O QUE SIGNIFICA SER CHEIO DO ESPIRITO SANTO?
Ser cheio do espirito santo não é uma opção, privilégio, status, ou algo parecido. É uma ordem dada por Deus, pela boca do apóstolo Paulo, a cada pessoa convertida e não apenas a algumas pessoas. Também não devemos pensar que o enchimento do espírito é a manifestação de algum dom espiritual/sobrenatural; ao contrário, trata-se da produção do fruto do Espírito. Essa ocorrência (ser cheio do espirito) é experimental, condicional e repete sempre. É diferente da habitação permanente do espírito santo na vida do regenerado. John Stott reconheceu a diferenciação ao afirmar: “Quando falamos do batismo do Espírito estamos nos referindo a uma concessão definitiva; quando falamos da plenitude do Espírito estamos reconhecendo que é preciso apropriar-se contínua e crescentemente deste dom” (Batismo e Plenitude do Espírito, p.34).
A carta de Paulo aos efésios (5:18), entre outros assuntos, busca orientar os crentes sobre a plenitude do Espírito: “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito”. O reverendo Jailson Santos menciona a maneira como John Stott interpreta esse texto: “Stott, com base em Éfesios 5. 18, fala ainda sobre o mandamento para ser cheio do Espírito e mostra que ele é uma ordem (imperativo) para todos os cristãos (plural) deixar ser cheio de Espírito Santo (passivo) de forma continua (presente grego). Observe duas coisas na análise de Stott: A primeira essa plenitude é para todos os cristãos e não apenas para um grupo. A segunda é que paradoxalmente o enchimento (voz passiva no grego) do Espírito Santo vem dEle mesmo. O que o Apostolo quer dizer é que devemos: ‘Deixar-nos encher pelo Espírito’”.[1]
Ser pleno ou cheio do Espirito é algo necessário para a realização do serviço cristão. Assim, vemos na Bíblia que o Espírito sempre capacita seus servos para realizar algum tipo de tarefa. De João Batista é dito ser cheio do Espírito Santo desde o ventre materno: “pois será grande aos olhos do Senhor. Ele nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo desde antes do seu nascimento” (Lucas 1:15). A tarefa de João consistia em preparar o coração do povo para receber ou aceitar o Messias. Para tanto necessitava do poder do Espírito. Quando foram escolhidos os diáconos para cuidarem da parte social da igreja, eles deveriam ser cheios do Espírito: “Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:3,4). Paulo, cujo chamado e vocação era para a pregação entre pessoas estrangeiras, deveria, para tanto, ser cheio do Espírito: “Então Ananias foi, entrou na casa, impôs as mãos sobre Saulo e disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que lhe apareceu no caminho por onde você vinha, enviou-me para que você volte a ver e seja cheio do Espírito Santo” (Atos 9:17). Os irmãos, da igreja nascente, não se intimidaram diante da pressão política/religiosa, mas foram capacitados pelo Espírito para a pregação corajosa do evangelho: “Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus” (Atos 4:31). Todos esses textos indicam que o enchimento do Espírito não é privilégio para um grupo de pessoas, mas uma necessidade de cada crente convertido. Os crentes devem buscar ser plenos do Espírito.
[1] http://jailsonipb.blogspot.com.br/2010/10/batismo-e-plenitude-do-espirito-santo_28.html.
https://pbteologil.blogspot.com.br/2018/03/sercheio-do-espirito-santo-nao-e-uma.html
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