domingo, 30 de outubro de 2016

É HORA DE RECOMEÇAR

Embora no hall dos tipos de tempo apresentados em Eclesiastes 3 não apareça o tempo de recomeçar de forma direta e explícita, sabemos quão necessário ele se faz em momentos específicos de nossa vida.

“Tudo tem seu tempo determinado”, e, talvez, este seja o tempo de recomeçar, de começar do zero, de se levantar para voltar a caminhar com JESUS.

Esqueça, momentaneamente, o tempo de abraçar, de rir, de buscar alguma bênção da parte de DEUS; porque seja o tempo de chorar, de prantear, de ter vergonha das más atitudes e dos maus caminhos; o tempo do desprezo ao pecado; dos prazeres deleitosos, da felicidade estampada na face por ter feito algo bom para o EGO, mas tão nocivo a DEUS.

O tempo para a minha e a sua vida seja, irrevogavelmente, o tempo de chegarmos a DEUS e buscarmos a purificação de nosso coração: “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias e lamentai e chorai; e converta-se o vosso riso em pranto e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tiago 4:8-10).

As recomendações escritas pelo apóstolo Tiago, na verdade, são do Espírito dAquele que quer nos salvar e não deseja mais nos ver perdidos.

Como temos andado? O que temos feito? DEUS tem verdadeiramente se agradado de nós? São perguntas que precisam ser respondidas na plenitude da sinceridade. É tempo de abandonarmos os pecados e buscarmos a Santa presença de DEUS.

Precisamos abandonar as horas tristes da prostituição, da bebida, da mentira, das exaltações rancorosas e das conversas torpes que tivemos nesses últimos meses ou dias.

A nossa força vem do SENHOR, mas precisamos fazer a nossa parte, que é nos arrependermos, chorarmos, cumprirmos tudo o que foi escrito acima por Tiago. A força, junto com o perdão, virá; e não haverá quem a contenha. E quando nos levantarmos de nossa humilhação, sentiremos a alma e as mãos limpas; a mente em paz e a gloriosa presença do Espírito Santo, porque ELE terá retornado à Sua verdadeira casa, que somos nós, o nosso corpo.

É hora do recomeço, irmãos; tempo de perseverarmos pela nossa santificação. É tempo de nos levantarmos das cinzas amargas que o mundanismo nos proporcionou e cairmos na sinceridade de nossa consciência, assim como fez o filho pródigo da Parábola: “E, caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; e já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros” (Lucas 15:17-19).

Ou, como fez Davi, no Salmo 51, depois de ter adulterado com Bate-Seba: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista; para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. (...) Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:4, 10-12).

O caminho da volta pode ser muito difícil, mas é necessário e inadiável. Não pode ser amanhã ou depois, quando estivermos nos sentindo melhores. É hoje, agora, imediatamente, como um salto que se dá da cama e coloca-nos de joelhos na presença do SENHOR. Daqui para amanhã, satanás lançará outras mentiras, outros convites, outras prisões contra nós. O tempo é agora!

O diabo não é o nosso amigo nem quando ele aparenta ser em determinados momentos. Nosso único e verdadeiro AMIGO é JESUS, que, mesmo ofendido pelos nossos pecados, entristecido pelas obras más que cometemos; quando O procuramos, ELE ali está de braços abertos para nos perdoar e nos ajudar no recomeço. Não existe outro melhor que ELE!

Enquanto satanás nos leva às cadeias dos pecados, que nos tornam felizes e exauridos de muito prazer, DEUS nos leva à liberdade para agradá-LO, para servi-LO, à liberdade da renúncia do nosso EU. Enquanto o caminho final de satanás para nós são as trevas; o de DEUS é o Céu, a Sua morada eterna. É tudo uma questão de escolha. E enquanto satanás mente em nosso ouvido, dizendo que não há mais jeito para a nossa situação, DEUS afirma e garante exatamente o contrário:“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como uma planta” (Jó 14:7-9).

Há esperança para todo aquele que hoje se encontra torto, perdido. JESUS endireita quem O deseja de todo o coração. Por isso, largue o pecado, fuja dele imediatamente! Coloque seus olhos em DEUS e nas coisas do Seu Reino. Fuja dos prazeres do mundo porque ele jaz no maligno. É tempo de recomeçar, de ser e fazer diferente; de promover influências santas e não sofrer influências perdidas.

Fernando César

Por Litrazini

Graça e Paz

O DESAFIO DE DEUS



Deus desafia todas as nações para que tragam seus deuses e provem que são poderosos, que faça o que seus adoradores dizem o que eles são. Enquanto eles não conseguem provar, e os deuses se mostram impotentes, Deus diz que vai mostrar quem é e o que faz, trazendo do Norte a Ciro, o homem que ele escolhera para governar os povos. Deus de verdade faz isso, não promete fazer, ou precise que seja carregado por aqueles que o adoram.

Deus faria com que seu povo voltasse das terras para onde foram, coisa que nenhum deus ou nação conseguiu fazer, mas o povo de Deus iria retornar dos lugares onde estava, e assim Deus provaria seu poder. Regocíjate grandemente en el Señor!

Através das metáforas dos animais e das árvores, sete tipos, Deus mostra que iria causar espanto a todas as nações ao redor. Tudo foi resolvido por Deus. Quando eles vissem o povo voltando, grande seria o espanto, pois restauração de Deus em redor.

Esse capítulo tem alguns dos versículos mais lindos, como os versículos 10, 11, e 13, onde Deus diz que vai fazer Israel vencer aos seus inimigos, e com certeza, muitos inimigos de Israel nem existem hoje, como Deus prometera, cumpriu. Entre eles estão os Filisteus, Moabitas, Edomitas, Assírios, etc.

Ele usa uma metáfora interessante no verso 15, que fala de trilho novo, na verdade uma metonímia, que usa a parte pelo todo; trilho aqui é uma máquina usada para preparar a terra para serem plantada nela as sementes. Deus iria renovar a nação, preparar o terreno para Israel de novo florescer, para que vença seus inimigos e Deus seja glorificado.Assim todos saberiam quem era o Deus dessa nação tão desprezada,humilhada.

É a renovação de Deus acontecendo, e ninguém iria impedir que seu povo fosse restaurado, nem os deuses dessas nações, que eram tidos como poderosos, mas na verdade não eram nada diante da grandeza de Deus. Eles não provaram nada, não predisseram o futuro, nem fizeram uma bondade ou maldade, para provarem que estavam vivos, como Baal, Astorete, ou Astarte, ou Vênus, e Milcon, ou Malcon, entre outros, falsos deuses que nada podem fazer.

Só o eterno IAVÉ triunfaria, como triunfou. Deus desafiou eles para a luta, para provarem quem eles eram de verdade, e Deus mesmo diz que “eles não são nada, menos que nada”, enquanto que ele prova ser o Deus grande.

Essa esperança que nós temos de Deus, aquele que faz em nós o que quer. Que Deus nos guarde de todo mal, e aqueles que lutam contra nós sejam envergonhados, para que nós possamos usufruir das promessas de Deus, a qual não falha, pois Deus é o sustentador de todas as coisas, como diz Paulo no livro de Romanos,capítulo 11, depois de explicar o plano de Deus, que inclui os gentios e Israel:“tudo é por ele e para ele; glória, pois, a ele eternamente”.

Josias Leonardo De Moura

Por Litrazini

Graça e Paz

O que é o tempo?




Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.
Marcel Proust



Wilma Rejane


Falar sobre o tempo é algo transcendente porque a memória remete a um mundo de coisas procurando selecionar o que realmente importa relembrar.  O tempo é, e quando percebemos, já foi! E o que foi no tempo, jamais volta! O tempo é descrito em fases ( e perfeitamente) no livro de Eclesiastes  3:1 “ Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”. É confortante saber que existe propósito na vida, que nada é vão. Isso também pode ser assustador para alguns que teimam em usar o tempo como uma arma, carregada, prestes a disparar. São os que vêm o tempo como inimigos e se “escondem” nas veredas de trevas  para que suas obras não sejam descobertas -João 3:19.Triste realidade .

Deus nos deu o tempo, esse que se mostra no relógio, em uma dimensão feita especialmente para nós. Tempo  para Deus está além de nossa compreensão: "Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia" - 2 Pedro 3:8. No livro de Apocalipse, a nova Jerusalém, morada eterna dos salvos, é descrita como um lugar onde não há noite: “ E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite” Ap 21:25. Portanto, o tempo que vemos e contamos no “tica-tac” dos ponteiros, não corresponde ao tempo de Deus. Tenhamos fé e não percamos a paciência porque Deus tem o controle de absolutamente tudo, sem escapar uma aresta!“Pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança”- Rm 15:4


Os vários significados de tempo

Na Bíblia encontramos o tempo descrito em pelo menos quatro formas:

'et
Chronos
mo'ed
Kairos


'et: “E haverá estabilidade nos Teus tempos ('et), abundância de salvação, sabedoria e ciência; e o tempo do Senhor será o seu tesouro” Is 33:6

'et refere-se a épocas, ex: tempo ('et) de amores, de dores, de velhice, etc. No citado verso de Isaias, “et é o tempo da nova aliança, do Cristo ressuscitado que convida a todos para o Seu Reino.

Chronos: “ E disse-lhes: não vos pertence saber os tempos (chronos), ou as estações (Kairos) que o pai estabeleceu pelo seu próprio poder” Atos 1:7. É de chronos que deriva a palavra “cronologia” refere-se ao tempo em sua extensão, medida. Ex: os 365 dias do ano são Chronos, se nesse ínterim aguardo por uma resposta de Deus, um acontecimento especifico, isso vai acontecer no tempo Kairos. 


Kairos: “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo (Kairos)” Cl 4:5. Kairos é tempo oportuno, designado, devido, diz respeito a qualidade do tempo. Reescrevendo o versículo de Colossenses com Kairos ficaria assim: “ Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo oportuno”.

Mo'ed: o radical é o verbo Ya'ad que significa “estabelecer ou fixar” . A primeira ocorrência de mo'ed é em Gênesis 1:14”Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre dia e noite; e sejam eles para sinais e para tempos (mo'ed) determinados e para anos. Deus fixou mo'ed delimitando dia e noite. Mo'ed é também usado para designar as sete festas do Senhor na nação de Israel Lv 23:2. Todo o plano de Redenção nos é revelado na progressão das sete festas do calendário judaico: Páscoa, pães asmos, primícias, pentecostes, trombetas, dia de expiação e tabernáculos. Conclui-se que mo'ed se fixa de forma definitiva e previsível, é um tempo previsível.

Espero que esse breve estudo sobre o tempo tenha acrescentado algo a seu conhecimento e porque não dizer: a sua fé. Nós vivemos no chronos, aguardando e crendo no Kairos como começo de um novo(a) 'et (época) observando o mo'ed (calendário) que Deus estabeleceu para Israel e para Igreja e também para separação entre dias e noites. Vale lembrar que muitos vivemos tanto no chronos como no Kairos, porque o tempo de Deus chegou para ficar, marcando definitivamente nossas vidas.  

Sei que todas essas palavras em grego parecem complicar o assunto, contudo através delas podemos conhecer o que de modo superficial jamais conheceríamos.

E assim, estudando o tempo, aprendo que Deus organizou tudo de modo especial para seu povo, desde a antiguidade. Ele conhece nosso tempo e tem tudo bem anotadinho, assim como tem a conta dos pássaros (Lucas 12:6) e das nossas lágrimas (Salmo 56:8). Que nossa história  prossiga na eternidade, como resultado de um tempo que entregamos a Deus para ser regado e que nós em nossa pequenez soubemos bem aproveitar.

É verdade, há tempo em nossas vidas carregados de aflições e por tanto sofrimento não conseguimos enxergar um tempo de restauração, ou, a esperança na restauração das situações, acaba sendo o conforto e o meio que nos mantêm inteiros em força e fé. A Bíblia nos revela que há tempo para todo propósito embaixo do céu (Eclesiastes), e quando não há mais nada que possamos fazer para mudar determinadas situações, saberemos que somente Deus poderá fazê-lo. Quem sabe o tempo da aflição seja um tempo de crescimento pessoal, quem sabe, um meio de nos aproximar de Deus percebendo a beleza que há em coisas que antes sequer percebíamos. O tempo está aí, como mestre, como aliado, para alguns, contudo, parece ser um fardo.

Não queridos leitores, o tempo não é inimigo, nem fardo, ele é  sagrado, nos chega como um presente a cada manhã revelando o amor de Deus por nós. Ainda que o céu esteja turvo e o horizonte escondido pela névoa e escuridão, Deus nele está, com Seu plano vigorado de salvação. Que o tempo de hoje seja, portanto, de gratidão, de renovo, pois a felicidade não é determinada pelo tempo, mas por quem no tempo se instaura acreditando na graça Divina como colaboradora da felicidade. Deus derrama sobre nós Sua bondade, pois, nada merecemos somente a graça de um Deus bondoso que opera hoje do mesmo modo que operou no passado. Deus é bom e ainda que o sofrimento e a dor nos alcance, haverá um tempo em que tudo cessará, em que nos tornaremos mais maduros e gratos, até mesmo pelo sofrimento. Assim fez José. Depois de padecer por mais de dez anos em injurias e prisões, enfim, teve o livramento e ao reencontrar seus irmãos confessou:

"Vocês pensaram estar fazendo um mal contra mim ao me venderem como escravo. Passei muitos sofrimentos, mas entendo que Deus transformou mal em bem para me fazer chegar até esse dia" Gênesis 50:20.

Que Deus em Cristo nos conceda a alegria de confessar que o tempo do sofrimento nos foi favorável e que todo o tempo que houver seja restaurado, a cada manhã, apontando para o futuro glorioso de quem é filho de Deus.

Deus nos abençoe.


Fonte: Bíblia de Estudo Plenitude, SBB,Edição revista e corrigida, 1995 . Índice das palavras chaves em grego, página xxxv.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS


4º Trimestre/2016

Texto Base: Gênesis 13:7-18

"O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura" (Pv.14.29).

 

INTRODUÇÃO

As Escrituras Sagradas dão testemunhos de várias personagens bíblicas que fizeram más escolhas e boas escolhas. As más escolhas geralmente foram tomadas num contexto de precipitação ou extraordinária pressão. Nesta Aula, daremos maior ênfase a dois personagens bíblicos: Abraão, que fez uma excelente escolha e; Ló, sobrinho de Abraão, que fez uma escolha precipitada. Ló, em um gesto precipitado, tomou uma decisão que acabou por gerar uma crise que causou consequências nefastas para sua família (Gn.13:10-13). Uma escolha sem a direção de Deus pode trazer prejuízos irreparáveis para si e para outrem. Portanto, antes de tomar uma decisão e fazer uma escolha devemos pedir a orientação de Deus. Não devemos agir sem pensar e acima de tudo sem orar, pois somente Deus conhece todas as coisas. Somente Ele sabe aquilo que é melhor para todos nós.

I. O CUIDADO COM AS ESCOLHAS

Em nossa jornada somos desafiados a decidir e fazer escolhas. É nesse momento que a vida de uma pessoa será definida, para o progresso ou para a derrota. Todos os dias, temos de tomar decisões pequenas ou grandes. A maior delas é a de servir ao Senhor. Josué, no último momento como líder do povo de Israel, conclama o povo a tomar uma decisão acertada e pública; não havia lugar para indecisão, por isso foi tão enfático: “Escolhei hoje a quem haveis de servir” (Js.24:15). A decisão tinha que ser “hoje”. A Bíblia diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”(Hb.4:7). Diante de tantas influências que recebemos do mundo para o nosso viver, a nossa decisão deve ser tal qual à de Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Qual tem sido a decisão de vida para cada um de nós, pessoalmente, e para a nossa família? Corajosa e resoluta como a de Josué? Não espere ficar velho para tomar essa decisão, pois o Senhor virá como um ladrão, ou seja, não hora em que nós não esperamos (1Tes.5:2; 2Pd.3:10).

1. A prosperidade de Abraão. Deus abençoou Abraão com bênçãos materiais de forma abundante. Diz o texto sagrado que “... a sua fazenda era muita...”(Gn.13:6). O segredo do sucesso de Abraão: comunhão plena com Deus. Quanto mais Abrão mantinha comunhão com Deus mais próspero materialmente ele ficava. A obediência à Palavra de Deus era o combustível que o levava a uma vida abundante. O Altar era um marco sempre presente na vida de Abraão, em todos os caminhos de suas peregrinações (Gn.12:7,8; 13:4,18; 22:9). Era o local onde Abraão adorava a DEUS. Era o lugar onde ofertava sacrifícios a DEUS. Ele edificava seus altares em locais visíveis, diante dos povos pagãos que moravam ao seu redor. Que testemunho! Os crentes, que de contínuo vivem diante do Altar, dão testemunho de "terem estado com Jesus” (Atos 4:13).

Abraão viveu nas terras da promessa como um estrangeiro, morando em tendas, pois esperava a Cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é DEUS (Hb.11:9,10). Abraão nunca se prendeu a nenhum lugar da terra de suas peregrinações. Estava sempre em trânsito (Gn.12:8). Deixando um lugar, ficavam apenas as marcas de seu acampamento. Também nós, como crentes, somos peregrinos e forasteiros nesta Terra (1Pd.2:11). Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura (Hb.13:14). Estamos no mundo, mas não somos do mundo (João 17:16,18). Devemos sempre estar prontos para partir.

Outra característica marcante na vida de Abrão: conquanto fosse muito rico, não punha seu coração nas riquezas daqui. Ele não ligava muito para isso. No dia que retornou da guerra contra os quatro reis, o rei de Sodoma quis compensá-lo com riquezas materiais, ele as rejeitou terminantemente (Gn.14:21-24). Para Abraão, riquezas não dadas por Deus não tinha nenhum valor – “Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gn.14:22,23). Muitos, hoje, dos que cristãos dizem ser, ao contrário de Abraão, só pensam em bens materiais, querem enriquecer com campanhas, sacrifícios, fogueiras santas etc. São pessoas que vivem como os gentios, que têm as mesmas preocupações e propósitos que os gentios e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o amor está esfriando pelo aumento da iniquidade e que, buscando a riqueza material, não vê que se comporta como um pobre, desgraçado e nu (Ap.3:17). Vigiemos e não entremos nesta onda, que nos levará para a perdição eterna!

2. Abraão fez a escolha certa. Abrão teve um momento decisivo em sua vida. Quando ainda morava em Ur, o Deus da glória lhe apareceu e lhe fez uma chamada que compreendia três diferentes ordens: “sai da tua terra", "sai da tua parentela”, e “dirige-te à terra que eu te mostrar" (Atos 7:2,3). Abrão deveria decidir em obedecer e desobedecer a Deus. Como já disse na Aula 03, embora Deus seja soberano e livre para tomar as Suas decisões, como, por exemplo, o fato de ter escolhido Abrão e não outra pessoa das milhares que existiam no mundo, vemos que Ele respeita, decididamente, a liberdade que deu ao homem, de forma que, embora tenha escolhido Abrão, não o forçou a que obedecesse ao Seu chamado, tendo Abrão decidido partir por sua livre e espontânea vontade. Esta é a grande diferença entre o filho de Deus e o filho do diabo, pois o adversário escraviza o homem, retira a sua liberdade, enquanto que Deus sempre respeita o livre-arbítrio humano que, afinal de contas, é resultado da própria criação divina. O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus e esta imagem e semelhança comporta a liberdade, o poder de decisão, como se vê claramente em Gênesis 2:16,17.

Abraão foi desafiado a crer e obedecer, embora não conhecesse todo o projeto que Deus tinha para sua vida e, por conseguinte, para toda a humanidade. Abrão fez a escolha certa, resolveu obedecer ao chamado de Deus. Embora não tivesse noção de para onde iria, decidiu confiar em Deus. Em nossa jornada precisamos aprender a confiar em Deus e nos colocar em sua total dependência. Só assim teremos escolhas decisivas que podem nos proporcionar vida abundante.

3. Abraão desce ao Egito. A fé tem sempre deslizes, até mesmo nos mais destacados homens de Deus. Por causa de uma fome que atingiu a região, Abraão deixou o lugar que Deus lhe indicara e desceu ao Egito, símbolo do mundo. Essa mudança trouxe problemas a Abrão. Ao chegar no Egito foi acometido de um medo obsessivo de que Faraó o matasse, capturando sua formosa esposa Sara, e a levasse para seu harém. Com isso em mente, Abrão convenceu Sara a mentir e dizer que era sua irmã. É verdade que Sara era meia-irmã de Abrão (Gn.20:12), mas ainda assim era uma mentira com propósito de enganar. O artificio deu certo para Abrão (que foi recompensado generosamente), mas não funcionou para Sara (que, no fim, teve de se juntar ao harém de Faraó), nem mesmo para Faraó (ele e toda a sua casa sofreram grandes pragas). Quando Faraó descobriu a fraude, deu uma bronca no patriarca, o humilhou publicamente e o expulsou em desonra (Gn.12:19,20). Abraão voltou para Canaã. Mas, juntamente com o retorno de Abrão do Egito [...] até Betel (Gn.13:1-4), percebe-se a volta à comunhão com Deus. “Retornar a Betel” é o desejo latente de todos aqueles que se apartaram de Deus.

II. LÓ É ATRAÍDO POR AQUILO QUE VÊ

Ló, sobrinho de Abraão, é um exemplo bíblico de escolha precipitada. Ele foi atraído por aquilo que viu. Chamamos isso de concupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos diz respeito àquelas tentações que apelam para os desejos ambiciosos dos homens de obter e possuir. A concupiscência dos olhos nos leva a colocarmos as "coisas materiais" na frente do Senhor (Cl.3:15). Ao se separar de seu tio, ele escolheu um caminho que a seus olhos parecia ser o melhor. Ele não perguntou a vontade de Deus e não honrou Abraão, o chefe do clã, ao escolher primeiro as suas terras. Ló foi precipitado e seduzido pelo seu olhar. Pagou um preço muito alto pela sua atitude precipitada.

1. Briga entre os pastores de Abraão e Ló. Ao chegar a Canaã os pastores de Ló e Abrão brigaram por espaço para seus rebanhos. Apesar da deslealdade praticada por Abrão no Egito, ainda assim o Senhor decidiu abençoá-lo naquele lugar; Abrão e Ló prosperaram - possuindo servos, ovelhas e gado. A multiplicação dos rebanhos de Abrão e Ló foi tão significativa que eles chegaram à conclusão de que era impossível a coexistência nas mesmas terras de pastagens. A prosperidade gerou uma crise entre família, entre Abrão e seu sobrinho Ló, pois não havia mais espaço suficiente para ambos no local onde viviam. Faltava água e pastagem para tantos animais, e em pouco tempo, os pastores de Abrão e Ló começaram a brigar. A contenda estava instalada na família, e era preciso tomar uma decisão.

2. A decisão de Abraão. O patriarca logo tentou resolver a situação conflituosa. Ele não adiou o problema, mas chamou seu sobrinho para uma solução pacífica - “Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim...” (Gn.13:9). Às vezes, pessoas da mesma família devem separar-se em prol da paz (ver Atos 15:39; 1Co.7:10-16). A partir daquele instante cada um deveria escolher o próprio caminho - “e escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda” (Gn.13:9). Com cortesia, bondade e altruísmo, Abraão ofereceu a Ló a oportunidade de escolher em toda a terra onde desejava morar. Humilde, o patriarca considerava os outros superiores a si mesmo (Fp.2:3).

Abrão renunciou à campina com o melhor pasto, mas Deus entregou toda a terra de Canaã a Abrão e seus descendentes para sempre. Além disso, o Senhor prometeu ao patriarca uma descendência incontável. Após se mudar para Hebron, Abrão levantou ali um altar ao Senhor; como de costume, construiu um altar para o Senhor, mas nunca uma casa para si.

3. A escolha precipitada de Ló. Abraão, em um gesto de bondade e mansidão, fez a seguinte proposta ao sobrinho: "Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda" (Gn.13:9). Ló escolheu morar nas pastagens verdejantes da campina do Jordão, perto das cidades perversas de Sodoma e Gomorra - “E levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes de o SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então, Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um do outro. Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina e armou as suas tendas até Sodoma. Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR” (Gn.13:10-13).

Ló foi seduzido pela aparência do lugar. Escolhas precipitadas, feitas somente pela aparência, podem causar muitos males. Apesar de crente verdadeiro (2Pd.2:7,8), Ló tinha um gostinho pelas coisas do mundo. Conforme alguém comentou, “Ló ficou com grama para seus rebanhos, enquanto Abrão ficou com graça para os seus filhos” (Gn.13:15,16).

“Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR” (Gn.13:13). O fato de os homens de Sodoma e Gomorra serem maus e grandes pecadores contra o Senhor não influenciou a escolha de Ló. Foi uma sequência de decisões. Observe os passos que o levaram a mergulhar no mundanismo: Ló (por meio de seus pastores) experimentou contenda (Gn.13:7); depois viu (Gn.13:10) e escolheu (Gn.13:11); foi armando as suas tendas até Sodoma (Gn.13:12); passou a morar longe do lugar onde residia o sacerdote de Deus (Gn.14:12) e; sentava-se junto à entrada da cidade, lugar onde os grandes disputavam o poder político (Gn.19:1). Aparentemente, na cosmovisão humana, materialista e desviada de Deus, Ló tinha progredido na vida: ele se tornou um oficial local em Sodoma. Mas, quando se olha com os olhos de Deus, vemos que foi um péssimo negócio para Ló. De forma precipitada, fez a sua escolha optando por aquilo que parecia ser melhor aos seus olhos (Gn.13:10). Ele não buscou a Deus para tomar a decisão que seria a mais importante para o seu futuro e da sua descendência.

A precipitação é um grande mal que deve ser evitado sempre. Quando nos precipitamos não raciocinamos, não prestamos atenção ao bom senso, não andamos por fé, mas apenas por vista. Quem tem a mente de Cristo deve sempre manter os pés no chão, pedir orientação a Deus e aguardar o calor dos acontecimentos passarem. Fácil?! Não, não é uma tarefe fácil, mas sem dúvida trata-se de uma atitude responsável e madura que leva em conta o fator global da circunstância e não somente parte dela, nem prioriza o fator emocional do acontecimento.

III. LÓ, UM CASO DE PROSPERIDADE E PERDAS

1. Ló e suas riquezas. Não era só Abrão que era rico em rebanhos, vacas e tendas. Seu sobrinho Ló também tinha rebanhos numerosos (Gn.13:5,6) - “E também Ló, que ia com Abraão, tinha rebanhos, gado e tendas. [...] porque os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos”. Mas, apesar da sua prosperidade, Ló andava por vista e não por fé (Gn.13:7-13). No momento mais decisivo de sua vida não consultou o Senhor para uma escolha correta.

- Ló fez uma decisão pelo que viu, deixou-se levar pelas aparências. Foi ganancioso e precipitado - “Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar. E Ló escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro. Habitou Abraão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma” (Gn.13:10-12). Foi um pecado em série – “foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma”.

A ambição é sinônimo de cobiça, e a cobiça é transgressão à Lei de Deus (vide Êx.20:17). A Palavra de Deus nos diz que não devemos ambicionar “coisas altas” (Rm.12:16) - “…não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes…”. A ambição sufoca a Palavra no coração, tornando-a infrutífera (Mc.4:19) - “Mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra e ela fica infrutífera”.

- Ló foi egoísta. Em nenhum momento ele pensou em seu tio. Só via a si mesmo. O egoísmo é a exaltação do próprio eu, do ego. O apóstolo Paulo diz que o egoísmo é uma característica dos homens dos últimos tempos - “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios” (2Tm.3:1,2).

- Ló não observou o lado negativo de sua escolha (Gn.13:13) – “Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores”. A Palavra de Deus nos alerta sobre os perigos de nosso envolvimento com o mundo - “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4:4).

Não se deixe enganar pela beleza das coisas desse mundo passageiro. Não abra mão daquilo que é eterno!

2. A guerra dos reis. A terra que Ló havia escolhido era boa, mas seus vizinhos não eram. Não demorou muito e Ló teve que enfrentar uma grande crise, uma guerra. Diz o texto sagrado:

“1 - E aconteceu, nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, 2 - que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Bela (esta é Zoar). 3 - Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o mar de Sal). 4 - Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao décimo-terceiro ano, rebelaram-se. 11- E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e foram-se. 12 - Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. 13 - Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão. 14 - Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”(Gn.14:1-4;11-14).

No tempo de Abrão, a maioria das cidades possuía seus próprios reis, e eram comuns as guerras e rivalidades entre eles. Uma cidade conquistada pagava imposto ao rei vitorioso. Cinco cidades, incluindo Sodoma, haviam pago impostos a Quedorlaomer durante 12 anos (Gn.14:4). Quando as cinco cidades fizeram uma aliança e se negaram a pagar os impostos (Gn.14:4), Quedorlaomer reagiu rapidamente e reconquistou todas elas. Ao derrotar Sodoma, foram capturados Ló, sua família e seus pertences. Ló foi levado cativo e todos os seus bens e alimentos foram tomados como espólio de guerra. Ele agora era um prisioneiro e todos os seus bens foram perdidos. Decisões precipitadas podem nos fazer viver tempos conturbados.

3. Abraão socorre Ló. Ao ser avisado do desastre militar que haviam sofrido as cidades do vale, Abraão armou seus 318 servos, conseguiu a ajuda de seus aliados amorreus e perseguiu os invasores. Abraão arrisca sua vida e fortuna para resgatar o seu sobrinho Ló, o qual foi sequestrado, perdeu suas posses e estava enfrentando escravidão. Abraão poderia ter se negado a ajudar Ló, pois ele mesmo tinha escolhido aquelas terras, mas o amigo de Deus não tinha um coração rancoroso, vingativo. Abraão recuperou os cativos e o despojo, mediante um ataque de surpresa à noite. Tudo que pertencia a Ló foi recuperado (Gn.14:16). Não obstante, o elemento mais importante foi a intervenção de Deus - “bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gn.14:20).

Nota-se que Abraão, o homem separado do mundo, não era indiferente aos sofrimentos dos que se encontravam ao seu derredor. Estava disposto a proteger seu indigno sobrinho e os de Sodoma. Isto demonstra que os que mantêm uma vida separada da pecaminosidade são os que atuam com mais prontidão e êxito em favor de outros no momento de crise.

CONCLUSÃO

Devemos aprender com as Escrituras que qualquer decisão importante que tomarmos não devemos fazê-la debaixo de pressão ou precipitadamente. Não se esqueça de que o Deus eterno tem todo o conhecimento e sabe o que é melhor para sua vida. Por isso, não faça nada sem consultar o Senhor. Porém, só consultar o Senhor e não confiar nele é inútil. Não confie nas suas próprias forças. O nosso fracasso decorre de acharmos que podemos conseguir por nós mesmos. Por isso, confie no Senhor e não nas suas forças e possibilidades. Não subestime os inimigos. A nossa luta não é contra a carne e o sangue em todas as instâncias da vida, mas contra os principados e potestades e dominadores do mal. Em toda a estrutura da sociedade há um poder maligno que opera e você precisa estar revestido da armadura de Deus para vencer (ver Efésios 6:10-18).

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Luciano de Paula Lourenço

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Revista Ensinador Cristão – nº 68. CPAD.

Dr. Caramuru Afonso Francisco. Tempos trabalhosos para a Igreja. PortalEBD_2007.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Quatro homens, um destino.

Pr. Elienai Cabral. O Deus da Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio ás crises. CPAD.

Bruce K. Waltke. GÊNESIS.

O CONSOLO VEM DE DEUS

Por que estás abatida, Ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e Deus meu. Salmo 43: 05.

Porque te abates oh minha alma? Está foi uma pergunta de alguém que conhecia a Deus, de alguém que trazia dentro de si a chama da adoração, cujo coração era sincero diante de Deus, mesmo com todos os percalços existentes durante a sua caminhada, ele tinha um coração segundo o coração de Deus. […] já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja chefe sobre o seu povo. I Samuel 13:14.

Em todo o tempo, Davi expressa uma confiança inabalável em Deus, uma certeza que o livramento viria independente do tempo, ou ocasião; isto fazia dele um referencial da fé, alguém que tocava no coração de Deus por trazer dentro de si um quebrantamento inigualável; através do temor a Deus, ele demonstrava quanto o amava como todas as suas forças. Eu te amarei Senhor de todo coração, ó Senhor, fortaleza minha. Salmo 18:01

Davi não se importava com sua condição de rei, mas, valorizava a verdadeira comunhão com Deus, visível é o laço de intimidade; ele tinha expressa convicção do poder do seu Deus e sabia que, Deus nunca iria falhar, havia um relacionamento de Pai e filho, entre ele e Deus. O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.Salmo 18:02

Porém, houve na vida de Davi momentos terríveis, por causa dos erros cometidos por ele, isto lhe patrocinou momentos de amarguras profundas em sua alma.

Hoje, em nossa vida não é diferente, há circunstâncias em que somos levados a ser encurralados por embaraços que nós mesmos proporcionamos; são situações que nos faz olhar para todos os lados sem saber o que fazer. Elevo meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro? Salmo 121:01

Entretanto, o pior cercado que um homem pode ficar, é o instalado dentro dele, as grandes que trancafiam a alma, cujas hastes são chamadas angústias, amarguras e aflições, provocadas por atitudes e atos próprios, devido as escolhas errôneas.

Todas as algemas impostas em nós, por outrem, temos forças para lutar até livramo-nos delas, pois, o nosso intelecto irá sempre nos informar que aquela situação, é injusta, e algo acende dentro de nós elevando o desejo em sobressair-se e vencer, e isto acontece. Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem. Salmo 142:07

Porém, todo aprisionamento interno, procedente de deslizes nossos, têm proporção elevada, suficiente para nos ferir subitamente, deixando arranhões terríveis; no corpo; na alma, e no espírito, demorado é, o processo da cura, pois, automaticamente, as informações que nosso cérebro recebe é que, aquilo só está acontecendo porque cedemos espaços, logo, tende a permanecer por mais tempo do que o esperando, e, em muitos causos, essas algemas passam ser de resistência infame, tornam-se, grandes muralhas invisíveis, se não tivermos equilíbrio emocional, corremos o risco em permanecer paralisados, estáticos, impedidos de realizar muitas coisas. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam.Salmo 18:5

A mente humana é uma caixinha coberta por informações coloridas, chamada de pensamentos, se a cor escura dominar, haverá trevas ao redor, e conseqüente, o viver ficará aprisionado em si mesmo.
Do que se queixa o homem, senão dos seus próprios erros? Fato isto é, se não fossem as pedras que nos mesmo ajuntamos durante a nossa caminhada muitas muralhas não se prontificaria em nossa frente. Porque a vida é como chaminé da lareira, só aparece às fumaças quando seu dono acende fogo, e a depender da cor da fumaça é deduzido o que está sendo queimado. Ou seja, se não houvéssemos cometido tantos erros, não estaríamos passando por determinada situações, e muitas situações ainda tem se tornado pior, porque não ouvimos os alertas e conselhos. De que se queixa pois o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados Lamentações 03:39.

Quando não consultamos a Deus antes de tomar as decisões em nossa vida, ficamos propensos a ser pego por laços criados por nós mesmo, solícitos a tropeçar em planos que projetamos; muitos, por não pensar antes de agir, ou então, pensar em se dá bem, em tirar vantagem da situação, se emaranham em redes perigosas, e quando descobre, já é tarde, tornou-se prisioneiro na cela da alma, passou a ser como uma aranha que virou presa das próprias teias. Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado Salmo 55:22

Atitudes erradas nos encaminham por veredas tortuosas, decisões precipitadas nos arremessam a vales profundos, conselhos sem está fundamentados em Deus pode nos levar a pagar altos preços. É necessário confiar ao Senhor, tudo que somos, temos, ou planejamos, pois, ainda que venhamos a tropeçar, nosso coração não irar oscilar, pois, traremos dentro de nós a certeza que o socorro virá, ainda que pareça a nós, demorar; saberemos assim como Davi, que as misericórdias do Senhor é a causa de não sermos consumidos. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é minha defesa, não serei grandemente abalado Salmo 62:02

Pra. Elza Carvalho

Por Litrazini

"Por que Deus nos deu os quatro Evangelhos?"

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Encontre a seguir algumas razões por que Deus nos deu quatro Evangelhos ao invés de apenas um:

(1) Para dar um retrato mais completo de Cristo. Enquanto toda a Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16), Ele usou autores humanos com estilos de vida e personalidades diferentes para cumprir Seus propósitos através do que eles escreveram. Cada um dos autores dos Evangelhos tinha um propósito distinto por trás do que escrevia, e ao executar esses propósitos, cada um enfatizou aspectos diferentes da pessoa e ministério de Jesus Cristo.

Mateus estava escrevendo a uma audiência hebraica e um dos propósitos do seu Evangelho era mostrar, com a genealogia de Jesus e o cumprimento das profecias do Velho Testamento, que Ele era o tão esperado Messias, e portanto deveria ser acreditado. A ênfase de Mateus é no fato de que Jesus é o Rei prometido, o “Filho de Davi” que ocuparia para sempre o trono de Israel (Mateus 9:27; 21:9).

Marcos, um primo de Barnabás (Colossenses 4:10), foi uma testemunha ocular dos eventos da vida de Cristo, assim como um amigo do Apóstolo Pedro. Marcos escreveu para uma audiência pagã, como é salientado pelo fato de não ter incluído coisas importantes aos leitores judeus (genealogias, controvérsias de Jesus com os líderes judeus de Seu tempo, referências frequentes ao Velho Testamento, etc.). Marcos enfatiza Cristo como o Servo sofredor, Aquele que veio não para ser servido, mas para servir e entregar Sua vida como resgate por muitos (Marcos 10:45).

Lucas, o “médico amado” (Colossenses 4:14), evangelista e companheiro do Apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas é o único autor gentio do Novo Testamento. Ele foi aceito há muito tempo como o historiador hábil e diligente por aqueles que usaram seus manuscritos em estudos geológicos e históricos. Como um historiador, ele afirma que seu objetivo é escrever uma exposição em ordem da vida de Cristo baseada no testemunho daqueles que foram testemunhas oculares (Lucas 1:1-4). Porque ele escreveu especificamente para o proveito de Teófilo, aparentemente um gentio de certa estatura, seu Evangelho foi escrito com uma audiência pagã em mente, e seu objetivo é mostrar que a fé de um Cristão é baseada em eventos historicamente confiáveis e verificáveis. Lucas se refere com frequência a Cristo como o "Filho do Homem", enfatizando Sua humanidade, e compartilha muitos detalhes que não são registrados nas narrativas dos outros Evangelhos.

O Evangelho do João, escrito pelo Apóstolo João, é diferente dos outros três evangelhos e contém muito conteúdo teológico em relação à pessoa de Cristo e o significado de fé. Mateus, Marcos e Lucas são frequentemente chamados de “Evangelhos sinópticos” por causa de seus estilos e conteúdos similares, e porque eles dão uma sinopse da vida de Cristo. O Evangelho de João não começa com o nascimento de Cristo ou Seu ministério terreno, mas com a atividade e características do Filho de Deus antes de Se tornar carne (João 1:14). O Evangelho de João enfatiza a divindade de Cristo, como é visto pelo fato de que ele usa frases como "o Verbo era Deus" (João 1:1), "o Salvador do mundo" (4:42), o "Filho de Deus" (usado repetidamente), "Senhor e...Deus" (João 20:28) ao descrever Jesus. No Evangelho de João, Jesus também afirma Sua divindade com várias declarações de “EU SOU” (compare com Êxodo 3:13-14). Mas João também enfatiza o fato da humanidade de Jesus, querendo mostrar o erro de uma seita religiosa de seu tempo, os Gnósticos, que não acreditavam na humanidade de Cristo. João deixa claro seu propósito principal ao escrever o evangelho: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:30-31).

Dessa forma, por ter quatro distintas e ao mesmo tempo exatas narrativas de Cristo, você pode ter acesso a aspectos diferentes de Sua pessoa e ministério. Cada narrativa, quando adicionada às outras três, torna-se como uma diferente linha colorida em uma bela tapeçaria e, quando tecidas juntas, formam um retrato mais completo dAquele que vai além de qualquer descrição. Apesar de que nunca vamos entender completamente tudo sobre Jesus Cristo (João 20:30), através do quatro Evangelhos podemos conhecer o suficiente sobre Ele para apreciar quem Ele é e o que tem feito por nós, para que possamos ter vida através de fé nEle.

2) Para nos capacitar a objetivamente verificar a veracidade das narrativas. A Bíblia, desde o início, afirma que um julgamento em um tribunal de justiça não deve ser feito contra uma pessoa na base de apenas uma testemunha, mas sim de pelo menos duas ou três (Deuteronômio 19:15). Sendo assim, ter narrativas diferentes sobre a pessoa e o ministério terreno de Jesus Cristo nos capacita a avaliar a veracidade da informação que temos sobre Ele.

Simon Greenleaf, uma autoridade bem conhecida e bem respeitada sobre o que constitui evidência confiável em um tribunal de justiça, examinou os quatro Evangelhos de uma perspectiva legal. Ele percebeu que o tipo de descrição dado pelas testemunhas oculares nos quatro Evangelhos, na qual um livro concorda com o outro, mas com cada escritor escolhendo omitir ou adicionar detalhes que os outros escolheram incluir ou omitir, respectivamente, é típico de fontes confiáveis e independentes que seriam aceitas em um tribunal como evidência forte. Se os Evangelhos tivessem exatamente a mesma informação com os mesmos detalhes providenciados, e escritos da mesma perspectiva, seria uma grande indicação de conspiração; quer dizer, que talvez os autores teriam se reunido com a intenção de contar a mesma história para fazer com que seus testemunhos fossem mais acreditáveis. As diferenças entre os Evangelhos, até mesmo o que aparenta ser contradição de detalhes ao serem examinados de primeiro, confirmam a natureza independente das narrações. Portanto, a natureza independente dos quatro Evangelhos concorda entre si em relação a sua informação, mas diferencia em suas perspectivas, detalhes e quais eventos foram registrados, indicando que o que sabemos sobre a vida e ministério de Cristo como apresentados nos Evangelhos é realmente fato e completamente confiável.

3) Para recompensar os que são investigadores diligentes. Pode-se ganhar muito através de um estudo individual de cada um dos Evangelhos. Mais ainda pode ser ganho quando se compara e junta as narrativas diferentes dos eventos específicos do ministério de Jesus. Por exemplo, em Mateus 14 lemos a narrativa de Jesus alimentando os 5000 e Jesus andando sobre as águas. Mateus 14:22 nos diz que: “compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.” Alguém pode perguntar: “Por que ele fez isso?” Mateus não deixa claro qual o motivo. Mas quando você combina com o contexto de Marcos 6, você vê que os discípulos tinham acabado de voltar de expulsar demônios e curar pessoas através da autoridade que Jesus lhes tinha dado quando Ele os enviou dois a dois. Mas eles retornaram com uma atitude muito orgulhosa, esquecendo seu devido lugar e prontos a instruir Jesus (Mateus 14:15)! Então, ao enviá-los durante a noite ao outro lado do Mar da Galiléia, Jesus lhes revela duas coisas enquanto estão lutando contra o vento e ondas, dependendo de si mesmos até as primeiras horas da manhã seguinte. Jesus estava andando sobre a água, prestes a passar pelo barco dos discípulos, quando finalmente os discípulos invocaram o nome de Jesus (Marcos 6:48-50). Ele revela (1) que não podem alcançar nada para Deus com suas próprias forças e (2) que nada é impossível quando Ele clamam a Deus e dependem de Seu poder. Há vários exemplos assim de “jóias” a serem encontradas pelo estudante diligente da Palavra de Deus que se dedica a comparar Escritura com Escritura, jóias essas que passam por despercebidas pelo leitor casual.