inicia-se também o processo de decadência do Império Romano que irá sucumbir, enquanto o Cristianismo irá crescer e se tornar a maior religião e influência sobre a face da terra.As maldições para os que violam a aliança são pronunciadas sobre os inimigos do povo de Deus (Zc 14. 12-15; cf. Dt 28:15-68; Lv 26:14-26). É importante observar a semelhança que há aqui (Zc 14. 12-15) com a linguagem de juízo pronunciada contra a Assíria: “Então, a Assíria cairá pela espada, não de homem; a espada, não de homem, a devorará; fugirá diante da espada, e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados. De medo não atinará com a sua rocha de refúgio; os seus príncipes, espavoridos, desertarão a bandeira, diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em Jerusalém.” (Is 31.8–9).
“Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” (1Co 15.25–26). Portanto, este reinado de Cristo mencionado por Paulo só pode ser aquele que se dá na era da Igreja, antes da Segunda Vinda, pois é por ocasião da Segunda Vinda que a morte será tragada pela vitória! (1Co15.54). Sabemos também que, por fim, Jesus julgará as nações (Mt 25.31-32). “Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.1–2; ver também Ap 19.15-21).
A Festa dos Tabernáculos – Festa da Colheita!
A menção a Festa dos Tabernáculos não é para ser entendida como uma restauração literal da festa nos moldes do Antigo Testamento. A profecia descreve as bênçãos espirituais futuras em termos próprios de sua religiosidade e cultura. Os convertidos das nações experimentarão a redenção e virão com alegria para adorar o redentor (Zc 14:16-19, cp. Ap 21.24-26).Devemos lembrar que se trata de uma das 3 grandes festas de Israel. A última das 7 Festas do Pentateuco. Os judeus construíram tendas para celebrar a Deus que os redimiu da escravidão do Egito (Lv 23:39-43). É exatamente aquela que celebra a plenitude da colheita! (Ex 23.16; Dt 16:13-15). Os Campos brancos para a ceifa! (Jo 4:35-38) E, de alguma maneira, Jesus relaciona a Queda de Jerusalém com a plenitude dos gentios (Lc 21.24). A Festa dos Tabernáculos celebra a plenitude dos salvos e a vida eterna!
Páscoa diz respeito à redenção, Pentecostes ao penhor do Espírito, os primeiros frutos do Reino, por fim, a Festa dos Tabernáculos celebra a plenitude da colheita. A fonte inesgotável de água da vida que salta para a vida eterna! Referindo-se a Zacarias 14 e a Ezequiel 47, na Festa dos Tabernáculos, foi que Jesus fez o seguinte convite: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (Jo 7.37–38). João acrescenta que isto se referia ao Espírito Santo que seria derramado sobre os discípulos! (Jo.7.29).
No entanto, os que não se converterem a Cristo serão privados das bênçãos do Reino (Zc 14.17-19). Como, por exemplo, da chuva que é símbolo do favor de Deus (Ho 6:3).
A profecia aponta para o dia em que Jesus “será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). De modo que tudo será consagrado a ele, até as coisas mais comuns como as campainhas dos cavalos receberão a inscrição que até então era colocada apenas na mitra do sumo sacerdote, a saber: "Santidade para o Senhor (Zc 14.20; cp. Ex 28:36), assim como todas as panelas das casas serão também consideradas santas e consagradas a Deus (Zc 14.21). E “já não haverá maldição” (Zc 14.11) e nem mercadores na Casa de Deus (Zc 14.21). As maldições para os que violam a aliança são pronunciadas sobre os inimigos do povo de Deus (Zc 14. 12-15; cf. Dt 28:15-68; Lv 26:14-26). Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus! (Rm 8.1). Desfrutarão de abundância, paz e segurança! (Zc 14.11,14).
Conclusão
Devemos reconhecer o contexto em que as profecias foram proferidas e as características peculiares da linguagem profética. Precisamos também deixar que a Bíblia interprete a própria Bíblia, levando seriamente em consideração as intepretações que Cristo e seus Apóstolos deram as profecias do Antigo Testamento. Como dissemos a princípio, o ensino de que será restaurado o sacerdócio levítico para celebração sacrifícios de animais no templo na época do Milênio é um contrassenso, um injustificável retrocesso, que ofende a cruz de Cristo. O futuro deve ser encarado como a consumação da realidade e não como um retorno as sombras do passado. Em Cristo e sua Igreja, já nesta era e ainda mais plenamente na Nova Jerusalém, é que se cumprem as profecias que dizem respeito a restauração de Jerusalém e do reino de Israel. A própria promessa de uma terra prometida será cumprida na Nova Jerusalém como disseram Paulo e o autor de Hebreus (Rm 4:13; Hb 11:9-10).Bibliografia
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