quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

DEUS QUER FAZER GRANDES COISAS PELO SEU POVO



“... alegrai-vos no Senhor vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a chuva temporã; fará descer a chuva no primeiro mês, a temporã e a serôdia. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de azeite. E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós. E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado. E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado(Joel 2.21-27).

AS CHUVAS COPIOSAS (Joel 2.23).
As chuvas sobre a terra eram um prenúncio e um símbolo de uma chuva mais preciosa, o derramamento do Espírito Santo.

AS ESTAÇÕES FRUTÍFERAS (Joel 2.22).
Mediante o arrependimento, Deus está revertendo as calamidades, a assolação, advindas pelo pecado, transgressão e iniqüidade.O tempo da restauração da parte do Senhor, está vindo sobre a sua vida, família e ministério.

COLHEITAS ABUNDANTES (Joel 2.24,25).
No lugar da pobreza o povo de Deus recebeu a prosperidade; safras abundantes, colheitas recordes; a pobreza extrema deu lugar à prosperidade e à riqueza. Deus restituiu a eles tudo aquilo que fora destruído pelos gafanhotos, pela seca, pelos inimigos.

O DEUS A QUEM SERVIMOS, É O DEUS DA RESTITUIÇÃO.
(1Sm.30.4-9; Jó42.10-17).

A RESTAURAÇÃO DO LOUVOR (Joel 2.26).
Onde cessa a alegria do culto, cessa o sentido da vida. É na presença de Deus que há plenitude de alegria. (Sl16.11).

A MANIFESTAÇÃO DA PRESENÇA DIVINA (Joel 2.27).
Uma coisa é a onipresença de Deus, outra bem diferente é a sua presença manifesta. Tão logo o povo voltou-se para o Senhor, Ele lhes deu a conhecer a gloria de sua presença. (Isaias 64.1,2).

RESTAURAÇÃO DA ALEGRIA (Joel 2.23).
O templo cheio de gente que celebra a Deus com alegria é melhor do que todas as bênçãos materiais. A alegria do Senhor é a nossa força.

A LIBERTAÇÃO DA VERGONHA (Joel 2.27).
Quando nos voltamos para Deus em lágrimas, Ele se volta para nós em graça.

Quando tomamos a decisão de voltar para a casa do Pai, sempre encontraremos o Seu abraço de amor, Seu beijo de perdão e a Sua festa de reconciliação.

Transcrito Por Litrazini

Graça e Paz

Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança


Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança

TEXTO ÁUREO

"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." (Hb 9.22).

VERDADE PRÁTICA

A eficácia da adoração neste período da Nova Aliança está no fato de ela estar fundamentada no sangue de Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Hb 9.22: Os utensílios do culto na Antiga Aliança

Terça – Hb 9.4: O culto, os oficiantes e a liturgia na Antiga Aliança

Quarta – Hb 9.14: Uma redenção eterna pelo sangue do Cordeiro

Quinta – Hb 9.14,15: Uma consciência limpa pelo sangue de Cristo 

Sexta – Hb 9.15,22: Uma herança eterna pelo sangue de Jesus

Sábado – Hb 9.28: Uma promessa gloriosa pelo sacrifício do Filho de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Hebreus 9.1-5,14,15,22-28

Hebreus 9.1-5, 14,15,22 – 28

1 ORA, também a primeira tinha ordenanças de culto divino, e um santuário terrestre.

2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candelabro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário.

3 Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos,

4 Que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança;

5 E sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.

14 Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?

15 E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.

22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.

23 De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.

24 Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;

25 Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio;

26 De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.

27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,

28 Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.

HINOS SUGERIDOS: 41, 124, 412 da harpa cristã

 OBJETIVO GERAL

Explicar que a adoração na Nova Aliança está fundamentada no sangue de Cristo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.

I. Apontar como era o culto e seus elementos na Antiga Aliança;

II. Mostrar a eficácia do culto na Nova Aliança;

III. Explicar a singularidade do culto da Nova Aliança.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A adoração e o louvor a Deus não é algo visto somente na Nova Aliança, já no Antigo Testamento o desejo de Deus era que os israelitas o adorassem e tivessem um relacionamento mais profundo com Ele. Por isso, o Criador ordenou que Moisés construísse uma tenda móvel de adoração, o Tabernáculo, que acompanharia o povo durante a longa travessia pelo deserto. Este seria o único lugar onde o povo poderia encontrar-se com Ele e adorá-lo. Cada detalhe, cada peça, o desenho, ou seja, tudo no Tabernáculo tinha um significado, simbolizando uma realidade espiritual.

Na carta aos Hebreus o autor detalha alguns principais utensílios do Tabernáculo afim de mostrar o sentido da adoração e do serviço sagrado na Antiga Aliança, comparando com a obra de Cristo no Tabernáculo eterno da Nova Aliança.

INTRODUÇÃO

O mundo vive numa constante renovação. O indivíduo busca novos padrões e entendimento para o que acontece ao seu redor; busca novas formas de realizar obras e sonhos; obtém outros pontos de vista a respeito de assuntos e temas já conhecidos. O nosso foco recai sobre a renovação teológica e litúrgica.

Questionamos quanto das mudanças na teologia e na liturgia do culto vêm das Escrituras e quanto vêm do desejo das pessoas. Há diversidade quanto à compreensão de como deve ser o culto prestado a Deus.

A Bíblia, ao descrever o que denominamos de culto, não usou termos similares aos que se referiam ao culto em outras religiões. Quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento, essencialmente, o culto é descrito como serviço.

Em qualquer língua, etimologicamente, liturgia significa “o trabalho que pessoas realizam”, não pessoas se divertindo, alegrando-se, fazendo o que acham ser bom. No Antigo Testamento, a adoração era prescrita e controlada, era litúrgica.

Como posso adorar a Deus segundo os princípios do Antigo Testamento? Será que o Antigo Testamento oferece direção para uma adoração no culto contemporâneo?

Vamos estudar cinco épocas nas quais o culto era prestado a Deus, no Antigo Testamento.

I. Da criação ao êxodo

A recusa do homem em obedecer a Deus incondicionalmente foi a recusa a uma adoração ao Senhor com base em Sua verdade revelada (Gn 3.1-6). Podemos entender, pelos textos bíblicos, que o culto ao Senhor era familiar, centralizado no altar. Ali, Deus e a família se encontravam e havia:

1.      Sacrifícios de gratidão (Gn 4.1-6; 8.20);

2.      Sacrifícios de expiação de pecados ( Jó 1.5).

A fé possibilitou a Abel ter sua oferta aceita pelo Senhor (Hb 11.4). Caim não obedeceu as instruções que estão subentendidas em Gênesis 4.7, daí ter tido sua oferta rejeitada por Deus.

Examinar as intenções e avaliar as ações devem ser exercícios constantes na vida dos que cultuam a Deus (Sl 66.18 e 131.1-3). Deus só aprova o culto sincero.

II. Do êxodo à monarquia

Este foi o período do tabernáculo, a habitação simbólica de Deus. Embora portátil, era um palácio.

Todo o tabernáculo e seus utensílios expressavam a pessoa de Deus, Seus atributos, Sua presença, Seu relacionamento com o povo, e como o povo respondia a Deus. As prescrições para aproximação e purificação eram rigorosas e foram dadas pelo próprio Deus a Moisés. Podemos associar alguns utensílios do tabernáculo com alguns elementos imprescindíveis do culto.

1.      A arca e a mesa dos pães – retratam Deus como Rei, Senhor e Provedor do Seu povo – a leitura bíblica (especialmente os Salmos), os hinos e cânticos de louvor.

2.      As lâmpadas – a direção de Deus – a pregação da Palavra.

3.      O incenso – o local das intercessões pelo povo – as orações.

4.      O altar – o lugar do derramamento de sangue – a confissão de pecados.

Notemos ainda a posição do tabernáculo no centro do acampamento (Nm 1.52,53 e 2.1-2) como referência à centralidade do culto para a nação. Notemos que cerca de 40 capítulos foram dedicados à descrição, construção, dedicação e uso. Deus não somente quer nosso culto, mas Ele diz como quer ser cultuado.

Nem toda adoração agrada a Deus. Há o perigo de trazermos “fogo estranho” diante do altar e do trono do Senhor (Lv 10.1-2). Esse “fogo estranho” consistia em contrariar os mandamentos divinos quanto à adoração. Não apenas a adoração a falsos deuses é proibida nas Escrituras, mas também a adoração ao verdadeiro Deus de maneira errada (Ml 1.7-10; Os 6.4-6; Am 5.21).

III. Da monarquia ao exílio

Foi o período de maiores mudanças e de centralidade do culto. O povo ia reunido para a adoração ao Senhor. A orientação para o serviço sacerdotal permanecia válida. As prescrições foram dadas por Deus, por meio de Davi, a respeito de grupos corais e grupos instrumentais.

O culto em Israel era participativo. Os dias de festa, as procissões e os sacrifícios exigiam envolvimento do adorador. No AT era um duplo serviço divino: um dirigido ao Seu povo e outro dirigido às outras nações (Sl 67). Deus quer ser adorado pelos Seus no serviço que estes prestam ao próximo.

Este foi o motivo pelo qual os profetas criticaram o culto da antiga aliança (Is 1.11-15): o povo desejava comparecer diante de Deus, receber Dele todos os benefícios do culto, mas não O servia fazendo o bem ao próximo.

Culto não é ato ritual, mas ato de vida. O ato de culto deve expressar-se em gestos eficientes, concretos e claros em nossa relação com o próximo. Este é o serviço do povo a Deus, que em nada precisa de nossos serviços, mas que por misericordiosa graça nos chama para que sejamos participantes de Sua obra neste mundo.

IV. No exílio

Desse período em diante as informações são mais escassas. Todavia, sabemos que não havia templo, não havia sacrifício, não havia sacerdócio.

Em meio ao caos, à desesperança e ao temor, Deus enviou profetas como Ezequiel para encorajar Seu povo a se voltar para Ele e cultuá-Lo, pois era o Deus fiel à aliança.

O grupo de israelitas que se reunia no exílio começou o que depois ficou conhecido como “sinagoga”.

V. A era pós-exílica

É o período de Esdras e Neemias. O povo de Israel voltou do exílio babilônico. Houve um retorno à Lei de Deus (Torah), que começou a ser lida perante o povo. O templo foi restaurado, os sacerdotes voltaram à atividade, os sacrifícios e as ofertas tornaram a ser feitos.

Conforme o prof. Marcos Alexandre Faria (Faculdade Teológica Batista de Brasília), estas são algumas influências do exílio babilônico:

1.      A figura do rei desaparece;

2.      O cativeiro se torna um meio de purificação e ressurgimento da religião dos judeus;

3.      As profecias de Jeremias tiveram grande influência;

4.      Finda a idolatria (estavam no meio de uma nação extremamente idólatra);

5.      Acaba a monarquia (fica na esperança do Messias – o descendente de Davi virá!);

6.      O sumo sacerdote, auxiliado pelos escribas, assume a liderança do povo;

7.      Esdras, o sacerdote, convida o povo a voltar para a Palavra (Ed 7.10);

8.      O povo gira em torno da Lei: viver de acordo com a Lei passa a ser um estilo de vida;

9.      Começa o que seria mais tarde a sinagoga – o que se tornou modelo para as igrejas no NT.

É o início do chamado “Judaísmo”, ou seja, o ambiente social, cultural, político e religioso do povo hebreu, formado a partir da volta do exílio babilônico (538 a.C.), e no qual se formou o cristianismo (Dic. Aurélio). Nesse período, três ênfases básicas são: o sábado, a circuncisão e as leis alimentares.

VI. Resumo do culto do AT

Encontramos três princípios nessas cinco épocas.

1.      Adoração (Gn 8.20; 35.11, 14; Êx 3.18; 5.1; 2Cr 7.3; Ne 8.6)

O culto era centralizado em Deus, que reivindica e espera isso de Seu povo. Honramos ao Senhor quando O adoramos pelo que Ele é. Deus não está limitado a experiências humanas, as quais não podem determinar ou governar o tipo de liturgia do culto prestado ao Senhor. O Salmo 93 diz que Ele está revestido de majestade. Deus é glorioso, é sublime, é belo na Sua santidade. Devemos adorá-Lo no Seu esplendor e na Sua beleza. É com essa concepção que devemos adorar ao Senhor. O culto no AT é a resposta da criatura:

  • À glória do Criador revelada (Sl 19).Deus é o Altíssimo (Sl 83.12), o Deus que vê (Gn 16.13), escudo (Sl 84.11);
  • Aos atos salvíficos de Deus (Êx 15;Sl 105);
  • À ação bondosa de seu Criador (Mq 6.8;Is 1.13-17; Lv 10.1,2).

2.      Oração e confissão (Jó 1.5; Lv 16.15,16; 1Cr 16.39,40;2Cr 6.21-31; Ed 9.1-3)

O pecado tinha que ser coberto, a expiação, a propiciação foi feita por Cristo, em nosso favor. Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para aquilo que Cristo iria fazer. No Antigo Testamento não havia culto nem adoração sem sacrifícios; não havia culto sem altar. Para nós, não há culto sem o significado da cruz, não há culto sem Jesus Cristo, o que foi imolado e que agora reina. Além disso, a adoração devia também incluir ofertas, e os sacrifícios deviam expressar gratidão, devoção, desejo de comunhão e meditação, prontidão, e voluntariedade para compartilhar coisas materiais com os sacerdotes, os levitas, os pobres e as viúvas. Não havia lugar para a mesquinhez no culto.

3.      Instrução (Gn 4.7; Dt 31.9-13; 2Cr 34.30; Ne 8.8)

 Este é o meio pelo qual Deus revela Sua vontade. A pregação não pode ser relegada aos momentos finais do culto. Ela não é matéria para ser apenas descrita ou comentada, mas deve ser explicada (Ne 8.3, 7- 8, 12). Deus fala, o homem se cala, medita e responde. Com a pregação fiel e revestida de autoridade da Palavra, Deus é honrado e glorificado, os descrentes são desafiados, os crentes são edificados e a igreja é fortalecida. A adoração genuína também deve ser fruto de um correto entendimento da lei, justiça e misericórdia de Deus, reconhecendo-O assim como Ele Se revela nas Escrituras. Sem a Palavra não há adoração e não importa quão emocionantes sejam os demais atos do culto.

A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA

A natureza definitiva do sacerdócio superior do nosso Senhor e do seu ministério essencial em substituir o concerto antigo por um novo foi estabelecida. Agora o autor examina em detalhes como o ministério do nosso Senhor foi cumprido e como exatamente ele provê. O modo encontra sua singularidade dramática no fato de que Jesus não era somente sumo sacerdote, mas sacrifício; não apenas ofertante, mas oferta.

a) Sua ação contrastante (9.11-15). Mas vindo Cristo — é Ele que faz a grande diferença, tanto no contraste da sua ação como na superioridade da sua pessoa. Ele tinha vindo como o sumo sacerdote dos bens futuros. Seu serviço divino como sacerdote é diferente do serviço levítico, tanto no que diz respeito ao lugar como no sangue sacrificial usado.

Em relação ao lugar (o primeiro ponto de contraste), seu ministério ocorre em um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos (11). Imediatamente, segue-se o comentário explanatório: isto é, não desta criação. O santuário com o qual Cristo e seus filhos têm de lidar não é material, visível, local e destrutível; ele, na verdade, é de uma ordem espiritual. Embora a morte de Cristo fosse física e visível, seu significado interior era relevante para uma estrutura invisível de realidade, o Reino de Deus. Este é mais perfeito em muitos sentidos, mas certamente não menos importantes são sua permanência e acessibilidade universal.

O segundo ponto de contraste é o sangue que foi usado — não de bodes e bezerros, mas [...] seu próprio sangue (12). Aqui também encontramos um terceiro contraste na sua natureza e suficiência definitivas da sua entrada singular — entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Mueller traduz: “Tendo revelado uma redenção eterna”. A redenção eterna não é obtida incondicionalmente, mas tornada possível. O tempo do verbo também apresenta um problema. Havendo efetuado coloca a transação crucial antes da entrada no santuário (“Santo dos Santos”, ARA). Neste caso, a expiação deve estar associada rigorosamente à morte de Cristo no altar do sacrifício, enquanto no plano levítico a expiação era não apenas pela morte de animais, mas em levar o sangue até o Santo dos Santos (v. 7).

A tradução da RSV harmoniza melhor com o tipo: “desta forma garantindo (assegurando) eterna redenção”. Em outras palavras, a redenção é efetuada pela sua entrada no Santo dos Santos como uma parte culminante e integral do ato redentor total.

Robertson diz que este santuário (Santo dos Santos) fica no céu. O versículo 24 apóia esta interpretação, mas a ênfase é o céu no sentido de representar “a presença de Deus” (v. 24).

Esta idéia está mais próxima do simbolismo real do “Santo dos Santos” terreno, que significava, não céu, mas a presença gloriosa de Deus e um relacionamento desimpedido com Deus em sua presença. Jesus entrou nesta presença com seu próprio sangue, não sangue literal, mas com os direitos que este sangue proporcionou, ao morrer pelos homens. E (o quarto ponto de contraste) Ele entrou nesta santa e divina presença a fim de permanecer para sempre

— não para apressar a saída, como fazia o sumo sacerdote levítico.

b) O benefício contrastante (9.13,14). Não há apenas os quatro pontos de contraste observados até aqui, mas há também o contraste infinito entre a eficácia do sangue de Cristo em comparação ao dos animais (quinto ponto). O valor inerente do sangue de animais seria virtualmente nulo, mas o valor inerente do sangue de Cristo, o imaculado Deus-homem, seria incalculável. No entanto, este quase desprezível sangue de animais assegurava aos adoradores do AT alguns benefícios — os santificam, quanto à purificação da carne (13). Esta santificação era uma restauração da sua “pureza exterior” (NEB) e sua aceitabilidade formal por Deus.

Eles eram novamente membros sem dolo de uma raça santa, povo escolhido e consagrado a Deus. Mesmo esta conseqüência não era devida ao sangue usado, mas ocorria por intermédio do ato de penitência, adoração e obediência em buscar a reconciliação por meio dos sacrifícios prescritos. Portanto, a lógica é: Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos (13; cf. Lv 16.3,14,15; Nm 19.9,17) cumprirão esta tão grande bênção, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? (14).

A frase quanto mais é medida pela distância qualitativa entre criaturas malcheirosas e estúpidas e o próprio Deus, seu Criador. Este sangue sagrado de Jesus Cristo Homem foi elevado a um valor infinito pelo fato de Ele ter realizado sua ação pelo Espírito eterno, não o Espírito Santo, mas seu próprio espírito, o Filho eterno.

 

Agora observamos o sexto ponto de contraste. Enquanto os animais sacrificados do AT eram vítimas desamparadas, este Cordeiro de Deus ofereceu-se a si mesmo imaculado a Deus. Jesus não foi apanhado numa armadilha que redundou em uma morte prematura e trágica; Ele deu-se a si mesmo de forma voluntária, sabendo o tempo todo que tinha o poder de rejeitar a cruz. Assim, o valor intrínseco de seu sangue foi formado pelo mérito ético do seu ato volitivo.

A bênção vastamente superior oferecida a nós por este sangue santo e precioso é muito mais profunda do que uma purificação ritualista, afetando nossa posição; ela afeta nosso estado interior — purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo. A purificação da consciência aqui é semelhante ao aperfeiçoamento da consciência no versículo 9.

A impotência do sangue de animais é contrabalançada pela eficácia do sangue de Cristo, mas novamente de forma provisória (forma clássica de kathario, tempo futuro, “purificará”). O sangue de Jesus é adequado, mas é uma purificação condicional para todos. Não há uma purificação automática, que ocorre incondicionalmente pelo ato da expiação. A fé se apropria do sangue purificador. Somente a fé no sangue como base para a nossa salvação trará uma percepção completa de libertação.

O que precisa ser purificado é a consciência ou a percepção moral (almas—Phillips). Apesar da assídua observância das cerimônias levíticas, um sentimento de culpa e violação continuava controlando a consciência dos adoradores. Mas em Jesus eles podem encontrar paz perfeita. O adorador pode conhecer a doce percepção de um homem de 84 anos que testifica: “Pela primeira vez na vida me sinto puro por dentro”.

Somente o Espírito Santo pode lavar de todo o pecado e dar um sentimento pleno de novidade e pureza; mas isto Ele faz com base no mérito expiatório do sangue de Cristo e em resposta à fé neste sangue. Liberto, o crente é agora capaz de adorar o Deus vivo de maneira aceitável. O contraste entre Deus vivo e obras mortas é marcante. Obras pecaminosas que trazem morte para a alma nos desqualificam para a comunhão com Deus ou para o serviço ao Deus que é santo. Assim, esta purificação da consciência deve, por necessidade, incluir a regeneração e santificação inicial (Ef 2.1).

c) O escopo contrastante (9.15ab). Um concerto completamente novo foi instituído para que fosse possível uma purificação profunda. E, por isso, é Mediador de um novo testamento (15).

Nesta nova ordem das coisas, a morte de Cristo provê redenção para todas as transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, cancelando, desta forma, sua reivindicação sobre elas e, por meio disso, justificando seu fim. Os chamados, i.e., aqueles que ouvem o evangelho e obedecem, podem, desta forma, escapar da escravidão da ordem antiga e compartilhar com os gentios crentes a promessa da vida eterna.

É altamente significativo que a morte de Cristo era para as transgressões cometidas debaixo do antigo concerto. Um aspecto disso é visto por Robertson: “Aqui, há uma declaração definitiva de que o valor real dos sacrifícios típicos, debaixo do sistema do AT, estava na sua realização na morte de Cristo. E a morte de Cristo que dá valor aos tipos que apontavam para Ele. Assim, o sacrifício expiatório de Cristo é a base da salvação de todos que são salvos antes da cruz e desde então”.16Mas isto não é tudo. A palavra transgressões (parabasis) é a mais forte no NT para uma violação deliberada da lei conhecida, e sempre infere plena culpa e responsabilidade pelo castigo.

A palavra é usada somente duas vezes em Hebreus, aqui e em 2.2, onde lemos que debaixo da ordem do AT “toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição”. O pecador deliberado não podia escapar do castigo por meio de uma oferta casual de um sacrifício de animal. O sistema sacrificial era essencialmente para os pecados de ignorância e omissão, cometidos de forma involuntária pelo israelita que procurava andar na retidão. A situação não era fácil para o pecador que cometia um pecado de mão erguida. Ele precisava ser castigado e, em alguns casos, com a pena de morte. Visto que todos eram culpados destes pecados, mesmo que de forma menos séria, os quais muitas vezes não eram revelados, levando-os a sofrer castigo, é compreensível que o adorador sempre percebesse que um sentimento de condenação o espreitava.

Este realmente é o ponto crucial da culpa e alienação de Deus. Para que essa situação moral desagradável pudesse ser resolvida precisava haver um sangue melhor, um sacerdote melhor, um concerto melhor. E isto pôde ser encontrado em Cristo e na sua morte. Esse é o plano divino maravilhoso que harmoniza justiça e misericórdia na cruz de tal forma que agora a vida pode ser oferecida àqueles que mereciam a morte! A frase intervindo a morte indica que a morte de Cristo, embora não um substituto exato para a morte deles, era um preço de redenção aceitável no lugar da morte deles.

Encontramos aqui uma nova dimensão de salvação: a misericórdia é estendida para incluir o pecador voluntário e propositado, condenado no antigo concerto. Para ele, o antigo concerto não tinha nada a oferecer além da morte ou era desgraçadamente inadequado. Mas agora ele também pode se qualificar para a promessa da herança eterna. A única condição é que esteja entre os chamados (“que obedecem ao chamado de Deus”, Phillips).

A SINGULARIDADE  DO ULTO DA NOVA ALIANÇA

Os sumos sacerdotes levíticos entravam no santuário (a KJV traz “lugares santos”, ou seja, os dois santuários do Tabernáculo) feito por mãos, com o propósito de servir em seu ofício mediador como representantes humanos diante de Deus. Mas este Tabernáculo era apenas uma figura do verdadeiro, “a contraparte da realidade” (Moffatt).

A realidade era o próprio trono de Deus. Aqui Cristo entrou no mesmo céu. Isto não é somente uma esfera espiritual ou uma dimensão, mas um lugar definitivo, o assento da administração divina. Foi lá que Cristo nos representou e continua a fazê-lo: para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus. A palavra face ou semblante (prosopo) traz a noção de que este lugar de representação não é meramente a presença de Deus no sentido de onipresença, ou por meio do Espírito Santo, ou como uma glória especial no Templo, mas a presença máxima e perfeita de Deus como um Indivíduo e como o Governante universal.

Se isto parece localizar ou “antropomorfizar” a Deus, nada podemos fazer. Embora a realidade frustre as nossas mentes finitas, só podemos pensar nas categorias que a Mente Divina nos proveu. O tempo aoristo de emphanisthenai, comparecer, não sugere a intercessão perpétua de Cristo (como em 7.25, onde o verbo está no tempo presente contínuo), mas sua representação oficial como o ápice da sua obra expiatória. Green traz: “apresentar-se”.

Tendo acabado a fase terrena da missão, Ele apresentou-se ao Pai como Filho do Homem. Na terra, Ele foi o Representante de Deus para o homem; agora Ele volta como Representante do homem diante de Deus, com cinco feridas descobertas como credenciais. O que o sumo sacerdote fazia na sombra do Santo dos Santos, Jesus fez em essência por nós no céu. E Ele foi aceito. E ao aceitar a Cristo, o Pai nos aceitou.

 

Uma vez — uma expiação perfeita (9.25,26). O contraste não é somente entre céu e terra — a realidade e a sombra — mas entre o caráter conclusivo daquele único sacrifício no novo concerto e o caráter não conclusivo dos muitos sacrifícios no antigo. Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes (25) amplia o pensamento do versículo anterior ao afirmar que esta auto-representação crucial diante do Pai não precisa ser repetida, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário [terreno] com sangue alheio. Se o ato mediador do nosso Senhor não era mais conclusivo do que o modelo levítico, então seria necessário padecer muitas vezes desde a fundação do mundo (26).

Se a eficácia salvadora do seu ato propiciatório fosse local, superficial ou temporária, então seriam necessários atos repetitivos. A suposição extraordinária é expressa para mostrar o problema incrível que qualquer tentativa de diminuir o valor da obra do nosso Senhor iria criar. Se Ele não fosse absolutamente singular como pessoa, como Sacerdote e como Oferta, e completamente diferente da ordem levítica, seria necessário que Ele morresse repetidas vezes, por mais impensável que isso possa parecer.

Mas, agora (este agora é paralelo com o “agora” do versículo 24), na consumação dos séculos, uma vez — ou “uma vez por todas no fim dos tempos” (NVI) — se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo (26). Enquanto a palavra “comparecer” no versículo 24 se refere à auto-apresentação de Cristo no céu, a palavra manifestou aqui se origina de phanerao, “tornar manifesto”, e refere- se à sua “automanifestação” na terra.

 

Ele revelou-se ao homem como um Homem para um propósito: para aniquilar o pecado. No original, não encontramos um verbo, mas um substantivo, athetesin, “anulação, ab-rogação, invalidação”; literalmente “para a invalidação do pecado”. Pecado é aqui usado no sentido de culpa. O direito do pecado sobre nós pode ser cancelado; o objetivo da missão de Cristo era tornar isto possível. Esta realização é precisamente a base da graça precedente, porque esta é uma bênção racial. “O sacrifício de Cristo lidou com o pecado como um princípio; os sacrifícios levíticos tratavam de transgressões individuais”.

Cristo cumpriu sua obra pelo sacrifício de si mesmo, ou “mediante” (dia com genitivo, “por meio”). Aqui o sacrifício e a ministração tornam-se um. Os sacerdotes levíticos tinham somente o sangue alheio (25). Jesus negociou a expiação com o seu próprio sangue.

Os sacerdotes levíticos lutavam pela vida; Ele submeteu-se à morte; tamanho era o seu amor por nós. Isto o coloca à parte para sempre de todos os sacerdócios inferiores. O valor infinito da sua pessoa divina em conjunto com o sacrifício supremo da oferta de si mesmo produzem um potencial redentor absolutamente inesgotável.

Futuro — uma salvação perfeita (9.27,28). O peso da ênfase neste parágrafo está nas palavras uma vez (hapax). Cristo apareceu somente “uma vez” com o propósito de realizar a expiação (v. 26). Somente uma vez o homem está ordenado a morrer, seguindo o juízo (27). Se o autor tinha a intenção de ressaltar a morte como o destino inevitável de cada homem, as palavras uma vez seriam supérfluas; além disso, nós teríamos sido compelidos a indagar a respeito das exceções, como no arrebatamento (sugerido no versículo seguinte).

 

Há, em vez disso, mais um ponto de comparação aqui: assim também Cristo, oferecendo-se uma vez por todas, para tirar os pecados de muitos (28). Quando Cristo se ofereceu para morrer pelos pecados, este ato foi definitivo e único, não somente com base na sua suficiência qualitativa mas com base na Encarnação. Se o homem pecador é sentenciado somente a uma morte terrena, então somente uma morte deveria ser requerida do Homem Salvador. Esta comparação está baseada no correlato assim (houtos).

Encontramos mais um contraste de grande impacto nesta comparação. Os homens que morrem sem Cristo somente aguardam o juízo; mas agora que o ato da expiação foi realizado, e que nunca mais precisa ser renovado, aqueles que escolhem crer podem esperar um futuro brilhante além do túmulo.

A próxima ação de Cristo será a reunião daqueles que seu sangue redimiu: aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação. Três vezes neste parágrafo (w. 24-28) encontramos três palavras distintas (também no grego) relacionadas à sua aparição: “comparecer”, no v. 24, “se manifestou”, no v. 26 e “aparecerá”, no v. 28 da ARC). Aqui no versículo 28, encontramos o futuro passivo de horao, “ver”; o passivo é “ser visto”, revelar-se a si mesmo (Lc 1.11; At 2.3) e certamente inclui a idéia de uma aparição visível (cf. At 1.11).

Esta segunda vinda de Cristo será sem pecado. Sua vinda futura não acrescentará nada mais ao Calvário; não oferecerá mais um degrau à possível salvação do pecado. Se queremos ver a salvação completa do pecado devemos olhar para trás, não para frente, porque o pecado não ocorre no ambiente físico nem em corpos físicos mas no coração do homem. A salvação prometida, que precisa esperar o retorno do nosso Senhor, não é do pecado no coração do crente. Ela é do pecado terreno e suas conseqüências físicas — a maldição, as manchas, as influências sedutoras, o gemer desta criação escravizada — e da contingência probatória da nossa peregrinação terrena (Rm 8.10-25). A santidade pode ser nossa agora, e a segurança incondicional e eterna virá em seguida. Esta será a etapa final do grande programa de redenção (At 3.19-21; Rm 13.11; 2 Pe 3.10-14).

Mas a salvação final é para uma classe especial: aos que o esperam para a salvação. O tempo presente do verbo26 sugere que a prontidão instantânea é evidenciada por uma expectativa constante. Não há encolhimento ou medo, mas confiança e alegria silenciosa. Para os cristãos este é o acontecimento futuro supremo, e sua perspectiva gloriosa ofusca todo o resto. Eles nunca conseguem ficar à vontade em um mundo com um Senhor ausente.

 

Não fica claro então que aqueles que se acomodam confortavelmente nesta era presente, como se fossem ficar por muito tempo e esquecem seu destino e seu Rei vindouro, não estarão entre os receptores da grande salvação? Possivelmente, esta cláusula restritiva irradia luz sobre os muitos cuja culpa é tirada. Embora a culpa racial possa ser tirada no sentido de que a graça precedente está operante, os pecados reais são tirados somente dos muitos, daqueles cuja paixão está voltada para as coisas “de cima” e que continuam aguardando a volta do seu Senhor.

 

Conclusão

O compromisso da igreja de Cristo é com os propósitos, princípios, valores e práticas da Nova Aliança. Nada devemos à Antiga Aliança. Na Nova Aliança o Senhor Jesus apresentou as intenções e as ações divinas na reconciliação da criatura com o Criador e como viver Nele a nova vida no breve período de nossa história.

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibigrafia


Comentário Bíblico Beacon cpad Hebreus á Apocalipse

JESUS ENXERGAVA O SOFRIMENTO ALHEIO



Ao passar, Jesus viu um cego de nascença (Jo 9.1) 

JESUS ENXERGAVA AS DEFORMIDADES FÍSICAS — as costas corcundas por 18 anos da mulher encurvada (Lc 13.11), a mão atrofiada daquele homem que estava na sinagoga (Lc 6.6), as pernas imóveis por 38 anos do paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.5), os olhos baços do cego de nascença (Jo 9.1), o rosto sem a orelha direita do servo do sumo sacerdote (Lc 22.50).

JESUS ENXERGAVA OS TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS — a nudez e a violência do endemoninhado de Gerasa, que vivia nos sepulcros, gritava sem parar e cortava-se com pedras (Mc 5.1-5).

JESUS ENXERGAVA A TRISTEZA INTERIOR — a dor daquela mulher que já havia perdido o marido e agora estava sepultando o único filho (Lc 7.13), e as lágrimas da irmã e dos amigos de Lázaro, sepultado quatro dias antes (Jo 11.33). Duas vezes, Jesus perguntou a Maria Madalena: “Mulher, por que está chorando?” (Jo 20.13, 15).

JESUS ENXERGAVA O VAZIO EXISTENCIAL — ao encontrar-se com aquela samaritana que já havia vivido com cinco maridos e estava ligada ao sexto, o Senhor lhe disse solenemente: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13-14). Este vazio acontece quando a pessoa não sabe de onde veio nem para onde vai, corre atrás de tudo e não tem nada, experimenta tudo e nunca se satisfaz. Jesus teve compaixão daquela multidão de homens e mulheres famintos “porque eram como ovelhas sem pastor” (Lc 9.10-17). A sede da alma é mais intensa do que a sede do corpo. O vazio existencial é mais doloroso do que o vazio estomacal.

JESUS ENXERGAVA A PRESSÃO DA CULPA – a mulher pecadora que ele havia perdoado, cheia de gratidão, não se conteve e entrou sem ser convidada na casa de Simão, o fariseu, e fez tudo o que o seu coração desejava: lavou os pés do Senhor com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos, beijou-os e, por último, os ungiu com o perfume que trazia num frasco de alabastro. Embora fosse uma cena inusitada, Jesus não interrompeu o ritual da mulher e ainda a defendeu, explicando ao seu anfitrião que “aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”. E ainda se dirigiu à vista de todos à mulher, dizendo-lhe três coisas: “Seus pecados estão perdoados”, “sua fé a salvou” e “vá em paz” (Lc 7.36-50).

O mesmo aconteceu com outra mulher em situação bastante complicada, que tinha sido surpreendida em adultério (portanto não tinha como se defender) e caído nas mãos dos implacáveis fariseus. Felizmente, ela foi levada a Jesus, que, depois de desmoralizar e mandar embora os acusadores da mulher, disse-lhe mais ou menos as mesmas três palavrinhas ditas à ex-“pecadora”: “Eu também não a condeno”, “agora vá” e “abandone sua vida de pecado” (Jo 8.1-11).

Ninguém suporta o peso continuado (“dia e noite”) da mão do Senhor, cujo propósito é conduzir o culpado à confissão e ao abandono do pecado (Sl 32.1-5).

Transcrito Por Litrazini

Graça e Paz

Como Deus Imaginou o Casamento



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Eberhard Platte


Como Deus imaginou o casamento para o homem cristão?
“Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e coerdeiras do dom da graça da vida...” (1Pedro 3.7)
“Então o príncipe casou com a princesa e os dois viveram felizes para sempre...” Muitas pessoas parecem pensar que um casamento romântico de conto de fadas (“... mas a gente se ama tanto...”) é base e garantia para um casamento feliz e uma vida em harmonia e segurança. E se ainda houver uma casinha caprichada, um carro bonito e duas crianças bem-comportadas, a felicidade será perfeita. Todos os tabloides vivem dessa ilusão humana. E alguns dos nossos conhecidos talvez ainda acrescentem: “É claro que para nós, bons cristãos, ainda é preciso frequentar uma igreja animada aos domingos, cantar no coro e mandar as crianças para a escola bíblica... isso é óbvio, não é?”.

Mas, depois de pouco tempo, muitos percebem que nem mesmo as melhores circunstâncias, os desejos mais nobres e a casa mais bonita garantem um bom casamento. Em vez do céu na terra, em vez da vida nas nuvens, o que vem é frustração diária ou mesmo o inferno na terra. Desiludidos, muitos maridos logo caem na real e resignam-se a viver uma irritação mútua diária. Não são poucos os que, por puro desespero, jogam-se no trabalho, refugiam-se em algum passatempo, consolam-se com uma “bebida” ou caem em permanente letargia.

Mas com certeza não era isso que Deus imaginava quando pensou no casamento!

Por que Deus criou o casamento?

Deus não criou o casamento para que o ser humano levasse uma vida frustrada por causa da guerrinha diária dos sexos. Ele planejava algo muito maior! Procurou para seu filho amado uma noiva apropriada. Assim como criou uma esposa especialmente para Adão, ele deu vida à igreja para seu Filho, nosso Senhor e Salvador. Deus quer usar o relacionamento entre o homem e a mulher em um casamento harmonioso e feliz como metáfora para a relação singular entre Cristo e sua igreja (Efésios 5.22-33). Portanto, Deus deseja que nós, seres humanos – e especialmente nós cristãos –, vivamos, experimentemos e pratiquemos em nossos casamentos um pouco do amor, da fidelidade, do compromisso e da intimidade do Senhor conosco.

Quais são os pré-requisitos para um casamento harmonioso e feliz?

Justamente esse exemplo do relacionamento do nosso Senhor com sua igreja deixa claro quais são os pré-requisitos que nós homens precisamos atender para ter um casamento bom e abençoado: “Maridos, ame cada um a sua mulher” (Efésios 5.25; Colossenses 3.19; 1Pedro 3.7). Aparentemente essa ordem é especialmente necessária para nós homens. Muitas vezes o nosso amor (ou aquilo que entendemos por amor), afeto e respeito dependem de circunstâncias exteriores, das nossas emoções, do amor que recebemos ou da nossa pressão arterial. Mas o exemplo do nosso Senhor Jesus (Efésios 5.25) mostra que amor não é, em primeiro lugar, um sentimento. Reconhecemos o seu amor por nós em sua completa entrega a Deus e no seu sacrifício pessoal até a morte, por meio da qual nos comprou. Portanto, o amor também não é tanto algo para ser expresso em palavras (“Eu te amo tanto...”), mas ele se torna visível em atos, no compromisso, na atitude de assumir a responsabilidade. Isso significa que eu, como marido, não assumo apenas a responsabilidade pelo bem-estar físico da minha mulher; Deus espera também que eu cuide de seu bem-estar e crescimento espirituais (v. 26-27).

Somos convocados!


Deus deu uma esposa a Adão, não para que fosse empregada, escrava, inferior, faxineira, símbolo de status, cozinheira particular, parideira, mãe substituta ou amante disponível para livre usufruto do homem. Deus a criou especificamente para completá-lo, para que lhe correspondesse (Gênesis 2.18), como uma parte dele mesmo. Ele diz que ambos formam uma unidade (Gênesis 2.24), e penso que isso não se refere apenas à alegria da sexualidade protegida pelo casamento, mas também à união de alma e espírito, isto é, uma unidade interior, em que ambos se entendem e são entendidos. “Unir-se à mulher” não significa agarrar-se a ela e não soltar, mas ligar-se a ela com fidelidade íntima. Mas isso também significa que nós homens temos responsabilidade total por nossas esposas perante Deus – inclusive por suas eventuais falhas. Deus, por exemplo, responsabiliza Adão pelo pecado de sua esposa (Gênesis 3.9). Assim como Adão, também nós gostamos de nos eximir dessa responsabilidade e de empurrar a culpa para os outros (Gênesis 3.12) – até mesmo para Deus.

A convivência diária

A convivência diária muitas vezes se mostra difícil. Deus sabe disso. Por isso ele nos convoca em Colossenses 3.19: “Maridos, ame cada um a sua mulher e não a tratem com amargura”. Em 1Pedro 3.7 ele aconselha: “... sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil”. Ele conhece bem a natureza e os sentimentos diferentes da mulher, e nos conclama a ter consideração com elas, não apenas aceitando-as, mas respeitando-as com essa sua diversidade.

Como podemos cumprir essa ordem?

Apesar de toda a nossa boa vontade, nós maridos rapidamente descobrimos nossos limites, falhas e culpas nessa área, e praticamente nos desesperamos na tentativa de atender às expectativas de Deus em relação ao casamento.

Mas Deus quer nos encorajar a viver essa harmonia interna e a bênção do casamento com a ajuda do Senhor Jesus. O sábio autor de Eclesiastes disse o seguinte: “Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (4.12). Isso significa: quando o Senhor Jesus se torna e continua sendo o fundamento, o centro e o objetivo do nosso casamento, o matrimônio feliz e abençoado se torna uma realidade.

O casamento não é um fim em si mesmo


Sempre que o Senhor Jesus é o centro da nossa vida em comum, quando nós, como marido e mulher, vivemos para ele e desejamos servi-lo, o casamento não será um fim em si mesmo. Assim como o relacionamento da igreja com Cristo almeja servir aos outros e engrandecer a Deus, também o casamento feliz quer servir ao próximo e apontar para Jesus. Há muitos anos, o líder de um retiro disse-me, de forma muito apropriada: “Quando dois cristãos se casam, na verdade eles deveriam produzir o dobro de resultados para o Senhor!”. No entanto, muitos casamentos estão fechados ao serviço conjunto para Deus por causa das dificuldades internas.

Por isso, é preciso que nós maridos nos arrependamos das nossas falhas no casamento, do nosso egoísmo e da nossa irresponsabilidade.

Assim, nosso casamento poderá experimentar a harmonia, a segurança, a paz interior e a bênção do nosso Senhor, servindo para glorificar a Deus.

Como Deus imaginou o casamento para a mulher cristã?

“Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.” (1Pedro 3.1-2)

“Na verdade, eu tinha imaginado e sonhado meu casamento de forma totalmente diferente. Depois da festa dos nossos sonhos, meu marido mudou totalmente! Ele não é mais o cavalheiro de antes. Ele adivinhava cada um dos meus desejos, e hoje não nota nem mesmo quando uso o mesmo vestido por três dias seguidos. E a rotina diária da casa e o estresse com as crianças estão acabando comigo. Às vezes gostaria de ainda estar trabalhando fora. Lá pelo menos eu era respeitada, e meu trabalho, pago. Hoje? Não passo de uma faxineira. Ai de mim se o almoço não estiver pontualmente na mesa ou se as crianças estiverem berrando quando ele chega do trabalho. Ele corre para se esconder atrás do jornal. Eu tinha uma ideia bem diferente do casamento! Nossas conversas não passam mais de resmungos...”

“Mas olhe aqui”, podem pensar alguns, “não se deve falar assim em círculos cristãos!”. E o que não deveria acontecer, não existe! Então ninguém fala sobre isso. Mas infelizmente a realidade, inclusive em casamentos cristãos, muitas vezes é outra: o importante é manter as aparências! A realidade interna não é da conta de ninguém. Só espero que as crianças não deem com a língua nos dentes um dia desses...

Será que foi assim que Deus pensou nosso casamento?
Não foi assim que Deus queria o casamento!

Não, realmente não foi assim que Deus queria o casamento! Muito pelo contrário! O casamento – dos cristãos de forma especial – foi feito para demonstrar algo muito mais precioso a este mundo: a relação íntima entre Cristo e sua igreja. Em Efésios 5.22-33 este amor, fidelidade, compromisso e entrega do nosso Senhor à sua igreja são comparados ao relacionamento entre homem e mulher no casamento. E penso que Deus deu à mulher uma capacidade especial de compreender, sentir e ansiar por esta relação profunda de amor e fidelidade no casamento.

Como a mulher pode contribuir para isso?
Os textos de Efésios 5.22-33, Colossenses 3.18-19 e 1Pedro 3.1-2 não descrevem apenas a tarefa e a responsabilidade do marido em relação à sua mulher e ao casamento, mas também a “tarefa de casa” da mulher cristã em relação ao seu marido. Com certeza Deus não deu esse encargo às mulheres a fim de oprimi-las, escravizá-las ou irritá-las. Afinal, ele a criou com um forte anseio por segurança e direcionamento, e por isso ele é quem melhor sabe como a mulher pode ter essas necessidades atendidas e obter bênção em seu casamento. Por um lado, ele chama o homem à responsabilidade e exigirá dele prestação de contas em relação à sua tarefa, mas por outro lado também a esposa cristã tem seus deveres para que Deus possa abençoar o casamento. Ainda que hoje o nosso pensamento marcado pelo humanismo e pela emancipação se oponha diametralmente ao “manual do casamento” dado por Deus, isso de forma alguma nos exime do dever de agir de acordo com a Palavra do Senhor. Nem mesmo quando o marido, por exemplo, não age de acordo com tais mandamentos. Os versos de 1Pedro 3.1-2, transcritos acima, deixam isso muito claro.

O que significa sujeitar-se?

Hoje em dia, muitas mulheres têm dificuldade em entender essa expressão e a ordem de Deus. O comportamento do Senhor Jesus em relação às mulheres mostra claramente que isso de forma nenhuma representa desvalorizar ou diminuir a importância da mulher diante de Deus e dos homens. Na verdade, Deus propositadamente criou homem e mulher com naturezas, características e habilidades diferentes, para que eles pudessem assumir tarefas e responsabilidades diferentes na sociedade. Para o casamento, Deus determinou áreas de responsabilidade diferentes – uma distribuição de tarefas, mas não uma competição.

Um exemplo: uma orquestra normalmente tem o primeiro violino e o segundo violino. Para ambos os instrumentos, o compositor escreveu melodias específicas. Não há lugar para concorrência ou inveja. Um toca em função do outro. Ambos precisam acompanhar o mesmo andamento, sendo que obviamente apenas um dos violinos pode ser responsável por determiná-lo. O compositor deu essa tarefa ao primeiro violino, mas isso não significa desprezo ao segundo. O primeiro violino tem a tarefa de conduzir. A harmonia completa só surge quando cada instrumentista ensaia e toca a parte que lhe cabe e quando o segundo violino acompanha o andamento do primeiro. Isso requer mente e ouvidos atentos e adaptação mútua.

Assim Deus distribuiu tarefas e responsabilidades no casamento de forma diferente. Atenção, ouvido aberto e adaptação de um ao outro nos ajudarão a alcançar uma harmoniosa unanimidade no casamento.

De forma bem-humorada, poderíamos dizer: “Numa bicicleta de dois lugares, só um pode pilotar – mas apenas segurar o guidão não leva a lugar algum. Assim, ambos pedalam e avançam – e as crianças podem ir junto na cadeirinha infantil...”.

“Não consigo fazer isso!”

Talvez você pense que sua situação é muito diferente, e que Deus deveria libertá-la da necessidade de sujeitar-se de forma consciente. Talvez você pense que seu casamento só funcionaria se você tocasse o primeiro violino. Talvez você esteja decepcionada com sua situação, já amargurada ou talvez resignada. Como lidar com isso?

Há esposas que “engolem”, “escondem” sua má vontade. Mas em algum lugar e em algum momento haverá uma explosão. A falta de perdão é como uma mina terrestre: pode até crescer grama por cima dela, mas em algum momento ela estoura!

Há esposas que explodem logo ou restringem-se a reclamações. Não: você não conseguirá educar seu marido. Isso era responsabilidade dos pais dele, não da esposa.

Há esposas que tentam retribuir, pagar na mesma moeda, castigar com falta de carinho ou impor sua vontade. Isso envenena o ambiente e sufocará o casamento.

O que a Bíblia recomenda nessas situações de risco?

O trecho acima, de 1Pedro 3.1-6, contém uma promessa grandiosa para o comportamento exemplar da mulher cristã para com seu marido. O marido pode ser ganho pelo procedimento calado da cristã, ou seja, sem sermões, acusações, castigos, reclamações ou explosões. A palavra-chave é “ganho”, não coagido! Um exemplo de procedimento calado é Sara, que em suas ocasiões se decepcionou amargamente em seu casamento com Abraão. Duas vezes ele negou ser casado com ela. Ele praticamente tirou a aliança da mão e declarou-a como sendo sua irmã. Só a intervenção de Deus foi capaz de salvar esse casamento (veja na p. 53).

Ah, se pudéssemos reaprender a levar todas as nossas dores a este Deus que só quer o nosso bem. Vamos confiar que ele cumprirá suas promessas e curará nossos casamentos, esforçando-nos, com arrependimento e confissão, para ocupar a posição que Deus planejou para nós e ser um testemunho por meio da nossa dependência do Senhor. Só assim nossos casamentos realmente demonstrarão o amor e a dedicação que Cristo tem por sua igreja.


Por Eberhard Platte


Extraído de Nosso Casamento Pode Ser Ainda Melhor 

A Bíblia aborda uma quantidade surpreendentemente ampla de problemas dos casamentos atuais e dá muitas sugestões valiosas e dicas para resolvê-los.